Thomas Martin Buntru é professor da Universidade de Monterrey (Udem), do México, onde também atua na área de internacionalização. Nesta semana esteve na Universidade Federal do Paraná (UFPR) para ministrar conferência sobre o assunto durante o I Seminário de Avaliação do Programa Institucional de Internacionalização (Capes/PrInt) da UFPR. No evento que ocorreu no Campus Rebouças, Buntru abordou a internacionalização nas universidades e atuação e plano estratégico da Udem nesse sentido.
Em entrevista ao portal UFPR, o professor do México falou sobre o cenário da internacionalização da pesquisa, do ensino e da extensão e caminhos possíveis e estratégicos num mundo globalizado. Confira abaixo.
Qual é a importância da internacionalização em um processo mais amplo de pesquisa nas universidades? E a discussão nesse seminário?
Thomas Martin Buntru – A importância está no contexto da globalização em que vivemos, que é um processo sem volta. É nossa obrigação, como instituições educacionais, preparar nossos alunos para este mundo globalizado e, óbvio, para a internacionalização da universidade neste contexto. Por um lado fornecer as ferramentas para se comunicar nesse ambiente globalizado, mas também para analisar a globalização em termos políticos, econômicos, intelectuais, culturais e acadêmicos.
Como você avalia esse contexto da internacionalização da pesquisa hoje? Qual é o cenário?
TMB – Curiosamente, acho que as tarefas da universidade são de ensino, pesquisa e extensão, uma vez que a pesquisa é o ramo mais internacionalizado por natureza. Os pesquisadores sempre cruzaram fronteiras e estiveram em contato com colegas de outras partes do mundo. Eu acredito que é mais importante concentrar esforços na internacionalização do ensino e da extensão. Não quero menosprezar a importância da internacionalização da pesquisa, mas se olharmos para as universidades historicamente, a pesquisa é o ramo que sempre foi internacionalizado antes que o conceito de globalização exista.
O que precisa ser feito para fortalecer não só a pesquisa, mas principalmente essa questão da extensão e do ensino?
TMB – Acredito que a chave é institucionalizar a internacionalização nas universidades. Isso é alcançado através do desenvolvimento de planos estratégicos de internacionalização, que contam com o apoio das altas autoridades das universidades, mas ao mesmo tempo sejam processos transversais e inclusivos. Toda a comunidade acadêmica, estudantes, órgãos acadêmicos e administrativos, precisa ser incluída para que todos tenham em mente a importância da internacionalização e a realizem e vivam dentro da instituição.
Qual é a contribuição social dessa internacionalização não só da pesquisa, mas também do ensino e da extensão?
TMB – Acredito que o resultado final deveríamos ver em nossos estudantes e egressos. Afinal, todo o nosso trabalho está focado na transferência de conhecimento para que nossos alunos sejam pessoas plenas e profissionais com êxito no nosso século 21, porque precisam desenvolver-se em um mundo cada vez menor devido à importância das novas tecnologias tanto de transporte quanto de comunicação. Acredito que o impacto social refletirá em pessoas e profissionais mais capacitados de serem cidadãos globais para participar ativamente na construção de nosso novo mundo.
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