Desde o início de 2023, o Museu de Arte da UFPR vem desenvolvendo o projeto de extensão “Oficinas Criativas do MusA”, uma proposta de ativação das mostras em exibição no Museu de Arte da UFPR, com releituras reflexivas das obras em exposição a partir da produção artística. Com uma programação direcionada a estudantes de escolas públicas de Curitiba e região, principalmente aqueles oriundos de bairros periféricos da cidade, esse projeto de extensão busca introduzir a apreciação, reflexão e também a prática artística para àqueles que em sua grande maioria não possuem acesso ou a rota dos museus de arte inclusas no seu cotidiano.
Neste primeiro semestre de 2023, participaram três instituições públicas de ensino pelo projeto, a Escola Estadual Prof. Guido Straube, o Colégio Estadual Professor Cleto e a Escola Municipal Leonilda Ravaglio Trevisan, além dos bolsistas Nicole Elis Porto, Guilherme Brollo e Wesley da Silva, e dos artistas convidados que colaboraram com a mediação das práticas criativas em diferentes linguagens, Juliana Ferreira Virgilino, Gabriel Siatkovski e Mariana Cardozo Brito. “A possibilidade de levar a escola até o museu é sempre enriquecedora, quando penso em meus estudantes e a realidade que os mesmos vivem, é clara a relevância que ações como essa podem ter na vida deles, ampliando seus repertórios, trazendo sentimento de valor sobre a arte e sobre si, e possibilitando em sua formação como pessoa, a apropriação desses espaços, como cidadãos que devem ter seus plenos direitos, incluindo o acesso à arte e a cultura”, afirma Nildo Jeans Soares da Rocha, professor de arte da Escola Prof. Guido Straube.
Com o estímulo da sensibilidade para observar a vida a partir da imaginação e da criatividade, a metodologia do projeto consiste em três momentos, o primeiro deles é mediação da mostra, na qual estudantes são convidados (as) a observar conteúdos, formas e disposição das obras, o segundo em que se convertem eles mesmos em artistas, durante a realização das oficinas que tem por referência as mostras visitadas. E o terceiro momento consiste na exposição dos trabalhos realizados no hall do MusA, esta etapa chama-se Mostrinha, e fica em exibição aproximadamente por duas semanas, replicando a ideia do projeto para outras pessoas que passam pelo campus histórico da UFPR.
Somado a isso, em cada edição são integrados novos dispositivos criativos e reflexivos, como o debate em torno da temática do direito à cidade e a programação de uma playlist musical relacionada à mostra e a temática para instigar ainda mais a formação do pensamento crítico na garotada. “Entendemos que a própria realização da atividade com as escolas já aciona o debate do direito à cidade, porque muitos dos estudantes encontram nesta oportunidade o acesso a um museu pela primeira vez. Portanto, quando trazemos a escola pública para dentro do museu universitário estamos dizendo para cada estudante que este também é um espaço seu de direito” Michele Dacas, coordenadora do projeto. Entre as atividades realizadas com as escolas, tivemos a mediação das exposições temporárias “Inservíveis” e “Poética Originárias, Ancestralidade e contemporaneidade”, e práticas que envolveram desenho, colagem, modelagem com argila, estamparia e stencil. “Os e as estudantes entraram pela primeira vez no prédio da UFPR e se sentiram à vontade e acolhidos no espaço. Também gostaram de apreciar as obras em exposição e puderam pôr as mãos na massa (literalmente) na oficina de argila. Foi uma experiência muito bacana e frutífera”, comenta Larissa Helena Ohrs, professora do Colégio Prof. Cleto. Já o professor Wagner Rodrigues Batista, da Escola Leonilda Ravaglio Trevisan, destaca a continuidade da experiência na sala de aula, “foi bastante interessante para meus alunos(as) a visita seguida da atividade prática. Eles trouxeram vários relatos de como gostaram da atividade e continuaremos a abordar alguns conceitos que eles conheceram na visita em outros momentos na escola.
Com informações do MusA UFPR
