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Estudantes apresentam trabalhos ao Evinci e ao Einti na Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão

Com cerca de 1,8 mil trabalhos inscritos o Evento de Iniciação Científica (Evinci) é uma das atividades que mais movimenta a Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão (Siepe) da UFPR. O evento dá a oportunidade para os estudantes de graduação apresentar os resultados de seus projetos de Iniciação Científica. O evento alcança em 2018 sua 28ª edição, sendo também o mais antigo da Siepe.

Com apresentações acontecendo no campus de Sociais Aplicadas, os estudantes dividiram as apresentações com o Evento de Iniciação Tecnológica e Inovação (Einti) que apesar de mais recente, já chega ao seu 11º ano, com cerca de 160 trabalhos inscritos, o foco do evento está em soluções e inovações tecnológicas.

Apresentação de Jonatas Medeiros, estudante de Letras Libras da UFPR, durante a Siepe 2018. Fotos: Nicolle Schumacher-Sucom/UFPR

Segundo a Coordenadora de Iniciação Científica, Larissa Ramina, responsável pelos eventos, “o aluno que participa de um programa de Iniciação Científica já tem um diferencial, porque além de cumprir todas as obrigações normais do curso, ele ainda é iniciado na pesquisa científica.” A coordenadora explica que no programa o estudante tem a oportunidade de ser orientado por um pesquisador experiente, além de publicar os resultados de seu trabalho. “Normalmente é a primeira publicação da vida acadêmica deste aluno e ainda apresenta seu trabalho aqui no evento para uma banca qualificada” completa Ramina.

Professora Larissa Ramina, coordenadora de Iniciação Científica da UFPR

A participação neste projeto também abre portas para a continuidade na pós-graduação. “Geralmente este aluno de Iniciação Científica continuam sua trajetória de pesquisa no âmbito de um curso de mestrado e doutorado, mas também temos muitos relatos de alunos que tiveram um impacto positivo na sua carreira profissional com essa experiência” expõe a coordenadora. Ela destacou a importância do evento para a divulgação do que é produzido na universidade, já que as apresentações são abertas tanto à comunidade acadêmica como externa.

O estudante do curso de letras-libras, Jonatas Medeiros, apresentou ao Evinci seu trabalho no campo da tradução de língua de sinais. Com foco na UFPR, o estudante pesquisou a tradução para língua de sinais com suporte de vídeo de gêneros acadêmicos, como tese, dissertação e artigo. Medeiros, que também trabalha como tradutor de libras na UFPR, explica que oferecer estes materiais traduzidos para os alunos surdos é muito importante para o aprendizado, já que, para eles, o português é uma segunda língua com a qual muitos ainda têm dificuldades.

“A pesquisa surgiu justamente pela demanda de trabalho aqui da universidade, sou tradutor aqui há 5 anos, e a gente precisava conhecer melhor o suporte em vídeo e como a comunidade surda vem adotando estas ferramentas tecnológicas pra poder ampliar sua comunicação”, explica o estudante.

O uso de elementos como as vestimentas para marcar as transposições dos elementos textuais é uma característica deste tipo de tradução. “Por exemplo, o corpo do texto se apresenta na cor de camisa preta, as citações diretas, na cor da camisa vermelha, os títulos na cor de camisa azul. Então tem uma série de regras que têm um sentido semiótico na tradução”, conta Medeiros. O trabalho foi orientado pela professora Sueli Fernandes.

Marco Franceschi, estudante de Farmácia da UFPR

O estudante de farmácia Marco Franceschi apresentou os resultados do seu estudou sobre o potencial de uso comercial de compostos extraídos de plantas tóxicas. Segundo ele, tais compostos podem ter uso tanto para a farmacologia como em produtos cosméticos ou culinários.

Ele pesquisou plantas como a hortênsia, a espada-de-são-jorge e a comigo-ninguém-pode, plantas que se ingeridas podem causar algum tipo de intoxicação. Uma das descobertas do estudo foi o potencial antioxidante de um composto extraído da hortênsia. Segundo Franceschi, as substâncias antioxidantes têm diversas aplicações e estão presentes, por exemplo, em cremes para a pele, conservantes de alimentos. “A Vitamina C, por exemplo, é uma substância antioxidante” explica. Ele deu como exemplo das possibilidades deste tipo de pesquisa a descoberta do uso do Taxol, um alcalóide vegetal extraído da Catharanthus roseus, conhecida no Brasil como Maria-sem-vergonha, que é tóxica, hoje utilizado no tratamento de câncer de mama.

Franceschi é italiano e, com 57 anos, é um dos estudantes mais velhos da turma, ele resolveu voltar à graduação devido ao curso de biologia que fez na Itália não ser reconhecido no Brasil, escolheu farmácia por querer agregar conhecimento em uma nova área e ter trabalhado muitos anos como representante comercial na indústria farmacêutica.

Inovação

Letícia Furlan, estudante de Fisioterapia

As estudantes de fisioterapia, Letícia Furlan, e Paula Chomem, apresentaram seus projetos ao Einti, no escopo de uma pesquisa maior o projeto de cada uma delas teve o objetivo de buscar soluções que ajudem na prevenção de doenças específicas ligadas ao ambiente de trabalho hospitalar. Letícia Furlan pesquisou a incidência de distúrbios mentais como a síndrome de Burnout (esgotamento profissional) e a depressão em médicos anestesiologistas do Hospital das Clínicas (HC) da UFPR. A escolha das doenças não foram aleatórias, a estudante explica que a primeira parte do trabalho indicou um risco maior de incidência nesta categoria.

“Descobrimos que o esgotamento profissional está presente já nos anos iniciais da profissão, cerca de 28% dos residentes apresentaram sinais da síndrome de Burnout, enquanto a depressão foi mais prevalente em médicos com mais tempo de atuação” explica a estudante que também descobriu pontos positivos em relação à comunicação no local de trabalho e respeito à autonomia profissional.

Paula Chomem, estudante de Fisioterapia da UFPR

Chomem, utilizou a mesma metodologia inicial aplicadas às equipes de enfermagem do HC. Os riscos principais observados foram os de desenvolvimento de doenças músculo-esquelética. A estudante observou a relação das queixas da equipe com a organização do trabalho. “Descobrimos que o trabalhador que sentia mais desconforto, mais dores em coluna, era aquele que ficava mais tempo em pé e mais tempo andando durante o procedimento cirúrgico, por exemplo”. Chomem também pode concluir que havia menor incidência de problemas naqueles que praticavam atividade física regular, ela fez ainda um levantamento da natureza e intensidade destas atividades, para aqueles que praticavam, para compreender melhor este benefício.

As pesquisas das estudantes mostraram que a metodologia desenvolvida pode contribuir para um melhor diagnóstico dos riscos que afetam cada categoria e oferecer medidas de prevenção mais eficazes.

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