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FEDERAL DO PARANÁ

Bancada federal paranaense conhece detalhes da Vacina da UFPR contra a Covid-19

UFPR busca garantir recursos para a fase clínica de testes da vacina contra a Covid-19. Foto: Marcos Solivan/ Sucom UFPR.

Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná apresentaram a vacina da UFPR contra a Covid-19 para parlamentares paranaenses da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A reunião foi realizada de forma remota. O objetivo foi buscar recursos para a fase clínica de testes, prevista para iniciar em seis meses. “A gente não pode parar a pesquisa. Na hora em que conseguirmos os êxitos esperados até o final do ano, precisamos estar com todo mundo comprometido. Para nós, uma das alianças mais estratégicas é com os representantes do povo paranaense no parlamento”, afirmou o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca.

Durante a reunião, os pesquisadores Emanuel Maltempi de Souza, Marcelo Müller dos Santos e Breno Castello Branco Beirão apresentaram aos parlamentares as informações sobre a vacina em desenvolvimento. O imunizante tem baixo custo de produção e apresentou resultados positivos nos três experimentos realizados com animais. “O soro do camundongo foi coletado depois de duas doses da vacina. A quantidade de anticorpos no soro animal foi muito grande. O soro, mesmo diluído 16 mil vezes, ainda testou positivo contra as proteínas virais. Em alguns animais nós precisamos diluir 500 mil vezes. Este valor, em um teste semelhante, é de 10 a 100 vezes maior do que o da AstraZeneca”, explicou o professor Emanuel, ressaltando as diferentes condições dos ensaios realizados com a Vacina da UFPR e com a da AstraZeneca.

A Vacina da UFPR tem característica multifuncional, o que quer dizer que pode ser reconfigurada para atender variantes do Sars-CoV-2 e adaptada para doenças como dengue, zika vírus, leishmaniose e chikungunya. Outra vantagem é que o imunizante é produzido com tecnologia 100% nacional, o que garante soberania tecnológica ao país, que hoje depende de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) estrangeiro para produzir as vacinas contra a Covid-19.

“Podem ter certeza de que a universidade dos paranaenses, a Universidade Federal do Paraná, vai estar sempre a serviço da nossa comunidade. Seja nos tempos de tempestade, como agora, mas também nos tempos de calmaria”, finalizou o reitor.

Recursos

O desenvolvimento da Vacina da UFPR começou em meados de 2020, com financiamento de R$ 230 mil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A UFPR investiu R$ 40 mil de recursos próprios. Recentemente, o governo do Paraná garantiu mais R$ 995 mil para equipamentos, custeio e bolsas de pesquisa. No entanto, estes valores são para a realização dos testes pré-clínicos. A universidade busca novos recursos para financiar a fase clínica.

Bancada paranaense disse que vai trabalhar para conseguir os recursos necessários para os próximos passos da Vacina da UFPR. Foto: Marcos Solivan/Sucom UFPR.

O líder da bancada paranaense na Câmara Federal, o deputado federal Toninho Wandscheer (PROS), disse que pretende conseguir o dinheiro necessário para a fase clínica com recursos da emenda impositiva (cerca de R$ 10 milhões), com contrapartidas do Governo do Paraná (cerca de R$ 10 milhões) e em recursos a serem negociados com o Governo Federal (cerca de R$ 30 milhões). “A bancada do Paraná vai conseguir viabilizar os recursos necessários para que a questão financeira seja resolvida. A bancada tem orgulho de dizer que está junto com a universidade. Acreditamos nos técnicos, nos cientistas e nos professores dessa grande universidade do Brasil”, disse.

Os parlamentares manifestaram-se de forma positiva aos dados apresentados pelos pesquisadores. “O apoio que puder ser dado é muito importante para a vacina em si e para a estruturação da UFPR. Isso pode trazer muitos benefícios para a universidade, para o Paraná e para o Brasil”, afirmou o senador Flavio Arns.  O deputado federal Zeca Dirceu defendeu o trabalho conjunto da bancada do Paraná para a liberação dos recursos o quanto antes. “Eu defendo que a gente reúna a bancada paranaense com o máximo de deputados e faça todas as gestões necessárias não apenas junto ao governo federal, mas junto ao governo do estado, à prefeitura de Curitiba, para que os recursos necessários sejam disponibilizados rapidamente”. O deputado federal Gustavo Fruet afirmou que “há fonte de recurso disponível para utilizar, mas seguramente é possível por já estar disponível na fonte orçamentária o recurso para este tipo de investimento. Isso além da ação da bancada paranaense no orçamento para o ano que vem”.

Já a deputada federal Luísa Canziani se comprometeu a buscar o orçamento necessário com articulação interministerial: “quem está trazendo as soluções para a pandemia? É justamente a ciência, por meio das vacinas, por meio do conhecimento científico que estamos buscando saídas e possíveis respostas para a pandemia e para outros desafios”. O deputado federal Rubens Bueno se disse orgulhoso que  “que uma universidade pública, da história da UFPR, esteja fazendo um trabalho como esse e tenha reconhecimento nacional e internacional”.

Capacidade de produção de insumos

Durante a reunião, os pesquisadores tiraram as dúvidas dos parlamentares. O deputado federal Rubens Bueno questionou sobre a capacidade de produção em larga escala dos insumos para a vacina, caso o imunizante seja aprovado nos testes clínicos.

IFA da Vacina da UFPR é nacional e de baixo custo. Foto: Marcos Solivan/Sucom UFPR.

O IFA da Vacina da UFPR é composto por duas partes: biopolímeros biodegradáveis e proteína Spike. O professor Emanuel explicou que a quantidade de biopolímero usada por dose é menor do que 100 microgramas. Isso quer dizer que com uma tonelada do produto é possível fazer 10 bilhões de doses. Uma das indústrias fornecedoras opera atualmente com a produção de 3 mil toneladas por ano, com possibilidade de aumento.  “A outra parte do IFA é a produção de proteína. O tipo de célula que nós estamos utilizando para produzir a proteína também é escalonável. Nós podemos trabalhar com reatores na casa de milhares de litros e aqui no Brasil já existem plantas que operam nesta escala”, esclareceu o professor Marcelo.

Bancada

Participaram da reunião o senador Flávio Arns (Podemos), o presidente da bancada paranaense na Câmara Federal, deputado federal Toninho Wandscheer (PROS) e os deputados federais Gleisi Hoffmann (PT), Gustavo Fruet (PDT), Luísa Canziani (PTB), Rubens Bueno (Cidadania) e Zeca Dirceu (PT). Também estiveram presentes os assessores dos deputados federais Filipe Barros (PSL) e Sergio Souza (MDB) e o representante do Governo do Paraná, Jackson Matte.

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