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FEDERAL DO PARANÁ

Pais médicos formados pela UFPR acompanham filha, candidata à Medicina no Vestibular 2013

Isadora, candidata da Medicina com seus pais médicos pela UFPR.
Foto: Celsina Favorito

Filha de pai e mãe médicos, a candidata Isadora Spricido quer seguir os passos dos pais ─ Luiz Sérgio e Maryan ─ não apenas na escolha do curso, mas também na instituição de ensino frequentada por eles. Ambos se formaram na UFPR ─ turmas de 1987 e 1992. Bem humorada, a etudante de 16 anos jura que a opção pelo curso “foi feita de livre e espontânea vontade e que não sofreu pressão alguma dos pais”.

Mesmo que conquiste uma vaga no curso mais concorrido do vestibular 2013 da UFPR (70,50 candidatos por vaga), a estudante não poderá frequentar a formação, pois ainda é aluna do 2º ano do ensino médio. Sua participação nesse concurso é para adquirir experiência e “no ano que vem, aí sim, conquistar a tão desejada vaga em Medicina”, planeja a jovem.

Dois outros candidatos ─ Cezar Henrique Lorenzi, de Pato Branco e João Henrique Roceto, de Dois Vizinhos ─ também participaram dessa segunda fase do Vestibular da UFPR, que reuniu em diversos locais da cidade 14.087 estudantes. Ambos têm 17 anos e disputam vagas no curso de Medicina. Cezar conta que participou como treineiro no ano passado e que obteve pontuação suficiente para ingressar em todos os cursos ofertados, menos em Medicina. “Este ano é pra valer e desejo que o resultado seja diferente”, espera ele.

Candidatos de Medicina que residem no interior do Paraná.
Foto: Celsina Favorito

Os três jovens ─ Isadora, Cezar e João – que nem ainda foram aprovados no Vestibular da UFPR, já foram avisados pelos veteranos de Medicina que, caso ingressem no curso, agora ou nos próximos anos, terão que participar de atividades para angariar recursos financeiros para a formatura.

Vinícius Oliveira e Felipe Miguel, alunos do 2º período do curso, contam que esta é uma atividade adotada há muito tempo pelas comissões que organizam a formatura. Estamos em 15 calouros distribuídos estrategicamente pelos locais de prova do Centro Politécnico, vendendo garrafinhas de água a R$2,00 cada. “Na primeira etapa do concurso comercializamos 500 unidades. Hoje, como tem menos candidatos, nosso estoque é menor, 150”, comentaram. A formatura dos dois jovens está prevista para 2019.

Alunos da Medicina vendendo água para angariar recursos para a formatura
Foto: Celsina Favorito

Por um minuto apenas

Um minuto de atraso. Este foi o tempo que impediu o estudante Luigi Bastos, de 22 anos, entrar na sala de provas, no Edifício da Administração/Centro Politécnico, no último domingo (1). O candidato, que participava do concurso pela primeira vez, concorria a uma vaga do curso de Física, justifica o atraso ao fato de ter esquecido a identidade em casa. O retorno à sua residência para pegar o documento demandou mais tempo do que previa.

O que Luigi não sabia é que poderia ter feito as provas, com prejuízo de apenas alguns minutos, para que suas impressões digitais fossem coletadas pelos profissionais da inspetoria designada pelo Núcleo de Concurso da Instituição.

Um minuto de atraso eliminou o candidato
Foto: Celsina Favorito

Bancas especiais

Gabriel Bernardo Burigo, 17 anos, estudante que concorre a uma vaga no curso de Design do Produto, somente participa do Vestibular 2013 da UFPR porque a Universidade coloca à disposição de seus candidatos, com necessidades especiais, uma banca formada por profissionais habilitados para os atenderem durante todo o período das provas.

Gabriel, que nasceu com paralisia e apresenta deficiência física-neuro-motora, fez as provas ontem, domingo (1º) utilizando uma prancha de comunicação alternativa. Com o nariz, ele aponta as letras da palavra que quer formar e das respostas que considera corretas.

Também se beneficiou com a banca especial e teve seu direito de cidadão garantido foi o estudante Deny Mottin de Oliveira, de 21 anos, que concorre a uma vaga do curso de pedagogia. Ele tem deficiência visual e auditiva e foi assessorado por dois profissionais, que adotaram a Língua Brasileira de Sinais (Libras). É a primeira vez que este curitibano participa do vestibular da UFPR porque somente agora “criei coragem”, contou ele aos intérpretes que o atendiam.

Segundo Laura Ceretta, coordenadora dessas bancas do vestibular, os 28 candidatos portadores de necessidades especiais (limitações físicas e motoras; visual e/ou auditiva; dislexia; déficit de atenção (TDH), entre outras, foram acompanhados por um grupo de 15 profissionais. Parte deles atua no Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais da UFPR (Napne), também dirigido por Laura Ceretta, e os outros são de instituições com quem a Universidade mantém parceria, como o Instituto Paranaense dos Cegos, por exemplo.

A gepa Laurra Ceretta com profissionais da banca especial e candidato Gabriel.
Foto: Celsina Favorito