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Projeto incentiva a adoção de cães a partir de testes de convívio

Você já se perguntou o que faz uma pessoa adotar um cãozinho e, um tempo depois, devolvê-lo? Essa prática é mais comum do que se imagina e, para a nossa surpresa e da médica veterinária Lu Baldan, a principal queixa das pessoas que devolvem um animal é a de que os cães são “mal-educados” ou têm “maus modos”. Inconformada, Lu foi atrás de uma solução para mudar esse cenário. Foi assim que desenvolveu dois protocolos de comportamento canino: interação humano-cão (IHR) e treinamento (TR).

Com a implantação desses protocolos em abrigos de animais, surgiram dois programas para ajudar na adoção dos cães desses lugares. O programa “Lar Adotivo” permite que famílias levem os cães para dormir em suas casas e “experimentem” o convívio com o animal na prática. Enquanto o “Passeio para Adoção” possibilita que pessoas levem os cães para um passeio no parque, em restaurantes ou outro local de preferência. Ao passarem algumas horas circulando por espaços públicos, esses animais, que usam coletes com os dizeres “Me Adote”, podem despertar o interesse de outras pessoas e isso proporciona maior chance de adoção.

A veterinária explica que somente os cães que passam pelos treinamentos estão aptos a participarem dos programas. “A interação humano-cão faz com que os cachorros dos abrigos possam ter um contato maior com os humanos fora das baias e isso ajuda na adoção, porque eles entendem que ficar próximo de humanos é bom, já que normalmente o contato que cães de abrigos têm com os humanos é só nos momentos de manejo alimentar e higiênico. O treinamento ensina aos cães comandos básicos como, ‘andar junto’, ‘sentar’, ‘deitar’, ‘ficar’ e ‘aqui’ e isso ajuda no dia a dia desses cães quando adotados”.

Os protocolos foram implantados em junho de 2022 e, até agora, foram capacitados quatro abrigos no Paraná – DNA, Amigo Animal, Instituto Fica Comigo e o Centro de Referência para Animais em Risco (Crar), abrigo municipal –, um em Minas Gerais e um em Louveira, interior de São Paulo. “Foram treinados um total de 125 cães, dos quais 36 foram adotados e nenhum devolvido! Também já temos 40 pessoas capacitadas para dar continuidade a esse projeto”, revela Lu.

Curitiba foi a primeira cidade brasileira a implantar esses programas. Dos 12 cães que participaram até o momento, dez foram adotados. “É um número muito expressivo para um tempo curto de implantação do programa. A ideia é que cada vez mais pessoas conheçam esses programas e se cadastrem. O cadastro é bem fácil (feito por Google Forms) e o abrigo entra em contato com a pessoa para dar o aceite ou não”, informa a veterinária.

Mestra em Ciências na área de Etologia e especialista em comportamento canino, Lu Baldan é aluna do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e desenvolveu esses projetos e protocolos ao longo de sua pesquisa de doutorado, intitulada “Educação de cães e dos colaboradores de abrigos no Brasil para aumentar a probabilidade das adoções”. A ideia geral consiste em capacitar os colaboradores de abrigos de cães e, por consequência, os cães, para que eles possam ficar mais “adotáveis” e, assim, não serem devolvidos.

“Acredito que a capacitação dos colaboradores de abrigos faz com eles entendam melhor os animais. Quando aprendem a linguagem corporal dos cães e entendem que a interação e o treinamento melhoram a vivência deles dentro e fora dos abrigos, esses colaboradores ficam menos estressados e podem desenvolver melhor seu trabalho e ajudar mais os cães. É um projeto que promove não só bem-estar para os cães, mas para os colaboradores também. Como resultado, toda a sociedade recebe um cãozinho bem educado”, afirma a pesquisadora, que tem o objetivo de zerar as devoluções de cães de abrigos a partir dos projetos.

Para participar, a pessoa deve estar cadastrada nos abrigos participantes. O cadastro é realizado a partir do preenchimento deste formulário on-line. Lembrando que, além da possibilidade de “experimentar” um cãozinho antes de adotá-lo – levando-o para dormir algumas noites com a família –, há a opção de passar um tempo com os animais, passeando com eles e ajudando a mostrá-los para a sociedade. Assim, aqueles que não querem adotar um animal, mas desejam ajudar a causa, também têm uma opção.

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