Dois projetos de pesquisa da UFPR foram selecionados pelo Instituto Serrapilheira para receber incentivos de até R$ 100 mil para, durante este ano, trabalhar na demonstração da possibilidade de implementação de suas pesquisas.
Quase 2000 projetos de pesquisadores de todo o Brasil inscreveram-se na chamada pública do instituto, que é a primeira instituição privada de fomento à pesquisa no país. Apenas 65 foram selecionados na área de Ciências da Vida, Engenharias, Química, Ciências da Terra, Ciência Computação, Física e Matemática.
Na UFPR foram contemplados os projetos de pesquisa dos professores Marco Antonio Zanata Alves, do Departamento de Informática, e Rita de Cassia dos Anjos, do curso de Licenciatura em Ciências Exatas.
Dos Anjos, que leciona no campus de Palotina, conta que ficou surpresa com o resultado , que “foi uma conquista muito grande na minha carreira”. A pesquisadora inscreveu o projeto “A dinâmica de raios cósmicos de altas energias e buracos negros”, na área de Física. Para Zanata esse edital é importante porque foi direcionado aos recém doutores e valorizou projetos de todos os tipos.
Os projetos
Entender a conexão entre buracos negros e a produção de raios cósmicos de altas energias estudando mecanismos de acreção e jatos relativísticos. Este é o objetivo do projeto inscrito pela pesquisadora dos Anjos, que contará com a colaboração de pesquisadores brasileiros e internacionais da área para buscar descrever com precisão o balanço energético que acontece em mecanismos de acreção em buracos negros. “
Outro objetivo do projeto é estabelecer um centro de pesquisa em Física Teórica na UFPR – Setor Palotina que seja referência no oeste do Paraná, o que pretendemos que aconteça juntamente com o desenvolvimento do projeto, uma vez que teremos um diálogo intenso com pesquisadores internacionais, nacionais e a própria equipe do Instituto Serrapilheira” – conta a pesquisadora.
O projeto de Zanata está na área de informática, com foco em tempo e energia. A pesquisa trabalhará com arquitetura de computadores a fim de melhorar o seu desempenho por meio de processamento direto via memória do equipamento. Segundo o pesquisador a ideia é dar base para “memórias inteligentes” que não só armazenem, mas também já processem dados.
“Nossa pesquisa visa melhorar os computadores, introduzindo memórias inteligentes capazes de executar operações perto dos dados, e assim melhorar a eficiência do computador, reduzindo o consumo de energia enquanto aumenta o desempenho em mais de 10 vezes”. – conta Zanata.
Segundo a organização do evento, a seleção dos projetos foi norteada visando “sobretudo incentivar a ousadia científica. Buscamos jovens pesquisadores que não temem se arriscar em busca de descobertas capazes de ampliar as fronteiras de seus respectivos campos. Este é o denominador comum de todos os 65 finalistas desta primeira chamada do Serrapilheira”.
Ao todo, 331 instituições, de todos os estados brasileiros, inscreveram-se no edital. O Paraná foi a quarta unidade da federação com mais projetos inscritos: 144.