Realizados em nível de graduação, os quase 2,8 mil trabalhos apresentados na Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe) 2019 são uma amostra da produção de conhecimento da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Dessa forma os alunos da UFPR se envolvem desde cedo em iniciativas e na continuidade de grandes projetos, o que garante a eles experiência na investigação científica, em atividades formativas, na inovação tecnológica e na extensão (que trata do contato direto com a comunidade). O portal UFPR mostra ao longo das próximas semanas alguns desses trabalhos.
Dos produtores aos consumidores. No meio do processo, o ensino. Uma alimentação saudável é estimulada de forma pedagógica por professores e estudantes que integram o projeto de extensão “AliMENTE-SE: produção e consumo consciente e solidário”, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O objetivo é realizar atividades que promovam a reflexão sobre as práticas de aquisição e consumo de alimentos e mudança de atitudes no cotidiano alimentar. A atuação e resultados foram apresentados em roda de conversa do 18º Encontro de Extensão e Cultura (Enec) da 11ª edição da Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão (Siepe) da UFPR.
Para Islandia Bezerra, professora do Departamento de Nutrição da UFPR, a importância do projeto é fundamentalmente pedagógica tanto para quem produz agroecológico quanto para quem consome. “Socialmente falando, o projeto se caracteriza como sendo uma oportunidade de dialogar sobre um assunto que é tão banalizado. Os aspectos sociais e culturais fazem refletir sobre o ato de se alimentar e alimentar aos demais, o comer cotidianamente pelo menos três vezes ao dia”.
As atividades envolvem oficinas práticas de produtos e receitas, aquisição periódica de cestas de alimentos de famílias agroecológicas e sessões de cinema sobre a temática. Ainda são feitas visitas guiadas em unidades produtivas e agroecológicas de famílias agricultoras e no Centro Paranaense de Agroecologia (CPRA), parceiro do projeto. Além disso, é realizada uma instalação artística pedagógica itinerante com rodas de conversa, apresentações culturais e distribuição de material informativo em diferentes locais.
Islandia reforça que com as ações foram criados espaços e momentos para o diálogo e a troca de saberes e sabores entre famílias agricultoras agroecológicas com professores, estudantes, comunidade acadêmica e público externo à Universidade. “Promovemos a reflexão e, por conseguinte, mudança de atitudes especialmente no seu cotidiano alimentar repensando assim as práticas de aquisição e consumo de alimentos”.
Além do impacto e da transformação para uma alimentação mais saudável, a professora destaca a interdisciplinaridade nos diálogos e interações e a formação de estudantes que a partir das vivências participam de outros espaços e eventos científicos. “A relação com a comida passou a ter novo significado de ser-viver-estar-saudável”.
Novos hábitos alimentares
com empatia e carinho
Mariane Mendonça é estudante do curso de Nutrição da UFPR é há sete meses participa do projeto de extensão “AliMENTE-SE: produção e consumo consciente e solidário”. Para ela, os benefícios de ter a experiência foram profissionais com conhecimentos técnicos e científicos sobre a agroecologia e soberania alimentar, além de pessoais. “Traz-me satisfação por duas razões: contribuir com a qualidade alimentar minha e da minha família, e trazer benefícios sociais para a família agricultora”.
Neste ano uma chuva de granizo danificou a propriedade que abastece periodicamente um grupo de consumidores com alimentos agroecológicos. Virtualmente, o grupo trocava mensagens lamentando a situação e já esperando que pouco ou nada viesse naquela semana e nas próximas. Mas a família agricultora surpreendeu os consumidores. “De forma amável, nos agraciou com a produção de melado e açúcar mascavo, pois a cana-de-açúcar foi uma das poucas coisas que sobreviveram depois da tempestade. Isso demonstrou a sinergia entre nós e a família agricultora, um elo de empatia e carinho”, conta com serenidade Mariane, que também integra o grupo de consumidores.
A estudante ainda destaca os impactos sociais percebidos no projeto tanto em consumidores quanto em agricultores. “Dos consumidores pela mudança de atitude ao valorizar o trabalho do agricultor familiar, em buscar alimentos que promovam saúde física pela qualidade e mental pela sensação do benefício que traz ao meio ambiente. Na outra ponta, o agricultor e sua família, que busca conciliar a produção com a sustentabilidade, a sazonalidade e as necessidades dos consumidores. Ambos formam uma rede de cuidados e respeito”.
Clique aqui e aqui para assistir a matérias produzidas pela UFPR TV sobre o projeto de extensão.
Acompanhe as reportagens sobre os trabalhos publicados na Siepe 2019 da UFPR neste link
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Por Chirlei Kohls
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