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“É uma questão de sobrevivência”: pesquisadores alertam sobre riscos da poluição e contaminação marinha; ouça podcast

A poluição e a contaminação do ambiente marinho são grandes preocupações da ciência e um desafio a ser vencido no contexto da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. E uma coisa é certa: sem a ciência e a participação dos gestores públicos e dos cidadãos, o caminho há de ser muito mais difícil. 

Esse foi o tema principal da segunda edição do Programa Coalizão UFPR pela Década dos Oceanos, transmitido nesta quarta-feira, pelo YouTube, e disponível para a visualização e também no formato de podcast. Durante pouco mais de 45 minutos, os professores Rosana Rocha, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, Ciro Alberto de Oliveira Ribeiro, do Laboratório de Toxicologia Celular e Camila Domit, coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC), trouxeram informações e novas perspectivas sobre o assunto, que está na agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. 

O professor Ciro lembrou que o conceito amplo de poluição pode se referir a muitas coisas, desde a poluição visual em uma paisagem até a interferência provocada por algo que não se pode observar, como uma molécula, por exemplo. “Moléculas bem pequeninas podem trazer malefício ao ambiente“, pontua. Já a professora Rosana lembrou que há, ainda, outros tipos de poluição, como quando uma espécie é introduzida acidentalmente em um ambiente diferente do seu ou mesmo por interesses econômicos. 

Imagem de Rilsonav por Pixabay

Camila explicou que uma das formas de se perceber a poluição marinha é analisando o estado de saúde dos animais. Golfinhos, por exemplo, que são predadores do topo da cadeia, apresentam vários níveis de contaminação química em diferentes órgão. E o fato de as moléculas se espalharem junto às correntes faz com que animais que vivem em ambientes sem atividades humanas também sejam afetados: caso dos ursos polares e pinguins da Antártida, como alertou Ciro.

“Os vertebrados não têm essa facilidade de eliminação e vivem por muitos anos: eles vão acumulando as substâncias ao longo da vida, também pela alimentação”, reforçou Camila. 

Substâncias como metais pesados e contaminantes policlorados estão se dispersando pelo oceano, causando prejuízos difíceis de se calcular. “Há moléculas que podem ser absorvidas pelo ambiente, mas às vezes elas chegam numa quantidade muito maior do que o ambiente pode suportar. E as atividades antrópicas contribuem para que isso ocorra, como as atividades urbanas, industrial e agrícola”. Na África, chegou a se localizar concentrações de DDT, pesticida de alto risco, no músculo dos crocodilos em um parque. “Questões antrópicas são muito mais problemáticas“, disse o professor.

A professora Rosana destacou a importância de se sensibilizar a todos de que o mar começa em lugares que nem sempre imaginamos, como os bueiros da cidade. “Não importa se você está na zona costeira, pois há uma conexão entre os rios e os ambientas marinhos”. Como exemplo, ela destacou uma iniciativa em Portugal que pode inspirar projetos no Brasil, chamada de “O Mar Começa Aqui”. 

Os pesquisadores reforçaram que é uma questão de cidadania, mas também de políticas públicas, lutar para que esse cenário de contaminação seja revertido. Do fazer café ao lavar a louça, do uso de aromatizantes até a opção por produtos mais amigáveis ao meio-ambiente – tudo pode desembocar no mar.

No coletivo temos condição de conseguir sistemas mais adequados“, pontuou Rosana.

“Prevenir significa poupar vidas”, disse Camila. 

O professor Ciro também falou sobre a importância da tecnologia nesse cenário. Segundo ele, muito já se avançou, mas é preciso mais.

“Isso só se resolve com aplicação de recursos em ciência e tecnologia. É uma questão de sobrevivência“. 

O Coalizão UFPR pela Década dos Oceanos é uma produção da Superintendência de Comunicação e Marketing, com direção e transmissão de André Filgueira, produção de Amanda Miranda e roteiro dos pesquisadores. Vídeos produzidos e editados por Jéssica Tokarski. No podcast, edição de André Filgueira e locução de Laís Murakami.

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A Coalizão 

Os pesquisadores e as pesquisadoras da Universidade Federal do Paraná que estudam temas relacionados aos oceanos estão convidados a se unirem em torno de um objetivo: formar uma coalizão institucional para planejar ações relacionadas à Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, estipulada pela Organização das Nações Unidas para os anos de 2021 a 2030. O primeiro passo é preencher um formulário para que a rede seja mapeada e se estabeleça. 

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