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Comissão Nacional da Verdade realizou audiência no Teatro da Reitoria

Comissão da Verdade da UFPR
Comissão da Verdade da UFPR

A Comissão Nacional da Verdade esteve reunida no Teatro da Reitoria nesta segunda-feira. Com a presença de diversos representantes de instituições da sociedade civil, foi implantada oficialmente a Comissão de Resgate da Verdade, Memória e Justiça da UFPR. O reitor Zaki Akel Sobrinho deu posse aos sete membros da comissão, os professores  Vera Karam Chueiri, Pedro Bodê de Moraes, Nizan Pereira, Eduardo Salamuni, Adriano Codato, Maria Odette de Pauli Bettega e José Antonio Peres Gediel. A comissão terá, entre suas atribuições centrais, examinar as violações de direitos humanos ocorridas no âmbito da UFPR no período entre 1946 e 1988. Segundo a  professora Vera Karam. “Vivemos um momento especial para a UFPR. É a oportunidade de pensar sobre e contra o esquecimento, que potencializa a injustiça. Temos o compromisso de investigar atos cometidos por professores, técnicos e alunos da UFPR, que representam crimes, e também um compromisso com aqueles professores, técnicos e alunos  e suas famílias que sofreram com estes atos. Esta é nossa missão”, declarou.

Paulo Sérgio Pinheiro, membro da Comissão Nacional da Verdade, salientou que a comissão não pode trabalhar sozinha. Por isso, colocará à disposição das comissões estaduais  as suas competências, que incluem a possibilidade de convocar cidadãos para depoimentos e acesso a arquivos de qualquer nível de sigilo. “O corpo docente e o movimento estudantil da UFPR passaram por grave repressão durante a ditadura”, observou. Ele ressaltou que a Comissão Nacional tem o compromisso de entregar um relatório a ser publicado em maio de 2014. Os dados permanecerão no Arquivo Nacional. “Esta será a história oficial do Estado brasileiro sobre a ditadura militar e ficará acessível às novas gerações, que vão perdendo a consciência do desastre que foi o autoritarismo no Regime Militar”, completou.

Também pela manhã foram assinados acordo de cooperação entre o Fórum Nacional da Verdade e a UFPR, e entre o Fórum e a OAB-PR, para investigação dos casos ocorridos no Paraná. A solenidade contou com a homenagem simbólica aos assassinados na ditadura no Paraná.

Reitor Zaki Akel Sobrinho deu posse à comissão
Reitor Zaki Akel Sobrinho deu posse à comissão

As atividades continuam à tarde, com testemunhos de sobreviventes da repressão ocorrida no estado, entre eles Vitório Sorotiuk, líder estudantil na época e hoje advogado, e Narciso Pires, presidente da Ong Tortura Nunca Mais. Nestes e em outros depoimentos serão lembrados episódios de repressão que ocorreram em áreas urbanas e rurais do estado. As mais conhecidas são a Operação Marumbi, a prisão dos estudantes na Chácara do Alemão, o Massacre de Medianeira, ligado à Operação Condor e à Guerra de Porecatu.

A operação Marumbi foi uma ação realizada em 1974 pela Delegacia da Ordem Política e Social (Dops) e do Centro de Operações de Defesa Interna – Destacamento de Operações Internas (Codi─DOI), que culminou na prisão de 65 pessoas contrárias ao regime militar e supostamente ligadas a partidos de esquerda. Nesse mesmo ano, seis militantes de esquerda foram assassinados na Região de Medianeira, cidade brasileira que faz fronteira com a Argentina, em uma operação que ficou conhecida como o Massacre de Medianeira.

Também na época da ditadura, o emblemático caso da prisão de estudantes que realizavam um congresso clandestino da União Nacional dos Estudantes em uma chácara próxima a Curitiba marcou o endurecimento do regime e a intensificação da repressão a estudantes ligados à militância.

Já a Guerra de Porecatu foi um caso de repressão policial ao movimento camponês no interior do Paraná, que ocorreu na década de 50 e se enquadra entre as violações de direitos humanos que podem ser abordadas pela Comissão da Verdade, que investiga o período de 1946 a 1988.

A audiência pública da CNV em Curitiba é realizada em parceria com o Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça. Outras 45 organizações do Estado apoiam a realização do evento. A expectativa é que a Assembleia Legislativa paranaense vote também neste dia 12 a criação da Comissão Estadual da Verdade do Paraná.

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Serviço:

O quê: Audiência Pública sobre violações de Direitos Humanos ocorridas no Paraná durante a ditadura.
Assinatura do Termo de Cooperação com o Observatório da UFPR e com a OAB-PR

Quando: Segunda-feira, 12 de novembro

Horário: Das 9 às 17 horas.

Onde: Teatro da Reitoria da UFPR – Rua XV de Novembro, 1299.

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