Muitos projetos de pesquisa continuam em desenvolvimento em laboratórios da Universidade Federal do Paraná neste período de pandemia, o que exige cuidados redobrados para evitar a contaminação por Covid-19. Foi justamente com objetivo de auxiliar o controle de acesso a esses locais, que surgiu a ideia do “Check – Acesso Fácil”. Trata-se de um sistema de controle de acesso digital para gestão das equipes a partir de ferramentas gratuitas.
Aplicado inicialmente no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Autossustentável da UFPR (NPDEAS), o sistema deve chegar aos laboratórios do Centro Politécnico e do Campus Jardim Botânico até o início do próximo ano, oferecendo mais segurança para os usuários.
A proposta disponibiliza nas portas dos laboratórios QR Codes impressos que redirecionam professores e estudantes para o preenchimento de um formulário online, ao entrar e sair do local. Os usuários devem relatar ali se estão ou não com algum sintoma, como febre, tosse, entre outros. Os dados serão automatizados para planilhas, que estarão em uma plataforma.
Três estudantes do curso de Farmácia da UFPR, orientadas pelo professor André Bellin Mariano, do Departamento de Engenharia Elétrica, participam da iniciativa desde outubro.
“Será mais fácil rastrear as pessoas que estavam presentes no laboratório e tiveram contato com alguém possivelmente contaminado. O tempo de tomada das devidas providências torna-se mais ágil”, explica a estudante de Farmácia, Allana Resende Santos, que integra a equipe ao lado de Isabella Stallbaum Schemiko e Pauline Almeida Rosa.
O grupo desenvolve agora uma base de dados e inicia, neste mês de novembro, contato para que os laboratórios enviem informações para emissão dos QR Codes. “Cada código será singular. O sistema visa o monitoramento e não controle de acesso. Não permitiremos ou barraremos entradas, iremos monitorar se quem está entrando e saindo teve algum sintoma”, esclarece Allana.
A ação integra o projeto “Covid-19 e agora?” da UFPR, que busca a prevenção da contaminação do novo coronavírus para o retorno seguro das atividades na instituição. Após essa fase inicial, segundo o professor André, a proposta é transformar a solução usada nos laboratórios em um sistema de gestão para toda a universidade.
Startup Check
Criado para atender a demanda da Universidade Federal do Paraná, o sistema também passou a ser desenvolvido como startup. A ideia de impactar outras universidades, escolas e até empresas com a solução foi selecionada pelo Pitch Paraná – programa que apresenta inovações e aproxima startups de investidores. A apresentação aconteceu na última semana
O trabalho baseia-se na aplicação da Metodologia Startup Experience desenvolvida no projeto de extensão Ciência para Todos, do Departamento de Engenharia Elétrica. As alunas do grupo fazem parte do projeto e desenvolvem a startup Check. Atualmente, as três são bolsistas no edital do projeto “Covid-19 e Agora?” e dão sequência ao trabalho.
“A inovação aqui também envolve transformar as soluções criadas na universidade em oportunidades para os alunos de modo a gerar valor na sociedade. Uma startup, a partir do momento que ela cresce, tem o potencial de impactar milhares de pessoas”, conta o docente. “Nosso objetivo é minimizar os impactos de qualquer pandemia e permitir que a vida das pessoas siga na normalidade. Caso uma segunda onda viral retorne, nossa solução vai permitir grande segurança para a gestão de equipes, reduzindo os impactos e permitindo a identificação de possíveis contaminados antes dos sintomas aparecerem. Neste caso, o tratamento precoce poderá salvar muitas vidas”.
O grupo criou um tutorial na internet para que o sistema seja replicado em outros locais. Assista aqui ao vídeo.
