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FEDERAL DO PARANÁ

Idosas praticam exercícios em videogame e realizam suplementação proteica para evitar a fragilidade

A fragilidade física é uma condição clínica que acomete idosos devido a uma série de fatores, na maioria das vezes relacionados ao processo de envelhecimento. O estado que antecede essa condição é chamado de pré-fragilidade e atinge cerca de 50% dos idosos com mais de 65 anos de idade, principalmente do sexo feminino. Nessa fase, o quadro pode ser mais facilmente revertido, especialmente com exercícios físicos e suplementação de proteína. Um projeto de doutorandos estimula a prática de jogos de videogame para melhoria dessa condição.

Há um ano os alunos de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Paraná Jarbas Melo Filho, Simone Biesek e Audrin Said Vojciechowski estão estudando os efeitos de um programa de treinamento físico com jogos eletrônicos e suplementação proteica na função musculoesquelética e risco de quedas em idosos pré-frágeis. O projeto é orientado pela professora Anna Raquel Silveira Gomes e co-orientado pela professora Estela Iraci Rabito.

Foto: Arquivo Pessoal

Um dos recursos utilizados pelos pesquisadores é a atividade física com jogos virtuais. Os exercícios são realizados a partir de um aparelho conectado a um televisor ou projetor digital, por meio do qual a pessoa tenta desenvolver os movimentos de um determinado jogo de acordo com os comandos visualizados em tela. “A proposta dos jogos virtuais é fazer com que o exercício se torne mais lúdico e motivador. As modalidades existentes e possíveis  são diversas, dentre elas existem exercícios ou jogos que trabalham a força, o equilíbrio, a flexibilidade e muito mais”, explica Filho.

O trabalho seleciona idosas com mais de 65 anos de idade que se encaixam nos parâmetros pré-definidos e as divide em grupos de intervenção. Os grupos se distribuem da seguinte forma: exercícios com jogos virtuais; exercícios com jogos virtuais combinados com o uso de suplementação de proteína; somente uso de suplementação de proteína; exercícios com jogos virtuais e uso de suplemento de carboidrato; e grupo de controle, que não realiza a intervenção, mas faz exames de acompanhamento.

Antes de iniciar as atividades, as idosas passam por exames laboratoriais, densitometria óssea, avaliações nutricional, de composição corporal, de força muscular e de equilíbrio. Após três meses de tratamento, novos testes são feitos para verificação dos resultados.

Filho destaca que, com o envelhecimento, algumas mudanças fisiológicas podem apresentar impacto negativo no estado nutricional, como alterações na percepção de diferentes sabores, que frequentemente levam à redução da ingestão de alimentos. “Essa mudanças relacionadas à idade geralmente levam à perda muscular e óssea, aumentando o risco de fragilidade. Evidências demonstram que a ingestão elevada de proteína é benéfica para um bom estado de saúde, para a recuperação de doenças e para a manutenção da funcionalidade nos idosos. Entretanto, muitos idosos não atingem a recomendação mínima preconizada, o que gera a redução na massa corporal magra, piora na capacidade funcional, osteoporose e baixa resposta imunológica”.

A suplementação de proteína pode melhorar a composição corporal das pessoas nessa faixa etária, aumentando a massa muscular e contribuindo para melhora da funcionalidade, diminuindo o risco de quedas. Essa suplementação é feita com um produto que contém o nutriente proteína. “Em nosso estudo utilizamos o produto em pó já disponível no mercado, mas o idoso também pode atingir a quantidade indicada por meio da alimentação”, revela o doutorando que também é fisioterapeuta.

Com relação aos jogos eletrônicos, não é qualquer um que pode ser aplicado ao estudo. O programa é composto por exercícios que trabalham a força muscular e o equilíbrio, por isso é necessário que a atividade seja orientada para maior aproveitamento de cada valência física. Filho conta que, no geral, as idosas aceitam bem o exercício físico com videogame, já que é algo dinâmico e motivador.

A dona de casa Diva Witkowski tem 71 anos de idade e participou do projeto durante três meses no final de 2017. Ela foi encaminhada à equipe por conta de dores nos braços e nas costas e realizava os exercícios com jogos eletrônicos duas vezes por semana. “No decorrer do trabalho eu melhorei muito. Fiquei me sentindo mais leve, as dores diminuíram e a qualidade de vida melhorou. Eu gostei muito e ficaria feliz em realizar as atividades novamente”, diz. Atualmente, Diva continua fazendo exercícios de alongamento em casa.

Até o momento foram avaliadas 134 idosas acima de 65 anos, das quais 40 foram incluídas e participaram efetivamente do projeto. “Ainda temos um número reduzido de participantes para citar análises estatísticas robustas, porém já observamos, de maneira generalizada, uma melhora da condição de pré-fragilidade e do equilíbrio postural”, relata o doutorando.

Até o dia 31 de março as mulheres com mais de 65 anos de idade que se sentem fracas, cansadas, perdem peso sem motivo ou estão caminhando mais lentamente podem se inscrever para participar do projeto. As interessadas devem agendar uma avaliação com um dos membros da equipe (contato abaixo). As avaliações acontecem na Unidade Metabólica do Hospital de Clínicas.

Período de Avaliação: 22/01/2018 a 31/03/2018

Contato de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h:

Audrin: (41) 99710-0860 / asaidvoj@gmail.com

Jarbas: (41) 99725-9493 / jarbasmf@hotmail.com

Simone: (41) 98408-3535 / simonebiesek@hotmail.com

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