O projeto de extensão “Desenvolvimento de Senso Crítico”, do Departamento de Psicologia (Depsi) da UFPR, tem como objetivo ajudar as pessoas a avaliarem a confiabilidade das informações divulgadas nas redes sociais. A proposta é ensinar a comunidade a identificar notícias falsas – as chamadas fake news.
Desde 2019, são ofertados cursos e promovidas palestras para capacitar a comunidade a avaliar argumentos e identificar falácias nos textos compartilhados pela internet. Assista ao vídeo da campanha “Avalie – Não seja Fake”, lançado no Facebook na última segunda-feira, 30.
“Neste semestre, devido à pandemia, optamos por mudar as estratégias de ação e lançar, por meio do projeto ‘Avalie!’, a página no Facebook e um perfil no Instagram: @naosejafake”, informa Gabriel Gomes de Luca. O docente coordenada as ações em conjunto com o colega do Depsi, professor Alexandre Ditrich.
Evitar a disseminação de informações equivocadas, distorcidas e distantes da realidade, em muitos casos propositalmente produzidas para induzir comportamentos, é o intuito do trabalho realizado pelos estudantes e professores.
Entre os conteúdos que serão disseminados em forma de posts e vídeos, orientações para checar informações e fazer análises de discursos, entrevistas com especialistas e dicas de leituras que estimulam o senso crítico.
A teoria da Análise do Comportamento, criada pelo psicólogo norte-americano Burrhus Frederic Skinner, é uma das bases do projeto. “Ela tem um procedimento de trabalho que possibilita ensinar comportamentos bem complexos – envolve selecionar um comportamento importante, como por exemplo o do senso crítico, identificar o que a pessoa precisa fazer para apresentá-lo e ensinar esse comportamento”, explica Gabriel.
A equipe é composta por seis estudantes de Psicologia, cinco mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e um psicólogo colaborador. O planejamento dos materiais é feito de forma coletiva, e a produção, supervisionada pelos docentes.
O público-alvo da campanha são os alunos de graduação. “O ‘Avalie!’ é diferente de agências de fact-checking, porque essas agências verificam a veracidade de informações. Queremos que qualquer pessoa faça isso por si mesma”, afirma Gabriel.
De acordo com o docente, a intenção é, no futuro, ofertar um curso on-line para professores do ensino médio. Está em andamento, também, um protótipo de jogo digital.
Fake news
O termo, que se tornou popular em todo o mundo com a expansão das redes sociais, passou a ser usado com mais frequência pela imprensa durante a eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos, que elegeu Donald Trump. À época do pleito, empresas norte-americanas de mídia identificaram sites informativos e blogs com conteúdos duvidosos e o assunto ganhou destaque na agenda da sociedade.
