Quando verificado o significado da palavra trote, o próprio dicionário indica “atitude, manifestação ou tentativa de ridicularização”, entre outros apontamentos. Mas a Universidade Federal do Paraná (UFPR) reforça a importância de ressignificar a cultura de acolhimento de calouros por meio da campanha “Trote sem violência”. O intuito é inibir atitudes violentas, ofensivas e discriminatórias durante a recepção aos novos alunos da instituição. “O preconceito fica de fora. A diversidade e o respeito são bem-vindos” é a mensagem deste ano.
A pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFPR, Maria Rita de Assis César, enfatiza que a universidade é inclusiva e, por isso, o trote precisa ser ressignificado. “O trote [no Brasil] nasce e traz a ideia da violência para pertencimento a um determinado grupo com exclusividade. Mas o estudante já pertence à universidade e a recepção deve ser sem constrangimentos, violência e preconceito”, diz.
Criada em parceria pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) e a Superintendência de Comunicação da UFPR, a campanha “Trote sem violência” será divulgada por meio de cartazes e faixas e pela internet – no portal e na página da UFPR no Facebook e por e-mail aos centros acadêmicos. O objetivo é conscientizar os alunos de que a recepção aos calouros é um ritual de integração com os veteranos, e deve ser um momento de alegria – mas que nenhuma violência, física ou simbólica, pode ser tolerada.
As denúncias podem ser feitas por email (alertatrote@ufpr.br), pelo telefone (41) 3888-7777 ou no site da PRAE. A pró-reitoria solicita que as denúncias sejam encaminhadas com informações sobre local, data e hora da ocorrência, o tipo de violência verificado e, se possível, identificação do denunciante e dos suspeitos de praticar a violência.
Este é o terceiro ano de lançamento da campanha “Trote sem violência” na UFPR. Para a pró-reitora Maria Rita, a comunidade universitária não suporta violência e já assumiu que esta é uma campanha permanente. Ações de acolhimento e trotes solidários estão sendo organizados pelas coordenações de curso e centros acadêmicos e serão aprovadas pela PRAE.