UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARANÁ

Estudantes e professores da UFPR convidam artistas da Região Metropolitana de Curitiba para debater visibilidade e espaço cultural

Aberto ao público, Seminário de Produção Cênica busca valorizar cultura local e também terá apresentações artísticas

Nos dias 13 e 16 de março, estudantes do curso tecnológico em Produção Cênica da UFPR (Universidade Federal do Paraná) promovem o Seminário Teia Metropolitana. Buscando valorizar a cultura local e conectar a região, a 9ª edição do evento trará artistas da Região Metropolitana de Curitiba para debates sobre temas relacionados ao campo das artes, como o espaço para as manifestações dentro da cidade e as conexões no meio artístico. Para participar do seminário, acesse o canal do YouTube da Teia Metropolitana – confira a programação abaixo.

Tema do Seminário partiu da preocupação com as manifestações locais e da visibilidade dada à Região Metropolitana de Curitiba – na foto, Casa da Cultura, em Colombo. Foto: Divulgação

O evento é realizado pelos alunos da disciplina de “Seminário de produção cênica”, na qual participaram 12 estudantes. Os próprios alunos escolheram a temática e organizaram o seminário, orientados pela professora Cristiane dos Santos. Os debates terão a participação de artistas, gestores culturais, estudantes e professores. Artistas da Região Metropolitana de Curitiba também farão apresentações durante o evento.

O tema dessa edição partiu da preocupação com as manifestações locais e da visibilidade dada à Região Metropolitana de Curitiba. Como explica Cristiane, a intenção é fazer com que alunos e artistas que venham dessas áreas se sintam inseridos, prestigiados e fazendo parte dessa pauta de cultura.

Um debate necessário

Segundo Pedro Gonçalves, diretor de Cultura de Almirante Tamandaré e um dos participantes do evento, discutir cultura de forma qualificada e com diversos sujeitos é fundamental para alargarmos a nossa própria noção do que é esse conceito e da sua presença e importância na sociedade. Para ele, todas as pessoas são agentes culturais e têm importância no debate. “Os humanos são produtores de cultura podendo ser também produtores de linguagens artísticas. Por isso, pensar políticas públicas nessa perspectiva é aprofundar a noção de acesso, fomento e efetivação de direitos além de uma posição crítica do que quer que seja arte e cultura”.

Para Ana Paula Frazão, atriz, diretora de teatro, gestora cultural independente e também uma das debatedoras, falar sobre cultura é sempre necessário e quanto mais espaços para esse tema, melhor. “As pessoas ainda não conseguem entender a importância da cultura, porque ela é intangível, ela negocia com nosso imaginário, com nosso simbólico. Quando as pessoas entenderem esse ‘território’, elas serão mais donas de si, de seus sentimentos e de suas relações com a vida. Enquanto isso não acontece precisamos manter e construir mais espaços de debate, de conversa e de formação sobre o tema”.

De acordo com Thaynã Rodrigues, aluno do curso e um dos organizadores do seminário, eventos como esse são capazes de gerar aproximação entre o meio acadêmico e a comunidade, ampliando horizontes, criando conexões. “São espaços de debate, de expressão, de escuta, de valorização das mais variadas manifestações artísticas e culturais, trazendo visibilidade para as produções locais. Os desdobramentos dos eventos são os mais variados, muitas vezes resultando em parcerias, processos continuados, conscientização, desenvolvimento do pensamento crítico, sensibilização dos olhares para com a arte e aproximação com o mundo artístico e cultural”.

Experiência formativa

O Seminário de Tecnologia em Produção Cênica é feito por alunos para reunirem o que aprenderam ao longo do curso em um projeto construído coletivamente. A ideia nasceu, foi construída e desenvolvida pela turma.

Para Thaynã, a experiência foi de extrema importância para a formação acadêmica. “Estar presente em todas as etapas de um projeto organizado de forma coletiva e horizontalmente requer sensibilidade, empatia, estar disponível para a escuta e compreensão do outro. Isso nos proporciona ter uma visão do todo em um processo de produção cultural”.

