A modalidade bacharelado do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná acaba de receber nota 5 – conceito máximo – na avaliação do Ministério da Educação.
A estruturação do currículo, aprimoramento do projeto pedagógico e o desenvolvimento de grupos de pesquisa são apontados como fatores fundamentais para o resultado. “O curso tem 44 anos. Percebemos que o projeto foi aprimorado e ficou mais moderno, condizente com as diretrizes curriculares nacionais”, afirma a coordenadora Luciana Schleder Gonçalves Gonçalves, formada em 1998 pela UFPR e docente do quadro desde 2008.
O relatório do MEC apontou uma notável evolução do curso, principalmente nos últimos dez anos. A licenciatura também recebeu a nota máxima em 2013. “A avaliação da licenciatura nos deu vários nortes para melhorar, entre eles a implantação de disciplinas transversais. A última mudança no currículo foi em 2015, desde então tem sido um projeto coletivo entre os professores, de acordo com a reestruturação”, avalia Luciana.
Dos 32 professores do departamento, 31 possuem dedicação exclusiva, considerada outra característica da graduação e um forte potencial para a formação de enfermeiros.
A infraestrutura conta com laboratórios para as disciplinas básicas e específicos de enfermagem. Um dos destaques é a simulação avançada, em que os pacientes – manequim ou ator – apresentam sintomas e reagem às ações do aluno durante os treinamentos.
As parcerias com os serviços de saúde integram a estrutura ampliada do curso. O MEC acompanhou a atuação dos acadêmicos no Complexo Hospital de Clínicas e em unidades de saúde, e também conversou com os profissionais da Enfermagem que recebem os estudantes para a parte prática. “Sem essa estrutura o curso não sobreviveria. Nós reconhecemos todo o trabalho dos enfermeiros parceiros nesse processo de orientação e formação dos estudantes”.
Além de manter o conceito máximo, o curso pretende ampliar o laboratório de simulação para proporcionar experiências produtivas aos estudantes e um aprendizado significativo.
“A nota representa o reconhecimento de todo o esforço de alunos e do grupo de professores que estão aqui e dos que participaram da construção do curso. Às vezes, escutamos que o serviço público não é de qualidade; somos conscientes do que temos muito ainda para construir e dificuldades de vários tipos. Porém, quando vem o resultado de uma avaliação do MEC como essa, provamos que é possível fazer educação de excelência, mesmo em tempos de cortes orçamentários”, conclui Luciana.
Histórico e atuação dos profissionais
Criado em 1974, o curso de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná formou cerca de 1 mil e 400 profissionais. Atualmente, 257 alunos estão matriculados.
Os estudantes realizam uma entrada única para a modalidade de licenciatura e, ao longo do curso, têm a possibilidade de migrar para o bacharelado. São disponibilizadas 28 vagas no primeiro semestre e 27 no segundo.
De acordo com a coordenadora Luciana, há uma recomendação do Ministério da Saúde de que os cursos sejam voltados para a região, conforme as demandas e realidades locais. Apesar disso, os egressos da UFPR atuam em várias regiões do Brasil e até em outros países, como Alemanha, Canadá e Itália.
“Temos diversas especialidades regulamentadas pelo conselho, são vários cenários de práticas profissionais: hospitais, unidades de saúde, indústrias, empresas, área comercial de produtos médico-hospitalares, docência, auditoria, entre outros”, explica.
Integração com a pós-graduação
Uma das marcas do curso é a parceria entre a graduação e o Programa de Pós-graduação em Enfermagem, que integra acadêmicos, mestrandos e doutorandos em programas de Iniciação Científica e grupos de pesquisa.
Sete grupos desenvolvem atividades com reuniões quinzenais: Grupo de estudos família, saúde e desenvolvimento; Grupo de estudos multiprofissional em saúde do adulto; Grupo multiprofissional em pesquisa sobre idosos; Grupo de pesquisas em políticas, gestão e práticas em saúde; Núcleo de estudo em saúde coletiva; Núcleo de estudo, pesquisa e extensão em cuidado humano de enfermagem, e Tecnologia e inovação em saúde: fundamentos para a prática profissional.
“A força da pesquisa é um dos diferenciais das universidades públicas”, ressalta a coordenadora.