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FEDERAL DO PARANÁ

Turismo de base comunitária gera renda para comunidades e valorização do litoral paranaense

O litoral paranaense é uma região rica em biodiversidade, espécies endêmicas, paisagens, culturas e tradições. Cidades como Guaratuba, Paranaguá e Guaraqueçaba são repletas de espaços com elevado potencial turístico e de comunidades tradicionais prontas para guiar os viajantes a experiências únicas. Foi para elaborar um planejamento de ações voltadas à estruturação do turismo local como alternativa de geração de renda à população que surgiram projetos de extensão desenvolvidos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A valorização cultural e a conservação dos ambientes protegidos por meio do fomento a atividades de baixo impacto ambiental são os alicerces dos projetos de Turismo de Base Comunitária (TBC) coordenados por Beatriz Leite Ferreira Cabral, professora de Gestão de Turismo no Setor Litoral. As iniciativas realizadas já envolveram diretamente 15 comunidades tradicionais, vinculadas a três organizações, e, indiretamente, cerca de 500 pessoas entre moradores, anfitriões, visitantes, professores e estudantes.

Beatriz diz que o litoral paranaense é um hotspot da biodiversidade, ou seja, área com grande biodiversidade, rica principalmente em espécies exclusivas da região, e que apresentam alto grau de ameaça. “Além disso, é parte do maior contínuo de Mata Atlântica existente e possui ampla quantidade e diversidade de comunidades tradicionais. Essas características tornam a região propícia para múltiplas formas de turismo”.

Por meio desses projetos, é possível fomentar o turismo de base comunitária como tecnologia social capaz de assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis para o mercado e para os destinos turísticos do litoral paranaense. “As ações são voltadas para a valorização cultural; aquisição de novas habilidades e conhecimentos necessários para exercer atividades de acolhimento dos visitantes em suas comunidades; cursos sobre o preparo de alimentos vinculados à cultura da região; e intercâmbios culturais para diferentes regiões”, explica a coordenadora.

Fotos: Divulgação TBC

As atividades extensionistas têm como principal característica a formação de anfitriões do litoral que passam a participar de iniciativas de TBC. Beatriz conta que o projeto mantém diálogo com escolas para dar visibilidade à proposta, assessora os participantes na comercialização de produtos, roteiros e experiências. “Foram identificadas fragilidades e insuficiências relacionadas à gestão do marketing e da comunicação; da autogestão; da expansão das parcerias; bem como da adoção de boas práticas de gestão ambiental para minimizar o impacto ambiental do turismo. Para tanto, os projetos foram viabilizados através da articulação entre UFPR, órgãos ambientais e três grupos de TBC do litoral constituídos por pessoas das comunidades tradicionais da região”.

Grupo Guarapés, de Guaratuba; Grupo Guaraguatá, de Guaraqueçaba; e Rede Caiçara, de Paranaguá são organizações que envolvem comunidades situadas em locais com unidades de conservação demarcadas. Destacam-se as unidades geridas por órgãos ambientais estaduais, como a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaratuba; APA de Guaraqueçaba; Parque Estadual da Ilha do Mel; Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange e Parque Nacional do Superagui.

“O TBC é inovador para os turistas, na medida em que proporciona diferentes modos de convivência e de interação do cotidiano dos anfitriões. É também inovador ao pressupor modos de governança diferenciados, em que as organizações estão vinculadas à cultura local”, revela a coordenadora.

Fotos: Divulgação TBC

A anfitriã do Grupo Guarapés, Vanderléa da Rocha Alves, conta que as famílias que gerem a inciativa são de pescadores e agricultores e oferecem passeios de barco, caminhadas por trilhas, refeições e hospedagem. “O objetivo para nós é valorizar a beleza do litoral paranaense, mostrar o que temos de melhor e trocar experiências. É uma forma de gerar renda para as pessoas não precisarem sair daqui, ao mesmo tempo em que conservamos a região”.

As ações indicam para um possível caminho de compatibilizar o turismo em comunidades tradicionais que habitam áreas protegidas do litoral do Paraná. “Podemos indicar vias para implementação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento territorial, em proposta que valoriza os ambientes e os modos de vida das populações anfitriãs do litoral do Paraná. Por meio do aprimoramento contínuo do TBC, como a valorização da natureza e da diversidade cultural, espera-se que os projetos sejam uma referência para políticas públicas em que anfitriões sejam protagonistas potenciais de um processo de transformação social e valorização dos ambientes do litoral”, afirma a docente.

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