Com o objetivo de fazer com que o conhecimento desenvolvido na universidade chegue ao mercado, a Agência de Inovação UFPR está com uma oportunidade aberta para transferência de tecnologia. Empresas interessadas na tecnologia de desenvolvimento de plástico biodegradável têm até o dia 25 de maio para enviar propostas.
A tecnologia
Apesar da praticidade e de parecerem inofensivas, as embalagens plásticas acabam sendo um grande risco ao meio ambiente. De acordo com o estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o Brasil ocupa a quarta posição como o maior produtor de lixo plástico do mundo e também é considerado um dos países que menos recicla.
Pensando em buscar novas soluções para o uso do plástico, pesquisadores do Setor de Tecnologia, mais precisamente do Laboratório de Engenharia Bioquímica e de Biotecnologia (Lengebio) do Departamento de Engenharia Química (DEQ), desenvolveram uma embalagem biodegradável capaz de se decompor em apenas cinco meses. O estudo que teve início em 2018, com a pesquisa intitulada “Produção de Filmes Biodegradáveis”, coordenada pela professora Michele Rigon Spier, do Departamento de Engenharia Química , resultou em duas formulações de embalagem 100% biodegradável: uma branca, com base em amido, e a outra é verde e possui base de amidos e algas.
Segundo a coordenadora da pesquisa, a criação da embalagem objetiva a substituição das embalagens atuais. “Nosso objetivo era desenvolver algo novo, inédito para substituir o grande problema que os produtos convencionais estão causando no meio ambiente”, diz Michele. Além da professora Michele, a equipe de pesquisa conta com estudantes de mestrado e doutorado da UFPR e com a colaboração do professor Fábio Yamashita, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Transferência de Tecnologia
Hoje, o invento está em fase de transferência de tecnologia. As empresas interessadas na tecnologia têm até o dia 25 de maio para enviar propostas. Segundo o Coordenador de Gestão Tecnológica da Agência de Inovação UFPR, Alexandre Moraes, a embalagem biodegradável desenvolvida pode ser uma solução mundial . “O desenvolvimento de uma solução sustentável como alternativa aos plásticos existentes representa uma oportunidade para a geração de um novo produto para o mundo, tendo em vista o escopo geográfico do problema que o invento se destina a resolver. Além disso, é uma proposta direta de desenvolvimento de um novo mercado e de economias circulares, como culturas para o fornecimento de matérias-primas, o que resulta na melhoria direta das condições sociais e econômicas das regiões produtoras”.
Para Moraes, são pesquisas como essas que motivam o trabalho de transferência de tecnologia. “Entregar à sociedade resultados que melhorem as condições de vida da população é uma das bases do desenvolvimento tecnológico e pesquisa das universidades públicas. Para que isso aconteça, é preciso entender o sistema da inovação tecnológica como uma cadeia, onde as universidades e centros de pesquisas têm um papel fundamental”.
De acordo com o coordenador de Gestão Tecnológica da Agência de Inovação UFPR, a maioria dos desenvolvimentos e criações necessitam de etapas posteriores e investimentos que nem sempre estão ao alcance das universidades. “Neste contexto, a parceria com a indústria é fundamental. São exemplos os ajustes finos, adaptações à maquinários específicos, geração de plantas piloto e análise estratégica de viabilidade econômica de produção e mercado entre outras”, diz.
As empresas interessadas em desenvolver a tecnologia “Composto Biodegradável de Matrizes Poliméricas”, devem submeter propostas até o dia 25 de maio. O edital e as informações da invenção podem ser conferidas aqui.
Por Agência de Inovação UFPR