A confirmação de que o nome estava na lista de vacinação trouxe alívio e esperança para Lucas Eduardo de Matos. Ele é um dos quase 300 estudantes de cursos da área da saúde da UFPR, que estão em estágio no Complexo Hospital de Clínicas (CHC-UFPR), e foram vacinados no mês de março. “Foi um marco principalmente porque estamos recebendo tantas notícias difíceis. Há alunos longe das famílias, gente que perdeu familiares, eu mesmo perdi um tio. Tínhamos essa insegurança e a vacina representou uma vitória importante”, relata o estudante do décimo período de Medicina.
Mesmo sem contato direto com pacientes contaminados com Covid, Lucas conta que ele e os colegas em internato tinham receio sabendo que um grande número dos portadores da doença são assintomáticos. “Sabemos que os riscos de transmissão continuam, mas a vacina dá uma esperança para que a gente continue fazendo o trabalho, atendendo os pacientes, com um pouco mais de segurança”.
A colega de turma de Lucas, Tayná Mylla Silva Lima, define a data da vacinação como “um dia muito feliz”. “Ficamos emocionados de felicidade em sermos vacinados. Temos esperança de que esses tempos sombrios acabem e o direito de vacina chegue para todos”, destaca a futura médica.
“Os alunos do curso de Medicina em estágio, nos últimos anos do curso, foram considerados prioridade na campanha de vacinação contra a Covid-19, inicialmente, pelo risco de contaminação ao frequentar os estágios, mas também para que pudessem se juntar à força-tarefa de profissionais da área da saúde, mantendo os atendimentos à população nesse momento de sobrecarga para os serviços de saúde”, explica o coordenador do curso de Medicina da UFPR, Paulo Lorenzoni.
Cerca de cinco mil profissionais do CHC receberam a vacina desde o início da campanha de vacinação. No final do mês de março, além dos estudantes, mais de 500 servidores da área administrativa e terceirizados foram imunizados. A UFPR disponibilizou o ônibus intercampi para levar parte deles até o local de vacinação.
As atividades de estágio dos alunos do curso de Medicina voltaram parcialmente no final do mês de junho e, de forma integral, desde o dia 26 de outubro. Os acadêmicos contribuem com o atendimento de pacientes nos ambulatórios e nas enfermarias em setores “não-Covid”.
A atuação dos alunos, de acordo com a coordenação do curso, sempre com supervisão de professores e médicos, ajuda a manter a continuidade da oferta dos atendimentos médicos nesse momento de pandemia. Os setores em que os médicos precisaram ser transferidos para o atendimento de pacientes com Covid-19 têm sido os mais beneficiados com essa contribuição dos estudantes.
“Esperamos que esse grande esforço coletivo durante a pandemia viabilize o aprendizado da boa medicina, fazendo com que todos os nossos alunos completem os estágios necessários para que estejam efetivamente aptos ao exercício da medicina, ou seja, que se tornem bons médicos”, destaca Lorenzoni. “Saber que nossos alunos, agora vacinados, estão cumprindo sua missão, nessa força-tarefa, nesse momento de pandemia, nos traz o feliz sentimento de que todos estão alinhados com o juramento que fazem ao se formar, o juramento de Hipócrates”.