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Evento na UFPR incentiva meninas e mulheres a se interessarem pelas Exatas

Organizadoras e ministrantes de oficinas sobre problemas matemáticos comprovam a relevância do papel das mulheres nas Ciências Exatas (Fotos: Amanda Miranda/Sucom UFPR)

A história contada por Raquel Aita, estudante de Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), não teria sido a mesma se ela não fosse medalhista da Olimpíada Brasileira de Matemática. Criada no interior, ela descobriu sua inclinação para os números e, a partir daí, uma série de oportunidades começaram a surgir. Foi assim que passou a ser uma multiplicadora daquilo que mudou sua trajetória – as Ciências Exatas.

Raquel ministra, na próxima terça-feira (11), uma oficina no evento “Meninas nas Exatas: por elas para todos!”, organizado, na instituição, por um grupo de professoras e estudantes que foi crescendo até se tornar enorme. “A rede foi criada espontaneamente, com muita sororidade”, conta a professora do departamento de Química, Camila Silveira, que estuda a temática. “As meninas costumam ser conduzidas e direcionadas para outras áreas. Fazemos parte de um quadro em que as mulheres são minoria”.

O evento, que ocorre no Setor de Exatas, no Politécnico, das 9h às 17h, terá também exposições, oficinas, jogos interativos, mesas redondas e experimentos variados – tudo oferecido gratuitamente, de forma simultânea. Apresentação de pesquisas da Universidade, da Química a partir de uma fábrica de perfumes e uma oficina de foguetes estão entre as atividades planejadas para atrair crianças e jovens de todas as faixas etárias. As inscrições podem ser feitas aqui.

Um dos pontos de partida da iniciativa foi o projeto “Meninas na Matemática: Procuram-se Arletes”, coordenado pela professora Elizabeth Wegner Karas, do Departamento de Matemática. O projeto é financiado pelo CNPq e homenageia uma professora de Matemática que foi decisiva para a história dela, incentivando e arcando com os custos de uma etapa da sua formação. A ideia é incentivar meninas de escolas públicas a investirem nas Exatas, um ambiente culturalmente e tradicionalmente masculino.

O evento é uma prestação de contas do projeto, que reuniu um público de cinco escolas da rede estadual, além de bolsistas da UFPR, mas também uma celebração do Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência e uma porta de entrada a um verdadeiro parque de diversões. Serão mais de 40 atividades que estimulam o amor pela Matemática, pela Química, pela Física, chamando atenção para o fato de que existe algo desigual nos bancos escolares, nas universidades e no mercado.

“Na Química, por exemplo, nós temos cerca de 70% de mulheres nas vagas de Mestrado e Doutorado, mas apenas cerca de 30% mulheres professoras. Por que essas pesquisadoras não estão ocupando esses espaços?”, questiona Camila.

Apesar de reforçar o debate sobre equidade de gênero, o evento é aberto a todos os públicos: homens e meninos serão muito bem-vindos. Apaixonada por Matemática desde a escola, Elizabeth, também uma incentivadora de torneios como as Olimpíadas, lembra que a ideia é divulgar as ciências exatas por uma outra lógica. “Nós acreditamos na transformação a partir da educação e queremos que todos se sintam estimulados a se interessarem e desenvolverem suas habilidades para as exatas. Uma criança não imagina a diferença que o incentivo pode fazer em sua vida”.

 Aprenda a resolver um problema de forma lúdica

Para gostar de Matemática, às vezes, basta gostar de uma boa história. É isso o que Raquel Larissa Moreira, Nadia, Larissa Maciel e Verônica irão apresentar a quem participar da atividade programada por elas: uma oficina que dispensa conhecimentos específicos da Matemática e aposta no lúdico para mostrar que todo mundo é capaz de resolver um problema.

Professoras Elizabeth (esq) e Camila (direita), e um dos grupos que irá ministrar oficinas lúdicas no evento Meninas nas Exatas: por elas e para todos

Apresentadas num ritmo de jogos e competições, as histórias que escondem problemas de lógica foram planejadas por elas tendo como base as provas das Olimpíadas Brasileiras de Matemática, das quais todas são medalhistas. “Acreditamos que seja um incentivo, pois o evento é público e é atrativo para crianças”.

A programação foi construída de forma coletiva, e o engajamento ocorreu de maneira espontânea. Segundo Elizabeth, bastaram chamadas nas redes sociais para que as propostas começassem a aparecer. “A mobilização ocorreu naturalmente e nós ficamos encantadas com a qualidade das atividades que serão oferecidas”, comenta. O evento também está conectado com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, que prevê a equidade de gênero como um caminho para a justiça social.

 

 

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