A carreira de engenheira ambiental de Noemi Vergopolan Rocha mal começou e ela já tem muita coisa para comemorar. Graduada pela Universidade Federal do Paraná em 2013, a jovem de 24 anos já tem no currículo um estágio na Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) e está se preparando para um doutorado em Engenharia Civil e Ambiental, com foco em Recursos Hídricos na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
A oportunidade para viver uma experiência acadêmica internacional começou em sua participação no Ciência Sem Fronteiras, pelo qual passou dez meses estudando na North Carolina State University (NCSU). “A experiência cultural foi muito valiosa, aperfeiçoei o inglês e aprendi muito sobre o país”, conta. “Na universidade tive a oportunidade de selecionar as disciplinas de meu interesse e aprender por meio de várias atividades práticas com professores que são referência no assunto”.
Na UFPR, a engenheira foi bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/Cnpq) no Laboratório de Meteorologia, sob a orientação da professora Alice Marlene Grimm, do Departamento de Física da UFPR, avaliando o impacto das mudanças climáticas no eventos el niño por meio de modelos climatológicos globais. Além disso, estagiou por dois anos no Departamento de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), onde trabalhava com eventos hidrológicos extremos e incidência de descargas elétricas. “Aprendi muito com essas duas experiencias, e sem dúvidas foram o meu diferencial tanto para o aceite na NCSU, Nasa e agora para Princeton”, garante.
O estágio de verão na agência espacial, em 2013, foi possível graças à iniciativa da própria estudante, que entrou em contato com os pesquisadores contando a sua história, experiência profissional e sua área de interesse – modelagem matemática e sensoriamento remoto, na qual já havia focado seus estudos na UFPR e na universidade norte-americana. “Consegui uma vaga para trabalhar com o Dr. Joshua Fisher no Jet Propulsion Lab/Caltech avaliando o impacto do desmatamento no ciclo da água na Amazônia por meio de produtos de satélite”, lembra. “Foi uma experiência incrível, poder trabalhar em um dos maiores centros de tecnologia do mundo, e ainda pesquisar algo relacionado ao meu país. Tive a oportunidade de conhecer e aprender na prática com muitos cientistas, engenheiros e estudantes do mundo inteiro”.
O PhD que fará em Princeton, uma das universidades mais renomadas do mundo e para qual tem bolsa integral, também é nesta área, com o diferencial da assimilação de dados de satélite em modelos matemáticos para a melhoria na previsão de eventos hidrológicos extremos, tanto de seca quanto de cheia. O programa de doutorado, cujas aulas iniciam no próximo dia 10 de setembro, dura cinco anos e Noemi não tem pressa para definir o que fará após a conclusão dos estudos.
“Ainda não tracei planos específicos para o futuro, cinco anos é bastante tempo”, diz, acrescentando que os planos e as perspectivas mudam e os horizontes se expandem conforme conhecemos outras realidades. “Inicialmente, pretendo desenvolver uma tese de doutorado com aplicação prática na minimização dos problemas abundância e escassez hídrica, e futuramente implementar essa ferramenta para a solução de problemas práticos”.
Além desta instituição, a profissional foi aceita, também com bolsa integral, em outras duas universidades dos EUA (University of Southern California e University of California Davis) e três da Europa (Delft University of Technology e University of Twente, na Holanda, e Royal Institute of Technology, na Suécia). Princeton, segundo ela, é a que melhor atende seus interesses e perspectivas profissionais.