Seminário em Produção Cênica é feito por estudantes para reunirem o que aprenderam ao longo do curso em um projeto construído coletivamente. Foto: Divulgação

Segundo a professora Cristiane, o Seminário cumpre com a proposta político-pedagógica da disciplina, já que amarra os debates relacionados ao longo do curso. “A intenção do Teia Metropolitana é fomentar o diálogo entre Curitiba e Região Metropolitana e inserir o estudante nesse diálogo, valorizar a cultura local, exercitar a experiência da produção, se pensar como um gestor de cultura e organizador de eventos”.

Planos para o futuro

A ideia do Teia Metropolitana é que se torne um projeto de extensão, que está no processo de debate em colegiado para ser aprovado. Um dos papéis da extensão é a articulação com a sociedade. Logo, a ideia é convidar alunos da comunidade interna para conduzir projetos-piloto com algumas cidades, e a partir disso debater a relação e problemas dessa cidade no que diz respeito à cultura.

A questão é sair dos eixos oficiais e entender as manifestações artísticas, e a partir dessa aproximação organizar, junto aos gestores e trazendo a comunidade para participar, uma circulação cultural. A ideia é fazer a ponte com o poder público e conectar as cidades, possibilitando uma circulação entre artistas, com a valorização da cultura local. O estudante seria quem iria construir essa logística, desde o estudo do espaço até a produção junto aos artistas.

“Percebemos que o mercado para os produtores que formamos também precisa dialogar com as cidades vizinhas. Curitiba não abraça todos os alunos que formamos anualmente, e existe uma carência de gestores de cultura na Região Metropolitana. É preciso que nosso aluno conheça a cultura dessas comunidades, e que elas conheçam a existência do nosso curso”, diz a professora Cristiane.

Programação

O seminário será distribuído em três mesas que ocorrerão ao longo de dois dias.

Dia 13 de março, sábado:

Mesa das 14h: Teia Metropolitana – Laços Culturais
Tema: Como os artistas e espaços independentes se relacionam com os espaços públicos?, Lei Aldir Blanc, iniciativa pública x privada, produção artística e cultural em tempos pandêmicos
Mediação: Beatriz Marçal
Participantes: Marinei Vidolin, diretora do Departamento de Cultura de Colombo; Arnaldo Silveira, ex-diretor de Cultura na Prefeitura de Pinhais; Robinson Alves, fundador do projeto Apanhador de Livros – Mandirituba; Diviane Schuhli, responsável pela Oficina de Bonecos na Prefeitura de São José dos Pinhais
Apresentação: Mr Blues n Box Duo de Blues de Colombo

Mesa das 18h: Teia Metropolitana – Troca entre Artistas e Gestores
Tema: Arte educação e gestão pública, relação comunidade e cultura
Mediação: Beatriz Borges
Participantes: Ana Paula Frazão, sócia-proprietária e administradora da Casa Eliseu Voronkoff de Araucária; Everton Vieira, artista independente de São José dos Pinhais; Pedro Gonçalves, coordenador do Departamento de Cultura de Almirante Tamandaré; Luiz Gustavo Torres, criador do centro cultural Inspirarte de Campo Largo
Apresentação: Everton Vieira

Dia 16 de março, terça-feira:

Mesa das 19h: Teia Metropolitana – Produções Compartilhadas
Tema: Conversa com os egressos do curso de Tecnologia em Produção Cênica que moravam na Região Metropolitana durante o curso, abordando os impactos da graduação em suas vidas profissionais e conversa com a produção do Teia sobre o processo de construção do projeto
Mediação: Carol e Kesley
Apresentação: Lua Casarin; Andrio Robert- Mandirituba; Igor Stein- São José; Francieli Prata- Almirante Tamandaré
Apresentação: Mônica Luz
Fala da produção da Teia Metropolitana
Apresentação: Pepa

Imagem de destaque da matéria: 
Crédito da foto: Divulgação
Produção: Beatriz Marçal e Kesley Ladaninski
Finalização: Caio Frankiu

Por Breno Antunes da Luz
Sob supervisão de Chirlei Kohls
Parceria Superintendência de Comunicação e Marketing e Agência Escola de Comunicação Pública UFPR

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