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Prazo para se inscrever em edital da AUGM é prorrogado para 8/4; conheça histórias de quem fez o intercâmbio

A Agência UFPR Internacional prorrogou para as 23h59 do próximo domingo (8) o prazo de inscrições de alunos de graduação da UFPR no Programa Escala de Estudantes de Graduação da Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM) do segundo semestre de 2018. Nessa chamada, são oferecidas cinco vagas para interessados em cursar um semestre em universidades da Argentina (Universidad Nacional de Entre Ríos, Cuyo e del Nordeste), Chile (Playa Ancha) ou Paraguai (de Asunción). O edital pode ser conferido aqui.

Para concorrer, os alunos precisam se encaixar em alguns critérios, entre eles ter Índice de Rendimento Acumulado (IRA) igual ou maior do que 0,7 e possuir no máximo uma reprovação, já vencida. Também não pode estar com o curso trancado. Nesse edital, duas universidades argentinas definiram critérios extras. A Universidad Nacional de Entre Ríos seleciona um aluno de Letras Espanhol e a Nacional del Nordeste quer um estudante de Engenharia de Energias Renováveis, do Campus Palotina.

Entre 2001 e 2016, cerca de 200 alunos da universidade tiveram um período de vivência nas universidades da AUGM. São alunos que cursam as graduações mais diversas, como Agronomia, Letras, Serviço Social, Pedagogia, História, Farmácia, Administração, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Econômicas e engenharias. Apenas alunos de Medicina não podem participar.

O Programa Escala existe desde 1994 na UFPR e atualmente participam da rede 34 das mais importantes universidades públicas da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. São lançados dois editais por ano, para contemplar os dois semestres. O programa prevê financiamento de passagens, auxílio para deslocamento, alojamento e alimentação.

Experiências

“Para mim está sendo a melhor experiência da minha vida”, conta Gabriel Muxfeldt, de 20 anos, estudante de Jornalismo da UFPR que está há duas semanas na Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina. Segundo ele, o intercâmbio tem sido uma chance de aperfeiçoar o espanhol e conhecer culturas diferentes. “É bem diferente de apenas viajar, porque você está imerso na cultura no dia a dia. São centenas de intercambistas, então você convive com pessoas de várias nacionalidades”.

Por enquanto, chamou a atenção de Gabriel a diferença entre como funciona o ensino superior na Argentina e no Brasil. “Na Argentina, a universidade pública é de livre acesso. Para entrar, você se inscreve numa carreira, eles dão curso de nivelamento e, dependendo seu desempenho, você entra na faculdade. Por isso as salas de aula têm tipo 200, às vezes 300 alunos. Nas aulas muito procuradas, a galera senta no chão”, conta. “Os professores são muito bons e, por conta do número de alunos, geralmente a aula tem dois ou três professores, contando com os auxiliares”.

Estudante de Psicologia, Pietra Barbosa, de 21 anos, cursou o segundo semestre de 2017 na Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina. A intenção de Pietra era aprofundar os estudos em psicanálise. “As terras argentinas são tidas como referência nessa linha. É a universidade mais antiga da Argentina e a quarta fundada na América do Sul”, conta. Além disso, chamou a atenção dela algumas características do edital da AUGM, como a flexibilidade para comprovar o domínio de língua estrangeira e os auxílios prestados pela UFPR e pela universidade de destino.

Diferenças

Na Argentina, Pietra teve que se adaptar a um currículo acadêmico mais dinâmico, com matérias obrigatórias, optativas e seminários permanentes e não-permanentes — esses últimos, com conteúdos bastante inovadores — além de uma bibliografia extensa a ser vencida. “O contato com a densidade acadêmica e teórica que tive na faculdade me ensinaram a levar mais a sério a formação. É melhor enterrar a soberba acadêmica e se assumir um eterno aprendiz e ‘intercambista’ de conhecimento”, afirma. Com base no que aprendeu, ela acredita que o intercâmbio na América Latina é uma opção que deve ser fortemente considerada por quem se interessa pela mobilidade acadêmica. “O entusiasmo e a curiosidade na maioria das vezes é direcionada para países de outros continentes, o que vejo sinceramente como uma lástima”, avalia.

Foi o que fez Sheron Ribeiro da Silva, de 23 anos, que faz o 3.º ano de Direito. Também no segundo semestre do ano passado, Sheron passou uma temporada na Universidad Nacional del Sur, na Argentina. Ela conta que o país não foi sua primeira opção no edital, mas nem por isso a experiência foi menos marcante. “Muito diferente do que considerava, a oportunidade de ir para uma cidadezinha do Sul argentino, nada turística, me proporcionou uma das experiências mais importantes para minha vida”, diz. “Viver fora, falar outra língua, conhecer gente, descobrir sobre o mundo e sobre si mesmo, é mesmo incrível para as cabecinhas jovens”, conta.

Para Sheron, o intercâmbio rende uma extensa rede de contatos e o estudo de temas relevantes que devem ser retomados. “Estudei assuntos que jamais pensei estudar, e justo nessa universidade e na Argentina. Certamente modificaram e direcionaram meus rumos acadêmicos”, acredita. A estudante também teve a oportunidade de desenvolver habilidades importantes para a sua área, como a oratória — e em língua espanhola. “A maneira de avaliação exigia mais preparo: todas as disciplinas terminavam com uma sustentação oral de algum tema que atravessasse toda a bibliografia estudada, além de trabalhos práticos e discussões ao longo do semestre. Sem dúvidas, aprendi muito nesse processo”.