A UFPR está intensificando suas ações de inclusão para garantir acesso à educação superior a pessoas com deficiências. Estudantes da UFPR do Setor Litoral receberam três notebooks e uma cadeira de rodas motorizada, nesta semana. Os equipamentos foram obtidos por meio do Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais (Napne) e foram adquiridos com recursos do programa Incluir do Ministério da Educação (MEC), que tem como principal objetivo fomentar a criação e a consolidação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de ensino superior para a integração de pessoas com deficiência à vida acadêmica.
A estudante do curso de Linguagem e Comunicação, Pamella Crystina Ramos Bonifácio, teve acesso à cadeira de rodas motorizada. “A cadeira está sendo de grande ajuda. Eu ainda estou aprendendo a dirigi-la. É tudo muito novo para mim”, declarou. Para ela, que nunca tinha saído sozinha, ir até o mercado sem a companhia de outra pessoa já é uma novidade. “Na UFPR, agora eu posso ir até os professores sem precisar pedir ajuda. Mas nas ruas e calçadas da cidade ainda tenho que aprender a andar, elas não são adequadas para cadeiras de rodas”, afirmou Pamella. Os computadores e a cadeira ficarão em posse dos estudantes enquanto eles estiverem matriculados na Universidade.
No Setor Litoral da UFPR, 17 estudantes com diferentes deficiências são acompanhados pela Seção de Políticas Afirmativas, Assuntos Estudantis e Comunitários (Sepol). Segundo Juliana Ferrari, responsável pela área de inclusão e acessibilidade da Sepol, diariamente, eles enfrentam muitas barreiras para realizar suas atividades e, por isso, a equipe trabalha para conseguir minimizá-las.
Parceria entre Napne e Sepol
Para a professora Laura Ceretta Moreira, coordenadora do Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais (Napne), a estrutura da Sepol colabora com o Napne em vários aspectos. “Destaco o acolhimento e acompanhamento criterioso destinado aos estudantes do Setor Litoral, que apresentam deficiências ou necessidades mais específicas de aprendizagem. Os espaços de formação organizados pela unidade também merece destaque”, afirmou. Para ela, a área da deficiência demanda grande complexidade. “O fato de a Sepol contar com profissionais que contribuem com o acesso e permanência dos estudantes na UFPR é um fator decisivo para a concretização da institucionalização das políticas inclusivas na Universidade, que obviamente, não são tarefas isoladas da Sepol e do Napne, mas sim da Instituição”, comentou.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as matrículas de pessoas com deficiência em instituições de ensino superior aumentaram 518,66%, entre 2004 e 2014. Mas, enquanto representam aproximadamente 23,9% da população brasileira, somente 6,6% têm ensino superior completo (IBGE, 2010).