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Ameaça ao boto cinza e às toninhas é debatida por pesquisadora da UFPR em reunião da Comissão Internacional de Baleias

ameaça ao boto cinza e às toninhas, espécies encontradas em parte da costa brasileira e em alguns países da América do Sul, foi pauta da reunião do Comitê Científico Anual da Comissão Internacional de Baleias 2020 a partir de trabalhos realizados por cientistas da Universidade Federal do ParanáO encontro, que segue até 26 de maio, ocorreria em Cambridge, mas em virtude da pandemia está sendo realizada a distância, por webconferência.  

Botos cinza são uma das espécies vulneráveis no ecossistema marinho (Foto: Divulgação/Instituto Boto Cinza)

A pesquisadora do Laboratório de Ecologia e Conservação do Centro de Estudos do Mar, Camila Domit, participa como membro da delegação brasileira e como cientista convidada. Ela apresentou evidências que vêm sendo coletadas nos últimos anos e que demonstram um panorama sobre a situação das duas espécies. Em 2018, elas foram consideradas prioridades de investigação na América do Sul entre os pequenos cetáceos e motivaram a realização de workshops e eventos científicos.  

Camila coordenou e apresentou o estudo sobre o estado de conservação do boto cinza. De acordo com ela, as redes de pesca, a degradação do ecossistema e até mesmo o uso do boto cinza como alimento, na Venezuela, deixam o animal em situação de ameaça“A população está com uma menor capacidade de responder aos impactos e se encontra ameaçada por múltiplas razões antrópicas”, explica Camila. Entre estas razões, estão desde a poluição causada pela atividade portuária até as redes de pesca que os capturam de forma não intencional. 

Segundo ela, existe uma perda nas condições de conservação do animal, já que algumas regiões onde eles vivem, na costa brasileira, apresentam níveis de contaminação semelhante a regiões industrializadas do hemisferio Norte. “É uma espécie que está vulnerável ao risco de extinção no Brasil, na Venezuela e na Colômbia”, pontua. 

Apresentação foi realizada por videoconferência, na reunião científica da IWC

As toninhas vivem a mesma ameaça: segundo a pesquisadora, é necessária uma mudanca imediata nas atividades que impactam a espécie para que ela não seja extinta. “A capacidade de recuperação da espécie esta em risco”, argumenta. De acordo com ela, políticas de conservação devem levar em conta aspectos relacionados à justiça social e econômica, já que a morte destes animais está relacionada à atividade pesqueira, que provoca capturas acidentais. “É necessario integrar as questões de conservação à justiça social e econômica”, pondera. 

A cientista reforça que a preocupação com os cetáceos não ocorre somente em defesa à vida desses animais, mas de todo o ecossistema marinho. “Golfinhos são sentinelas, eles são um reflexo do ambiente. Através deles conseguimos identificar, por exemplo, as alterações provocadas por produtos agrícolas que chegam ao mar. Eles são um sinaleiro do que vem ocorrendo na água e pode inflenciar recursos pesqueiros e a saúde humana. 

A IWC (International Whaling Commission) avalia  estudos e pesquisas realizados com a população de cetáceos no mundo todo, além de desenvolver recomendações para ações de manejo e governamentais e manter um bancos de dados científicos mundialAs reuniões são realizadas em dois grupos – o científico e o das partes governamentais. Na reunião dos cientistas, desenvolve-se um relatório com recomendações para os governos com relação aos manejos dos recursos naturais dos ecossistemas marinhos. Na reunião das partes, há possibilidade de elaboração de acordos internacionais relacionados à temática. 

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