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Grupo Carl Sagan é bicampeão da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica; foguete atingiu 308 metros

Com o lançamento do minifoguete Netuno-F/Paraná-29, o Grupo de Foguetes Carl Sagan (GFCS), liderado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), venceu a segunda edição do desafio nacional de foguetes da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), realizada em Barra do Piraí (RJ) e encerrada no último dia 18. O minifoguete alcançou altura de 308 metros, oito metros acima do estipulado no desafio, que ocorreu durante a Jornada de Foguetes 2019. A altura foi ainda superior à do desafio de 2018, também vencido pelo grupo, que lançou um minifoguete que atingiu 288 metros de altura.

Cerca de 80 grupos de foguetes brasileiros foram convidados a participar do desafio. Desses, oito equipes de cinco Estados (Acre, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina) estiveram em Barra do Piraí para os lançamentos. A OBA é realizada pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), com apoio do CNPq.

Na foto menor, acima, minifoguete posicionado; na foto maior, o lançamento; e, na última, o foguete depois do pouso. Fotos/Imagens: Divulgação/GFCS e Reprodução

Para ser classificada no desafio da OBA, a equipe precisa lançar um minifoguete experimental com altímetro a bordo — para registrar trajetória e altura — que seja capaz de atingir 300 metros de altura. O minifoguete deve ainda pousar com paraquedas e atingir a altura mínima no intervalo de 250 a 350 metros. A equipe do GFCS foi a única a cumprir todos os quesitos.

Na avaliação do professor Carlos Henrique Marchi, do Departamento de Engenharia Mecânica (Demec) da UFPR, que coordena o GFCS, todos os fatores do voo transcorreram dentro do planejado: o motor funcionou dentro da margem de erro e o voo foi reto e estável. Também funcionaram o sistema de recuperação, a abertura do paraquedas e o altímetro.

Gráfico mostra a trajetória do minifoguete Netuno-F/Paraná-29 registrada pelo altímetro StratoLogger. Eixo vertical em pés e horizontal em segundos. Imagem: Divulgação/GFCS

“São várias as etapas que precisam ocorrer corretamente para se ter um resultado como o que conseguimos obter. E tudo isso só foi possível porque fizemos vários testes do motor e do minifoguete antes do evento”, afirma. O desenvolvimento e teste do motor e do minifoguete do GFCS contou com a colaboração dos grupos de foguetes da Universidade Positivo de Curitiba, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e da Universidade do Vale do Paraíba (Univap).

Aprimoramento

Desenvolvido por estudantes de graduação e de pós-graduação, o minifoguete Netuno-F/Paraná-29 tem 653 milímetros de comprimento e 44 milímetros de diâmetro. Pesa 696 gramas. O motor da classe F40 acondiciona 100 gramas de combustível.

Segundo a equipe, o custo aproximado foi de R$ 1.331,00, obtidos por meio do subsídio oferecido pela OBA, além dos recursos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PPGMec) da UFPR, dos obtidos com minicursos ministrados durante os Festivais Brasileiros de Minifoguetes e dos próprios participantes da equipe.

Registro da placa eletrônica da cápsula Paraná 29 do foguete, com bateria e altímetros

De acordo com Marchi, o minifoguete é uma versão “mais simples” do Urano/Paraná-20, composto pelo motor Urano e pela cápsula (a “carroceria”) Paraná-20, que é capaz de alcançar mil metros de altura. Com esse minifoguete, o grupo alcançou, em fevereiro, o recorde de “apogeu exato” (aproximação em relação à altura planejada pelo voo) da Associação Brasileira de Minifoguetes (BAR), que organiza um festival anual.

Ainda assim, o minifoguete lançado durante a OBA tem um diferencial importante. “Há uma inovação no Netuno-F/Paraná-29 em relação ao Urano/Paraná-20: é o novo sistema de ejeção do paraquedas que agora é muito mais confiável”, conta o professor.

Sobre o GFCS

Fundado em agosto de 2005, o GFCS tem sede no Laboratório de Atividades Espaciais (Lae) do Departamento de Engenharia Mecânica (Demec) da UFPR, no Campus Politécnico. Atualmente o grupo reúne oito estudantes de pós-graduação e seis de graduação, além de dois engenheiros e dois professores. O grupo conta com a colaboração de professores e pesquisadores da UTFPR e da Positivo.

Da esq. para a dir.: os mestrandos Filipe Melo de Aguiar e Carlos Eduardo Américo; e o doutorando Antonio Carlos Foltran, todos do PPGMec da UFPR; e João Batista Garcia Canalle, coordenador nacional da OBA

Na UFPR, o GFCS faz parte de um projeto de extensão — por meio do qual é realizado desde 2014 o Festival de Minifoguetes de Curitiba, que leva a ciência de foguetes para alunos da educação básica — e do Grupo de Pesquisa em Dinâmica dos Fluidos Computacional (CFD), ligado ao Demec.

Festival

Em 2020, o VII Festival Brasileiro de Minifoguetes está marcado para ocorrer de 1 a 6 de maio nas cidades de Curitiba, Piraquara e Campo Largo. As inscrições já estão abertas nas categorias minifoguete, equipe, seminário e motor-foguete não comercial.

Veja vídeo do lançamento do minifoguete Netuno-F/Paraná-29 aqui

Leia mais notícias sobre o Grupo de Foguetes Carl Sagan neste link

Conheça o site do GDCS aqui

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