Organizada pelo Programa de Educação Tutorial do curso de Química (PET Química) da Universidade Federal do Paraná em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, a segunda edição do projeto “Experimentando Ciência” iniciou as atividades nesta terça-feira (2). A proposta é preparar professores de escolas municipais de Curitiba para o uso de experimentos científicos em sala de aula como estratégia no ensino de Ciências.
Mais de 30 professores da rede municipal participarão de quatro encontros presenciais durante o primeiro semestre de 2019, em laboratórios da UFPR, além de atividades a distância. “O mundo das crianças é o da experimentação e fica mais fácil ganhar a atenção delas dessa forma. A educação é a única saída para o Brasil e esse é um papel importantíssimo da universidade, aproximar-se efetivamente da sociedade em ações como essa”, enfatizou o professor Francisco de Assis Marques, tutor do PET Química e um dos idealizadores do projeto.
Na abertura do evento, a vice-reitora da UFPR, Graciela Inês Bolzón de Muniz, destacou que os professores da rede básica fazem a diferença na educação e o projeto gera motivação para o ensino e a aprendizagem. “Parabéns a todos os docentes e departamentos envolvidos na iniciativa. Temos que resgatar a criatividade das nossas crianças, pois a ciência será responsável pelo desenvolvimento do estado e do nosso País”.
O pró-reitor de Graduação e Educação Profissional, Eduardo Barra, lembrou o papel do Programa de Educação Tutorial (PET). “O PET da nossa universidade é um dos mais antigos do Brasil, com cerca de 30 anos de um trabalho excepcional. É um projeto exitoso pela qualidade da formação. Parabenizo pelo projeto e pelo entusiasmo de todo o grupo, é uma ação que irá se multiplicar pela universidade”.
“O ensino de ciência representa uma oportunidade concreta de empoderamento dos nossos jovens, ressignificando a educação de uma maneira geral no nosso país, como um bem público do nosso povo”, afirmou o chefe do Departamento de Química da UFPR, Marco Tadeu Grassi. “Para nós da UFPR, é uma satisfação tê-los conosco nessa iniciativa tão importante de capacitação”.
Em 2018, o curso foi o mais solicitado por professores da rede municipal em uma enquete sobre capacitação. A gerente de currículo da rede, Viviane da Cruz, disse que a parceria permite uma troca entre os dois lados. “Nossos professores serão capacitados com instrumentos práticos e os acadêmicos também têm a oportunidade de conhecer o chão da escola”.
Experiências e expectativas
Lisiane Machado Z. da Rocha é professora de Ciências da rede municipal, participou do projeto em 2018 e se inscreveu novamente para a segunda edição. “Apliquei algumas experiências em sala de aula e o resultado foi ótimo, as crianças adoraram e tiveram oportunidade de interagir”, diz. “Gosto muito de trabalhar a parte prática e fazer experiências em sala de aula, porque os alunos buscam mais estudo, fazem perguntas e pesquisam. Estamos instigando futuros cientistas”.
A pedagoga Rita de Cáscia da S. Alves leciona na rede municipal desde 2002. “Geralmente, fazemos cursos teóricos e a parte prática fica um pouco perdida em sala de aula, principalmente em Ciências. Estou ansiosa para iniciar as atividades do projeto porque as crianças amam e participam”, conta.
O professor Francisco de Assis Marques afirma que o projeto auxilia muitos professores do ensino fundamental com formação em Pedagogia. “Desenvolvemos a questão da fundamentação teórica na parte científica. Trabalhar isso de forma adequada torna o ensino de Ciências muito mais interessante”, explica Marques. “Teremos experimentos novos nesta nova edição. Nossa expectativa é ampliar o número de escolas atendidas pelo programa”.
Origem do projeto
O “Experimentando Ciência” é consequência da atuação do PET Química no “Cientistas na Escola”, programa lançado pela Secretaria Municipal de Educação em 2017, que visa aproximar os cientistas e a ciência da realidade dos alunos do ensino fundamental.