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UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARANÁ

Programa de extensão da UFPR orienta população sobre autocuidado

O autocuidado é essencial para a prevenção de doenças e melhora da qualidade de vida. No entanto, para que esses cuidados sejam feitos de maneira correta, é necessário conhecimento sobre o assunto. Pensando nisso, o Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolve junto ao Departamento de Estomatologia o programa de extensão “Descobrindo o Corpo e Promovendo Saúde Bucal”. Estudantes e professores investigam como o estilo de vida e o grau de informação em questões relacionadas à saúde podem interferir nas escolhas e hábitos das pessoas. A partir desse levantamento, são realizadas dinâmicas ou palestras para orientar a população, conforme cada idade. O programa, que iniciou em 2017, atendeu 429 pessoas somente no ano passado.

Os temas de autocuidado e informação em saúde são voltados para percepção do significado da dor e doença, higiene, comportamento alimentar, lazer, qualidade de vida, entre outros. No programa, são aplicados questionários nos quais os participantes são incentivados a compartilharem seus costumes e dúvidas relacionadas à saúde. A partir das observações dos especialistas, as pessoas são orientadas para que possam cultivar hábitos mais saudáveis e exercer controle sobre sua própria saúde. “Estamos levando a informação da academia para um público que às vezes não tem condições ou ainda não teve contato com o ambiente da Universidade”, conta Giovana Celli, estudante de Odontologia na UFPR e uma das participantes do programa.

Estudantes e professores realizam dinâmicas ou palestras para orientar a população sobre autocuidado, conforme cada idade. Fotos: Divulgação
Estudantes e professores realizam dinâmicas ou palestras para orientar a população sobre autocuidado, conforme cada idade. Fotos: Divulgação

A iniciativa atende a um público diverso e de diferentes faixas etárias. Além das pessoas que procuram por informações de saúde pela internet no site descobrindocorpo.wordpress.com, o programa também atua diretamente com pacientes da Clínica de Especialização e Graduação em Odontopediatria da UFPR e Clínica Dr. Hélio Rotenberg, dependentes químicos em recuperação do Hospital Dia, escolas municipais de Curitiba, pais e crianças da Associação Cristã de Assistência Social (Acridas) e do Ambulatório do Prematuro.

Segundo Elaine Benelli, professora pelo Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR e coordenadora do programa, o “Descobrindo o Corpo e Promovendo Saúde Bucal” preenche uma lacuna do sistema de saúde e de outros programas educacionais ao focar na transformação do indivíduo através do autoconhecimento, não apenas condicionando a população a determinados comportamentos. “Conscientizando o público, produzindo ciência e impactando na formação dos estudantes, o programa de extensão faz valer a máxima: cuidar de si próprio é o primeiro passo para cuidar bem do outro”.

Diálogo com pacientes
durante a graduação

Para alunos da UFPR que participam do programa, a experiência é uma oportunidade de exercer os conhecimentos teóricos adquiridos na Universidade, além da possibilidade de ter contato direto com o público. Para Hadassa Demenjeon, estudante de Design de Produto e bolsista do programa, o diálogo com o paciente ajuda a entender suas necessidades reais e mais urgentes.

Já o aluno de Odontologia e voluntário Marcelo Filho, que participa do programa há dois anos, conta que o contato direto com o público exige a passagem do conhecimento de forma clara e completa. “No projeto posso exercitar essa habilidade em ambientes mais fáceis do que no consultório”, considera. Para o estudante, que atua na área de educação em saúde e na produção de material educativo, o retorno positivo de quem é auxiliado pelo programa é uma das maiores motivações para participar.

Estudantes de graduação têm contato com pacientes e consideram retorno positivo dos participantes como incentivo para desenvolver o trabalho no programa de extensão
Estudantes de graduação têm contato com pacientes e consideram retorno positivo dos participantes como incentivo para desenvolver o trabalho no programa de extensão

A estudante do curso de Odontologia Giovana Celli também aponta o contato com a comunidade e o retorno positivo dos participantes como os maiores incentivos para continuar o trabalho. Além disso, a bolsista relata que a experiência ainda na graduação permite enxergar o ser humano de forma integral e não apenas como uma boca ou dente a ser “consertado”. “Deixamos de ser técnicos para nos tornarmos profissionais de saúde”, considera. Giovana, que executa o projeto em uma obra social que atende a um público em situação vulnerável, também conta uma de suas experiências mais marcantes: “há muitas dúvidas sobre depressão. Acredito que esse seja um dos lugares onde as pessoas podem expor suas angústias sem sentirem uma pressão social que minimize o que sentem”.

Por Gabriel Ramos
Sob supervisão de Chirlei Kohls
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