UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARANÁ

Resgate do processo de construções escolares do Paraná resulta em livro e exposição

Capa do livro "Ginásios, Escolas Normais e Profissionais. A arquitetura escolar do Paraná na primeira metade do século XX"

Pesquisa que resgata a construção de escolas públicas no Estado do Paraná apresenta uma nova perspectiva sobre o âmbito educacional e origina o livro “Ginásios, Escolas Normais e Profissionais. A arquitetura escolar do Paraná na primeira metade do século XX”. A obra é fruto do trabalho da professora aposentada da UFPR Zulmara Clara Sauner e da arquiteta Elizabeth Amorim de Castro, doutora na área pela UFPR.

O estudo foi estruturado a partir de pesquisa realizada sobre 40 instituições de ensino seculares do Estado do Paraná, incluindo escolas normalistas, ginásios e escolas profissionais, visando entendê-las em seu conjunto, quanto à perspectiva cronológica de construção e criação do ambiente público escolar. As construções dos educandários estudados foram executadas entre 1857 a 1950. O trabalho foi realizado simultaneamente com as pesquisas do livro “As Virtudes do Bem-Morar”, lançado no final do ano passado.

O livro tem 160 páginas e é acompanhado de um CD que contém dados arquitetônicos, fotos e arquivos técnicos dos edifícios analisados, além de imagens e curiosidades extras. “Nosso trabalho é composto por fontes primárias e por fotos inéditas”, contou Zulmara.

Escola Normal de Curitiba

A educação é um assunto de estado, sempre fez e faz parte de estratégias políticas. “A importância dos edifícios está no fato de que o governo direciona o processo educacional em todas as suas instâncias, inclusive no processo construtivo”, considera Zulmara.

Agrupado em três capítulos, o livro apresenta um contraponto entre a legislação que procura normatizar o método de ensino educacional e a legislação que estabelece padrões para as construções em instituições de ensino públicas, que é um projeto de governo estreitamente ligado à urbanização. “Trabalhamos juntas em uma perspectiva inédita sobre a educação básica, pois detectamos que ela segue diretrizes nacionais legais que vêm desde o império, passando pela república, e continuam até os dias atuais em todos os aspectos, até mesmo para o estilo de construções dos espaços”, afirma Elizabeth.

O primeiro capítulo expõe a ideia de como a educação faz parte do projeto nacional, apresentando um estudo da arquitetura escolar. O segundo traz explicações sobre como eram os ginásios e escolas normais, situando o tempo de suas construções e a legislação que foi seguida, além de mostrar como estes edifícios públicos apresentam uma hierarquia clara em seus processos construtivos, desde os prédios mais simples aos mais adornados. Já o terceiro capítulo descreve as escolas profissionais e pode ser considerado até mesmo um capítulo a parte pela temática específica utilizada. “Falamos de edifícios públicos construídos pelo estado que se originaram com a função de instrução escolar”, disse Zulmara.

Liceu de Artes e Ofícios

Exposição
O livro faz parte de um projeto de pesquisa que inclui também uma exposição itinerante, que já passou pelo Colégio Estadual do Paraná (CEP), pelo Colégio da Polícia Militar (CPM) e pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTPFR), instituições que fizeram parte da pesquisa.

Os materiais da exposição serão doados à Secretaria Estadual de Educação para percorrer mais escolas pelo Paraná. O objetivo é levar para as escolas o registro de sua própria história, “o que pode possibilitar aos alunos um aprendizado que vise a valorização do patrimônio público que eles usufruem”, conclui Zulmara.

Por Flaécia Gomes (orientação Lais Murakami)