Um dos projetos vencedores da 8ª Feira de Ciência e Tecnologia do Setor Palotina (Fecitec) recebeu três prêmios na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace) nesta sexta-feira (22). Desenvolvido por João Pedro Silvestre Armani, estudante do Colégio Gabriela Mistral, o trabalho “Revestimentos comestíveis na pós-colheita em laranjas” tem o objetivo de avaliar o potencial protetor de diferentes revestimentos naturais como a quitosana (extraída do camarão) e a cera de abelha em laranjas agroecológicas.
O projeto foi o segundo colocado na categoria “Agrárias”, recebeu o Prêmio Mérito da Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (Abric) e foi contemplado com o prêmio mais importante da Febrace: uma viagem com credencial para participar da Intel International Science and Engineering Fair (Intel ISEF) nos Estados Unidos. A Intel ISEF é considerada a maior feira internacional para estudantes que ainda não chegaram ao nível universitário e dela participam projetos de 70 nações e territórios diferentes de todo o mundo.
Armani, estudante do 2º ano do Ensino Médio, foi orientado pela parceira de Feira de Ciências e professora de colégios da cidade, Carlise Debastiani. O projeto conclui que a quitosana (extraída do cefalotórax do camarão, que é descartado indevidamente e polui o meio ambiente) associada à cera de abelha pode ser utilizada como membrana protetora de frutos. Os dados estatísticos mostram que a melhor aparência ocorreu quando consorciou-se esses dois elementos. Assim, pode-se substituir o uso de agrotóxicos e evitar o descarte do cefalotórax dos camarões.
O trabalho é obra do aluno do Colégio Gabriela Mistral e teve a colaboração de dois projetos de extensão do Setor Palotina que auxiliaram na elaboração do projeto com o revestimento de laranjas, fornecimento de apoio científico e do material biológico (quitosana).
Fecitec
A Fecitec é um evento municipal organizado pela UFPR com o apoio da Secretaria de Educação do município de Palotina que envolve todas as escolas e os colégios da cidade. Desde 2011 a Feira recebe e expõe trabalhos nas áreas de Inovação, Química, Física, Biologia e Matemática com a intenção de incentivar a produção científica nas escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. O projeto de extensão é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e tem apoio de empresas e instituições locais.
O objetivo principal da Feira é incentivar o trabalho em grupo para colocar as ideias criativas ou inovadoras em prática, proporcionando aos vencedores a participação em outras Feiras nacionais e internacionais ou despertando um interesse maior pela pesquisa científica por meio das bolsas de Iniciação Científica Júnior para os alunos destaques. A 8ª Fecitec aconteceu em outubro de 2018 e concedeu, como de costume, viagens e credenciais para que os autores dos projetos vencedores participassem da Febrace. No momento, a 9ª edição do evento está em fase de organização.
Para uma das coordenadoras do projeto, Roberta Paulert, a Fecitec é uma maneira de favorecer a comunicação entre a comunidade, a escola e a universidade, contribuindo para interações sociais. “Podemos destacar também os benefícios que traz para o universo acadêmico porque busca-se a inserção social e educacional do Setor Palotina da UFPR na região Oeste do Paraná, promovendo a integração científica e social entre a comunidade acadêmica e a população”.
Renata destaca que vários projetos apresentados em outras edições da Fecitec já receberam prêmios em diferentes Feiras – incluindo um prêmio da Universidade de Yale, também recebido na Febrace – e também já participaram de Feiras Internacionais em Londres, Portugal, Peru e Costa Rica. “No evento já tivemos trabalhos do Rio Grande do Sul, da cidade de Punta Arenas no Chile e esse ano, provavelmente, receberemos alunos do Paraguai. Estamos trabalhando para fortalecer a internacionalização da extensão do Setor Palotina e da UFPR”, afirma.