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Procura por curso de inglês para professores mostra interesse das pós-graduações da UFPR em internacionalização

A aula inicial de um curso de inglês voltado a professores dos programas de pós-graduação da UFPR, realizada na manhã desta terça-feira (27), foi uma amostra do interesse dos docentes em abrir o leque de experiências internacionais. A procura voluntária pelo curso English as a Medium of Instruction (EMI) foi três vezes acima do número original de vagas, que teve de ser ampliado dentro do seu limite. Assim, a primeira turma do projeto-piloto, pensado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) e pelo Centro de Assessoria de Publicação Acadêmica (Capa), foi fechada em 25 alunos.

Para Ron Martinez, diretor do Capa e professor do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas (Delem), chama atenção a interdisciplinaridade da turma, que reuniu representantes de programas de diferentes áreas, da Biologia às Letras. Martinez comenta que muitos professores revelaram o interesse de “fazer algo diferente”, com base nas demandas que verificam nos seus cotidianos.

Aula inicial do projeto-piloto de EMI. Ao fundo, os professores André Rodacki (sentado, à esq.), Karina Fernandes e Ron Martinez. Foto: Marcos Solivan/Sucom-UFPR

“A vontade de lecionar em inglês tem muitas motivações”, conta Martinez. “Em diversos programas, os alunos têm muitas leituras e pesquisas em inglês e os professores sentem necessidade de prepará-los para isso. Também há o interesse na participação em congressos internacionais”.

O coordenador de pós-graduação da PRPPG, André Rodacki, explica que o curso surgiu de uma necessidade de atender demandas internas (no caso, a procura dos professores por qualificação) e externas, que perpassam editais de fomento que pedem internacionalização. “O centro da proposta é projetar o trabalho da instituição além e, para isso, a PRPPG tem buscado diversas iniciativas”, avalia.

Formato

O curso será composto de dez encontros, sempre às terças de manhã, e de atividades online. Além da oportunidade de treinar conversação, o curso orienta professores a preparar aulas e programação de disciplinas e de planos de ensino em inglês. O formato foi inspirado em uma iniciativa realizada em 2016 com apoio de professores da Oxford University.

De acordo com Karina Fernandes, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) que auxilia Martinez no curso, a intenção é “encorajar” os professores a dar aula em inglês juntamente com suporte específico.

Na primeira aula, a turma teve oportunidade de se apresentar, conhecer o método de trabalho e projetar suas expectativas. “Espero que o curso me dê habilidades para lecionar em inglês. Penso no futuro, num mundo cada vez mais globalizado”, disse Eliane Vendruscolo, do Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular, do Setor Palotina. Carlos Eduardo Silveira, do Programa de Pós-Graduação em Turismo, afirmou que o professor que aprende a lecionar em outra língua consegue aproveitar o interesse de estudantes estrangeiros em sua disciplina.

A expectativa é que outras duas turmas sejam oferecidas em julho, em modo intensivo.

Seminário

A internacionalização institucional também foi um dos temas do Seminário de Pesquisa e Pós-Graduação, promovido pela PPGR, que se encerra nesta terça. Um dos temas, abordado em uma mesa redonda na segunda, foi o edital do Programa Institucional de Internacionalização (PrInt) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O edital teve recentemente os prazos de entrega de propostas adiados de abril para 10 de maio.

O representante da Divisão de Relações Internacionais da Capes, Patrício Marinho, conta que um dos principais desafios das universidades que buscam estabelecer projetos institucionais de internacionalização é chegar a um consenso quanto a estratégias. “A universidade pode tanto optar por enfatizar programas já avançados nesse aspecto ou fortalecer outros, por exemplo”, diz.

Por outro lado, Marinho salienta que abraçar uma segunda língua tem impacto significativo para os programas, especialmente quanto ao acesso a publicações. “Temos incentivado que as universidades criem estruturas de tradução, para que esse peso saia dos ombros dos pesquisadores”, conta.