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UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARANÁ

Pesquisadores da UFPR são destaque em ranking que aponta cientistas mais influentes em suas áreas

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) tem 14 pesquisadores listados no ranking “Top Scientists” da plataforma acadêmica Research.com, que elege os principais cientistas do mundo em diversas áreas do conhecimento. A classificação é feita com base no índice h, responsável por medir o impacto do trabalho de um indivíduo a partir do número de citações do pesquisador e da quantidade de publicações científicas realizadas.  

O processo de classificação envolveu um exame detalhado dos perfis de 166.880 pesquisadores. Os dados utilizados nessa edição foram obtidos nas bases do Google Scholar e Microsoft Academic Graph, até o dia 6 de dezembro de 2021. 

Ao todo, foram avaliadas 21 áreas, dentre essas, os pesquisadores da UFPR tiveram destaque em oito: Ambiental, Biologia e Bioquímica, Computação, Engenharia Mecânica e Aeroespacial, Materiais, Neurociência, Química e Zootecnia e Veterinária. 

A partir da análise dos pesquisadores, a plataforma investigou mais de 520 instituições nas mesmas 21 áreas. No geral, a UFPR se consolidou como a melhor federal do Paraná, ficando entre as duas principais instituições do estado, a depender da categoria, e entre as 13 melhores instituições brasileiras nas áreas em que foi citada. 

Metodologia 

Além do índice h da disciplina, o ranking leva em consideração o número de publicações em periódicos e conferências classificadas na área. Os cientistas devem ter uma proporção consistente de publicações em locais classificados por disciplina em relação ao seu índice h. A relação bibliométrica dá uma indicação das contribuições pertinentes a uma determinada disciplina. 


Ciências Ambientais 

Essa foi a 1ª edição em que o ranking avaliou a área de Ciências Ambientais. Nessa categoria, Cesar de Castro Martins, professor do Centro de Estudos do Mar, foi o único cientista do Paraná citado e alcançou a 42ª colocação no Brasil. 

As principais pesquisas de Martins abordam o impacto da atividade humana na região da Baía do Almirantado, uma das mais movimentadas do continente antártico. Recentemente, sua equipe identificou a ocorrência de elementos e substâncias associadas ao uso do petróleo e do descarte de esgoto como consequência do aumento dessa interferência. 

Seu projeto foi o único da UFPR aprovado no âmbito da Chamada do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), em 2018, que levou os pesquisadores à região da Península Antártica. 


Biologia e Bioquímica 

A disciplina de Ciências Biológicas e Bioquímicas também foi incluída na classificação pela primeira vez. Nessa área, dois pesquisadores da UFPR tiveram destaque: Carlos Ricardo Soccol, do Departamento de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, e Fábio de Oliveira Pedrosa, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular. Soccol aparece em primeiro lugar no Brasil, enquanto Pedrosa está na 52ª posição.  

Com vasta produção acadêmica e cerca de 80 patentes depositadas, Soccol tem projetos de pesquisas em desenvolvimento em todos os segmentos da biotecnologia. Ele foi o criador do primeiro curso de graduação em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia no país e mentor do Programa de Pós-Graduação em Processos Biotecnológicos, ambos pela UFPR. É pesquisador nível 1A, o mais alto na modalidade de bolsas Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

Em 2018, o cientista recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico, entregue pelo Palácio do Planalto e destinada a pessoas que se distinguiram por suas relevantes contribuições prestadas à Ciência, à Tecnologia e à Inovação. Além dessa honraria, sua produção científica já foi reconhecida com diversos prêmios e títulos.  

Docente da instituição desde 1971 e aposentado há quase 20 anos, Pedrosa é reconhecido em todo o Brasil e internacionalmente pelas pesquisas na área de bactérias fixadoras de nitrogênio, que auxiliam o cultivo de milho, trigo, arroz, cana-de-açúcar e outras plantas.  

As bactérias desenvolvidas pelo grupo da UFPR, liderado por Pedrosa, permitem o aumento da eficiência de utilização dos nutrientes do solo e da água, elevando a proteção contra seca e redução do uso de fertilizantes nitrogenados e a da poluição causada pelos mesmos. 


Ciências da Computação 

O professor Luiz Eduardo Soares de Oliveira, do Departamento de Informática, ficou em 9º lugar nacional no ranking de Ciências da Computação.  

Docente da UFPR desde 2009, Oliveira atua nas áreas de reconhecimento de padrões, aprendizagem de máquina e visão computacional. Em 2003, ele recebeu o prêmio de excelência pela melhor tese de doutorado da ETS/Université du Quebec e, em 2017, foi contemplado com o IBM Faculty Awards. 

Em 2020, aliado a outros pesquisadores, o professor criou um projeto para a detecção do coronavírus por meio de radiografias, com alto índice de precisão. Os pesquisadores utilizaram um sistema computacional que analisou cerca de 14 mil imagens, sendo 183 de pacientes com o novo coronavírus e as demais de pulmões saudáveis ou com pneumonia. 


Engenharia Mecânica e Aeroespacial 

Único cientista do Paraná listado na área de Engenharia Mecânica e Aeroespacial, o professor Felix Sharipov ficou na segunda posição do país nessa disciplina.  

Os estudos de Sharipov sobre deslizamento de velocidade e salto de temperatura numa interface gás-sólido foram utilizados nas interpretações de dados experimentais de medição da constante de Boltzmann e contribuíram para a nova definição da unidade de temperatura Kelvin. Ele também participa do projeto de medida de massa de neutrino chamado Katrin, calculando o escoamento do gás trítio em arranjo experimental, e da implementação de um método de modelagem de escoamentos de gases, desenvolvido no Departamento de Física da UFPR, que será implementado no OpenFoam, um software livre usado na área de dinâmica dos fluidos. As pesquisas do professor da UFPR ampliaram as aplicações da simetria a uma grande classe de fenômenos. 


