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FEDERAL DO PARANÁ

Escola mais sustentável projetada pela UFPR com tecnologia inédita deve ser construída em Piraquara

Projeto desenvolvido por professores e estudantes da Universidade ficou entre finalistas de competição internacional nos Estados Unidos e atraiu interesse de empresa de São José dos Pinhais, que pretende começar obras no fim deste ano

Num primeiro olhar para dentro do edifício em projeção de realidade virtual a sensação é de estar em casa, com uma estrutura que lembra o próprio lar. Do virtual para o real, o aconchego se soma à busca de sustentabilidade com uma construção que gera a própria energia elétrica, reaproveita a água das chuvas e traz conforto térmico por meio de uma tecnologia inédita desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Trata-se de uma escola projetada num terreno do município de Piraquara (PR) por professores e estudantes de pós-graduação da Universidade. O trabalho ficou entre finalistas da competição internacional Solar Decathlon Design Challenge, nos Estados Unidos, com o primeiro lugar na votação de júri popular na categoria Escolas, e atraiu o interesse da empresa de galpões Portal IC, de São José dos Pinhais (PR). A intenção é colocar a ideia em prática, com previsão de começar as obras no fim deste ano numa área localizada no Contorno Leste da BR-116, nas proximidades da represa do Rio Iraí, em Piraquara.

Escola é projetada pela UFPR com tecnologia inédita que faz o ar externo circular no subsolo, usando ventiladores para enviá-lo para dentro do edifício por cavidades nas paredes. Imagem: Divulgação
Escola é projetada pela UFPR com tecnologia inédita que faz o ar externo circular no subsolo, usando ventiladores para enviá-lo para dentro do edifício por cavidades nas paredes. Imagem: Divulgação

O coordenador da equipe que desenvolveu o projeto, Aloísio Leoni Schmid, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPR, explica que a tecnologia inédita que batizou “capacidade térmica remota” faz o ar externo circular no subsolo, usando ventiladores para enviá-lo para dentro do edifício por cavidades nas paredes. “Os tubos de ar ainda passam por dentro de uma piscina de contenção de cheias, o que acelera o processo. Esse ar é previamente filtrado e desbacterizado e tem doses certas e locais estratégicos para ser insuflado na construção de modo a trazer a temperatura dos ambientes para a faixa desejada sem necessidade de ar-condicionado ou aquecedor”, continua. Além disso, a construção é leve em estrutura de madeira laminada colada, tecnologia que está crescendo e reduz o impacto ambiental de escolas convencionais, de acordo com o professor.

A instituição de ensino projetada gera a própria energia elétrica por meio de painéis fotovoltaicos, que aproveitam a radiação solar, distribuídos no pátio e nas janelas. “A estrutura também foi pensada para uma região com problemas de violência, buscando integrar a comunidade. A ideia apresentada foi disponibilizar equipamentos ao público aos fins de semana, como auditório, biblioteca e refeitório, criando um sentimento de pertencimento e responsabilidade pela escola”, diz o professor Schmid.

A instituição de ensino projetada gera a própria energia elétrica por meio de painéis fotovoltaicos, que aproveitam a radiação solar, distribuídos no pátio e nas janelas. Imagem: Divulgação
A instituição de ensino projetada gera a própria energia elétrica por meio de painéis fotovoltaicos, que aproveitam a radiação solar, distribuídos no pátio e nas janelas. Imagem: Divulgação

De acordo com o diretor da empresa de consultoria e planejamento EPI, que atende ao Portal IC, Didio Costa da Rocha Loures, os diretores do Portal IC apoiaram a iniciativa e pretendem construir a escola, com algumas adequações necessárias, dentro do complexo Portal da Graciosa, em Piraquara. O empreendimento compreenderá um condomínio logístico e corporativo e equipamentos sociais, como escola, creche e centro de inovação. A área total possui 300 hectares, com 150 mil metros quadrados para a construção da escola, que deve oferecer ensino fundamental e médio.

“O projeto [da UFPR] é não só inovador em termos de tecnologia, mas foi desenvolvido num contexto de realidade. A proposta veio ao encontro da cultura organizacional dos empreendedores, que se preocupa com as questões sociais”, diz Loures. O diretor explica que a ideia é construir uma escola que seja um centro de referência mundial de educação da infância à juventude.

A escola tem como um dos objetivos sociais a educação ambiental e contará com edifícios com salas de aula, laboratórios, vestiários, auditório, biblioteca, refeitório, pátio coberto e duas quadras de esporte, sendo uma coberta.

Destaque em competição internacional

O projeto desenvolvido por quatro professores e seis estudantes de pós-graduação da UFPR foi destaque na Solar Decathlon Design Challenge, que ocorreu entre os dias 12 e 14 de abril, nos Estados Unidos. O trabalho ficou entre oito finalistas, sendo o único de universidade brasileira, na categoria Escolas da competição internacional, com o primeiro lugar na votação de júri popular.

Para apresentar o projeto no evento internacional, os pesquisadores da UFPR criaram modelo em realidade virtual. Foto: Divulgação
Para apresentar o projeto no evento internacional, os pesquisadores da UFPR criaram modelo em realidade virtual. Foto: Divulgação

O coordenador da equipe da UFPR, professor Aloísio Leoni Schmid, explica que o objetivo do evento internacional é explorar a eficiência energética, que é a economia de energia sem prejuízo dos serviços energéticos, e o fornecimento de energia de fontes renováveis para tornar os edifícios autônomos energeticamente. “Recebemos vários elogios, especialmente pelo design do projeto. A UFPR pode se alegrar sabendo que se nivela com as melhores universidades do mundo na integração de energia renovável, eficiência energética e projetos arquitetônicos”, diz.

Os jurados avaliaram dez desafios principais – por isso, Decathlon – entre eles, o desempenho energético da construção, inovações para a construção civil, estrutura, arquitetura e viabilidade financeira. Para apresentar o projeto no evento, os pesquisadores da UFPR criaram modelo em realidade virtual.

Parte da equipe da UFPR que participou da Solar Decathlon Design Challenge, nos Estados Unidos. Foto: Divulgação
Parte da equipe da UFPR que participou da Solar Decathlon Design Challenge, nos Estados Unidos. Foto: Divulgação

A equipe da UFPR é formada pelos professores Aloísio Leoni Schmid, Maria Regina Leoni Schmid Sarro, Fabíolla Xavier Rocha Ferreira Lima e Márcio Henrique de Sousa Carboni; e estudantes de pós-graduação Sofia Hinkel Dias, Rafael Santos Fischer, Alexandre Ruiz da Rosa, Luiz Gustavo Grochoski Singeski, Flávia Aparecida Oliveira e Julia Fernanda dos Santos Blasius. Os pesquisadores são dos programas de pós-graduação em Engenharia de Construção Civil e em Design da UFPR.

Assista abaixo ao vídeo que mostra a escola projetada:

Por Chirlei Kohls
Parceria Superintendência de Comunicação e Marketing (Sucom) e Agência Escola de Comunicação Pública e Divulgação Científica e Cultural da UFPR

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