A UTI Neonatal do Hospital de Clínicas da UFPR acaba de atingir um marco. Completa 20 anos de existência como uma das mais melhores e mais importantes entre os hospitais universitários brasileiros. Tanto que, em 2014, a unidade recebeu um certificado do Ministério da Saúde como Centro de Referência do Método Canguru – atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso.
Para lembrar os 20 anos da UTI, no dia 13, a Superintendência do Complexo Hospital de Clínicas promoveu uma comemoração especial. A superintendente do CHC, Claudete Reggiani, prestou homenagem a todos os idealizadores da unidade. Entre eles, em especial, os médicos do Hospital de Clínicas e professores da UFPR Nelson Egídio, Carlos Souza, Antonio Carlos Bagatin, Marcos Parolim Ceccato e Mitsuro Miyaki. “Mas quero também parabenizar toda a equipe, formada por excelentes profissionais, que atuam não apenas nas horas em que está tudo bem, mas também nas de maior necessidade”, comentou.
Desde sua inauguração, em 1961, o HC atendia a comunidade com três berçários (B1, B2 e B3), dos quais o segundo era para crianças em situação de alto risco à saúde. Em 1997, o atendimento foi ampliado tanto em espaço quanto em equipamentos. Hoje, a UTI Neonatal atende, em média, a 25 crianças diuturnamente. Em média, 100 profissionais de enfermagem, 20 médicos e 10 residentes multiprofissionais mantêm o atendimento 24 horas por dia, nos 365 dias do ano.
Agradecimentos
A chefe do Departamento de Pediatria da UFPR, Regina Cavalcanti, rendeu homenagens aos mesmos professores e a Izrail Cat, que trouxe a primeira Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Estado. Também agradeceu a toda equipe de enfermagem, assistência social, psicologia, fonoaudiologia, nutricional, de fisioterapia e de residentes. “É o cimento que une tudo isso e que faz que o caminho seja possível. É a equipe multiprofissional que dedica seu trabalho aos nossos bebês, com muito amor, competência e dedicação sem limites”.
A chefe do serviço, Ana Lúcia Figueiredo Sarquis, lembrou das situações de restrições de leitos e, agora, de retomada de atendimentos. “O Hospital de Clínicas tem nome e a UTI Neonatal faz jus a este nome”. Citou também os desafios diários que o serviço enfrenta e convidou a equipe a atuar na busca do objetivo de ser o Hospital modelo para o País. “Queremos ser exemplo para todos os hospitais da rede Ebserh”.
O médico Mitsuro Miyaki, ex-chefe do serviço, do Departamento de Pediatria e também ex-diretor do HC (em 1998), fez um agradecimento a todos pela homenagem. “Meu reconhecimento e agradecimento a todos que contribuíram e que ainda trabalham em prol dos maiores beneficiados – as mães e as crianças”. As comemorações registaram ainda a presença do violinista Marcos de Lazari, do Projeto Violino em Ação, que leva arte de maneira altruísta às instituições.
UTI é referência nacional
Em 2014, a UTI Neonatal do HC foi certificada pelo Ministério da Saúde como Centro de Referência do Método Canguru, reforçando sua posição de destaque na área, entre os hospitais universitários. “O Hospital já havia inaugurado a enfermaria Canguru, em 2009, e por cumprir todas as etapas estabelecidas pelo método, tornou-se referência. Com isso, replica a outras instituições”, explicou Alessandra Stelmak, chefe de enfermagem da UTI Neonatal.
A UTI foi nomeada de Felipe Ferraz Paciornick – homenagem póstuma ao filho da superintendente dos Amigos do HC – Associação de Apoio ao Complexo HC (CHC) -, Maria Eliza Ferra Paciornik. “Na época, não tinha nada de equipamento. Contamos com a garra admirável dos profissionais que aqui estavam. Ainda, não existia esta UTI. Os plantonistas, médicos, residentes e enfermeiros ficavam ao lado do berço, monitorando as crianças em tempo integral”, contou. Emocionada, Maria Elisa relatou que o atendimento prestado pela unidade possibilitou que ela tivesse seu filho por mais dez anos, quando então ele veio a falecer junto com o pai, em um acidente de trânsito.
Complexo HC
O Hospital de Clínicas e a Maternidade Victor Ferreira formam o Complexo HC e são considerados filiais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no Paraná. Trata-se de estatal vinculada ao Ministério da Educação que administra 39 hospitais universitários federais.
Seu objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas. Criado em dezembro de 2011, o órgão também responde pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh. (Fonte: Renildo Meurer, do Complexo CHC, com Sucom da UFPR)