Ciência de Materiais 

Na área de Ciência de Materiais, Aldo José Gorgatti Zarbin, professor do Departamento de Química da UFPR, se destacou, alcançando a 29ª colocação nacional. 

Membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), a principal linha de pesquisa de Aldo Zarbin trabalha com novas rotas químicas para nanomateriais e foi responsável por desenvolver filmes finos de nanopartículas combinadas que substituem as baterias de íon-lítio. O grupo liderado por ele também já desenvolveu uma nova rota de preparação do grafeno e apresentou novas baterias alcalinas de grafeno e nanopartículas de níquel. Células solares, baterias sustentáveis e sensores fazem parte dos seus projetos. É bolsista produtividade nível 1A. 


Neurociência 

Do departamento de Farmacologia da UFPR, o professor Cláudio da Cunha foi o único cientista do Paraná a aparecer no ranking, ficando na 30ª posição nacional na área de Neurociência. 

Com o objetivo de entender como o sistema neural chamado de núcleos da base aprende a selecionar ações com consequências gratificantes ou ações que evitam situações aversivas, Cunha utiliza técnicas de farmacologia comportamental, neuroquímica, eletroquímica e eletrofisiologia para obter as respostas. Suas principais contribuições científicas foram validar o tratamento de ratos com MPTP como um modelo de déficits cognitivos observados na fase inicial da doença de Parkinson e o modelo do mosaico de espelhos quebrados que propõe que neurônios do corpo estriado codificam ações motoras de partes do corpo direcionadas a objetos. O cientista também lidera pesquisas com calmantes e tratamento na dependência de drogas. 


Química 

Na área de Química, cinco cientistas da UFPR se destacaram. O professor já falecido Philip Albert James Gorin, continua recebendo citações e influenciando os demais pesquisadores do campo. Também aparem na lista os professores Fernando Wypych, Marcello Iacomini, Guilherme Lanzi Sassaki e Luiz Pereira Ramos. 

Falecido em 2014, Philip Albert James Gorin era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR. O acadêmico coordenou diversos programas científicos, como o Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex). Foi pesquisador nível A1 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e consultor científico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Durante sua carreira, publicou mais de 300 artigos científicos em periódicos internacionais, legado que o coloca em destaque até os dias atuais. 

Fernando Wypych atua na área de compostos de intercalação, modificação química de superfícies e aplicação desses compostos em nanocompósitos poliméricos, como catalisadores e fertilizantes de liberação lenta e controlada. Docente da área de química de materiais, Wypych realiza pesquisas para o desenvolvimento de fertilizantes ecológicos inteligentes. 

Pesquisador na UFPR há mais de 40 anos, Marcelo Iacomini é estudioso da área de química de carboidratos, especialmente de polímeros que se relacionam com estruturas biológicas. Ele se concentra principalmente em pesquisas que isolam carboidratos extraídos de plantas que têm potencial de interagir com o organismo humano. É esse processo que dá origem aos fitoterápicos. É bolsista produtividade nível 1A. 

Farmacêutico Industrial, com experiência na área de Bioquímica e ênfase em Química de Glicoconjugados e Síntese de Carboidratos. Sassaki  atua principalmente nos seguintes temas de pesquisa: análise estrutural de glicoconjugados e lipídeos de diversas fontes; atividade biológica de carboidratos naturais ou sintéticos; RMN de compostos orgânicos e MS de compostos orgânicos.  O docente também integra a equipe que desenvolve a vacina UFPR contra Covid-19. 

Luiz Pereira Ramos atua na área de aproveitamento tecnológico de recursos renováveis, com ênfase em química da madeira, biocatálise e na produção de biocombustíveis líquidos de primeira, segunda e terceira gerações. O pesquisador é consultor em várias áreas relacionadas ao desenvolvimento de estratégias de conversão de biomassa em biocombustíveis, insumos químicos e biomateriais. Ramos também coordena o Instituto de Inovação Científica e Tecnológica em Energias Renováveis da UFPR, que atua na produção de pesquisas interdisciplinares. 


Zootecnia e Veterinária 

Já em Zootecnia e Veterinária, dois pesquisadores foram classificados no ranking: Walter Antonio Pereira Boeger, professor do Departamento de Zoologia, na 33ª posição nacional, e Alexander Welker Biondo, do Departamento de Biologia Celular, na 82ª colocação. 

Estudioso das relações e interações entre as espécies, Boeger pesquisou fenômenos como as chamadas enfermidades emergentes, que se espalham rapidamente. Pesquisador e professor da UFPR há 30, suas áreas de atuação são evolução, filogeografia e biogeografia de organismos aquáticos e seus parasitos. O acadêmico também foi o fundador do Laboratório de Ecologia Molecular e Parasitologia Evolutiva (Lempe) da UFPR, que possui raízes na pesquisa aplicada. Atualmente o foco de trabalho do Lempe é o Paradigma de Estocolmo, uma nova visão sobre a evolução do sistema biológico que compõe Gaia. É bolsista produtividade nível 1A. 

Biondo tem experiência na área de Patologia Clínica Veterinária e Biologia Molecular, com ênfase em saúde pública e vigilância ativa de zoonoses. O cientista é coordenador de projetos de pesquisa e extensão no controle de zoonoses, manejo de animais sentinelas e populações em vulnerabilidade – como acumuladores de animais, pessoas em situação de rua, populações privadas de liberdade, indígenas e quilombolas – em áreas urbanas. Lidera um estudo nacional que identificou, em 2020, as primeiras confirmações da presença de Sars-CoV-2 em cães. 

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