Um mar de lama – e de gente – marcou um dia de alegria e comemorações para 5.180 novos alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), aprovados no Vestibular 2019/2020. Centenas deles escolheram a sujeira das tintas e do barro para acompanhar o inconfundível sorriso de vitória que marca a aprovação em um processo seletivo no qual se inscreveram mais de 38 mil concorrentes.
Tradicional na UFPR, o Banho de Lama reuniu candidatos, professores e familiares ao longo da tarde no Campus Cabral – conhecido também como Campus Agrárias –, recepcionados pelos colegas em uma festa com música e com direito às boas vindas do reitor Ricardo Marcelo Fonseca. “Este é um espaço de encontro e solidariedade”, disse.
Este ano, o vestibular teve indicadores expressivos com relação ao número de concorrentes do Paraná – 90,71%; equidade de gênero – 50,23% homens e 49,77% mulheres; – e estudantes vindos da escola pública – 59,79%.
Julia Oliveira Rodrigues faz parte do percentual de egressos da escola pública. Com um sorriso que mal cabia nela, ao lado de uma mãe orgulhosa, ela comemorou o desempenho e a conquista. É a mãe, Silvia Oliveira, quem conta que essa é a primeira aprovação da família em uma universidade federal.
A nova estudante de Arquitetura dedicou longas horas diárias à rotina de estudos. Na primeira tentativa, em 2019, ficou na primeira fase. Dessa vez, matriculou-se num cursinho e conseguiu. “Eu tinha dúvidas se eu ia passar, por isso preferi ver o resultado em casa. Mas estou muito feliz”, disse. “É tudo de bom, ela merece muito, porque se dedicou e nos encheu de orgulho”, conta a mãe, que em 2020 vai se formar em Enfermagem.
Sorrisos e expectativas
Natural de Portugal, Rodrigo Monteiro Batista Nobre carimbou seu passaporte para o curso mais concorrido da UFPR e já está preparado para encarar a maratona de estudos de Medicina. Em sua terceira tentativa, ele conseguiu a vaga e, por telefone, deu a notícia para os pais, que moram em Joinville. “Passei, mãe!”, disse, entusiasmado, em chamada de vídeo.
A expectativa, agora, é poder achar um equilíbrio entre a rotina de estudos e dedicação e os momentos de lazer que fazem parte da vida de um universitário. “Vou estudar muito, mas quero achar esse equilíbrio para me divertir também”, brinca.
Completamente coberto de lama, Pedro Jorge Chang Pacheco deixou o pai, Paulo César Pacheco, orgulhoso e emocionado. Lado a lado, eles viram o resultado do vestibular no mural situado no campus. “Demos apoio incondicional a ele”, lembra o pai do calouro de Economia.
No ano passado, Pedro tentou Engenharia Elétrica, mas não passou. Este ano, mudou de opção, fez cursinho e pode vibrar pela aprovação, pois seu desejo sempre foi estudar na federal. “Foi um alívio ter conseguido contemplar todo o esforço do cursinho”, comemora.
De primeira
Tal mãe, tal filha. Nicole Pansolin Assis vai ser engenheira civil, como a mãe, Adriana Pansolin Assis, e o pai. Aprovada na primeira tentativa, conta que não tinha expectativas de passar e que, por isso, ficou bastante surpresa com o resultado. “Eu espero que seja muito legal daqui para a frente”, prevê ela, que também preferiu acompanhar o resultado de casa e só depois foi para o banho de lama.
Uma das 50,23% mulheres aprovadas no vestibular 2019/2020, não se intimida com o fato de as engenharias serem predominantemente masculinas e está preparada para os desafios que têm pela frente.
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