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Professor da UFPR vence prêmio APCA de tradução

O professor Caetano Galindo, responsável pela mais recente tradução do romance "Ulisses", de James Joyce - Foto: Reprodução

O professor Caetano Waldrigues Galindo foi escolhido pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como vencedor do prêmio na categoria tradução 2012, por sua versão de Ulysses, do escritor irlandês James Joyce. O prêmio é oferecido, anualmente, pela APCA e contempla outras categorias.

Galindo é professor de literatura e tradutor, do Departamento de Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade Federal do Paraná. “Traduzir Ulisses surgiu como etapa da pesquisa do doutorado”, disse o professor. Após dez anos de trabalho, Galindo lançou neste ano a tão aguardada tradução do romance, tendo feito a revisão juntamente com o coordenador do projeto em 2010 e 2011.

Ulysses já tinha duas versões para o português, uma feita pelo professor e filólogo Antonio Houaiss, em 1960; e outra pela professora carioca Bernardina da Silveira Pinheiro, em 2005. O premiado, que já publicou 22 traduções, contou um pouco sobre a trajetória de traduções, e sobre o contexto do livro que lhe rendeu o prêmio mais sério para a tradução brasileira.

“Ulysses é um livro difícil, mas ao mesmo tempo tem personagens bem tocantes. Foi muito louco pra mim, uma das melhores experiências. Recebi a notícia que havia sido escolhido pela APCA pelo (site) Twitter, e sem dúvida foi uma surpresa pra mim, logo chamei minha esposa e fomos nos certificar sobre o comunicado”, contou Galindo.

A história do livro se passa no dia 16 de junho de 1904, é um livro muito rico, com personagens densos e interessantes, o grande problema é encontrar a narração adequada. A narrativa se passa em Dublin e descreve as aventuras de Leopold Bloom e seu amigo Stephen Dedalus ao longo do dia. “Para criar personagens tão ricos Joyce misturou numerosos estilos e referências culturais. O livro é desafiante tanto para leitores, quanto para estudiosos. Sua tradução é uma tarefa considerada de extrema dificuldade, devido à presença de diversos trocadilhos, jogos de palavras, citações, neologismos, referências históricas e literárias, mas é apaixonante”, diz o professor.

O premiado fez questão de mencionar que seu emprego é o de professor, e que ele ama muito o que faz como profissional. “Mesmo realizando minhas traduções, continuo cumprindo a mesma carga horária, com o mesmo número de orientandos que todos os outros professores têm, e com a produção desejada pelo programa da Universidade”. Disse que a editora é bem compreensiva com ele com relação ao seu trabalho. “Faço minha traduções nas horas vagas e de intervalo do meu trabalho como professor da UFPR, e a editora entende bem isso”, salientou Galindo.

Finalizando, Galindo contou que “a tradução virou uma atividade da qual eu não consigo me livrar. O gosto pela tradução é meio vicário. A tradução te permite escrever um livro que já está escrito, proporciona um tipo de contato diferente, e simplesmente agradável”.

O anúncio dos premiados foi no último dia 10, em São Paulo, e a cerimônia de entrega dos prêmios está confirmada para 12 de março de 2013, às 20h, no Teatro Paulo Autran, também em São Paulo.

Por Flaécia Gomes, com orientação de Lais Murakami