Quatro novos cursos de doutorado e um mestrado profissional da Universidade Federal do Paraná foram aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O resultado de avaliação das propostas foi divulgado neste mês de outubro.
Foram autorizados os doutorados dos programas de pós-graduação em Comunicação Social, Engenharia Química, Ciência Animal e Assistência Farmacêutica, desenvolvido em rede; além do mestrado profissional em Engenharia de Manufatura.
De acordo com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), com o resultado, cerca de 70% dos programas de pós-graduação da UFPR passam a ter os dois níveis de formação – mestrado e doutorado. “A universidade recebe com muita felicidade essa notícia. Os doutorados nos permitem fazer pesquisa mais densa, complexa e elaborada. Isso tende a potencializar as atividades da instituição na área da pesquisa”, explica o coordenador de Programas de Pós-Graduação Stricto sensu, André Luiz Felix Rodacki.
“A melhoria do conceito dos programas os habilitou a abrir um doutorado. É o que o país precisa: mais doutores, pesquisas qualificadas e conhecimento elaborado”, avalia Rodacki.
Ciência Animal
O novo curso do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal é o primeiro curso de doutorado sediado no Setor Palotina. O programa iniciou as atividades em 2012, após a aprovação do mestrado no ano anterior.
Há quatro anos na coordenação do programa, o professor Luciano Bersot explica que somente com o mestrado não era possível fortalecer as linhas de pesquisa. “A pesquisa é um trabalho contínuo e longo. O doutorado vai ampliar os horizontes e a qualidade da ciência produzida aqui”, afirma. “Com a criação do doutorado, poderemos consolidar nosso trabalho científico que vai agregar no contexto da Ciência Animal, com abrangência regional, nacional e internacional”.
Comunicação
O projeto para a criação do doutorado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação começou a ser elaborado em 2017, logo após o resultado da avaliação quadrienal.
“Eu e a professora Kelly Prudencio estávamos na coordenação do Programa quando ele alcançou a nota 4 e iniciamos o projeto com o apoio da Pró-Reitoria de Pós-Graduação”, relata a docente Cláudia Quadros. “É muito difícil ter um projeto de doutorado aprovado na primeira submissão, mas conseguimos isso com a experiência de nossos docentes adquirida no nosso programa e em outros programas de pós-graduação. Muitos dos docentes do PPGCOM-UFPR têm experiência na orientação de doutorado, o que também contribuiu para o fortalecimento da proposta do primeiro doutorado em Comunicação do Paraná de uma instituição pública.”
A atual coordenadora do programa, professora Valquiria Michela John, afirma que a aprovação representa uma conquista importante para a área: “Há um déficit de oferta na área. Nos estados do Paraná e Santa Catarina só temos dois programas com doutorado e um deles é focado em jornalismo. Os pesquisadores se viam na necessidade de levar os projetos para outras áreas do conhecimento. Isso não é ruim, mas é importante que se construa a trajetória do pesquisador na área de formação”.
Engenharia Química
Desde 2007 o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química oferece o mestrado acadêmico, avaliado com conceito 4 pela Capes. A expectativa a partir de agora é que o curso de doutorado aprovado tenha abrangência expressiva, pois poderá atender uma demanda imediata de mais de 25 municípios da região metropolitana de Curitiba.
De acordo com o professor Alexandre Ferreira Santos, coordenador do programa, “a comunidade do PPGEQ pacientemente perseguiu o objetivo maior de criação do curso de doutorado. Inicialmente, dedicando-se à estruturação do programa e à formação dos primeiros mestres, e num segundo momento na busca comprometida de índices de produtividade compatíveis com as melhores escolas de pós-graduação nacionais, ferramenta de avaliação tipicamente associada à atividade em série e bem executada de pesquisa e formação discente”.
Assistência Farmacêutica
O doutorado do Programa de Pós-Graduação em Assistência Farmacêutica será ofertado sob a forma de associação em rede, assim como o mestrado é oferecido atualmente. O coordenado local do Programa é o professor Roberto Pontarolo.
A rede conta com a participação de seis instituições federais: Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade de Vila Velha.
Engenharia de Manufatura
Criado pelo Departamento de Engenharia Mecânica, o Mestrado Profissional em Engenharia de Manufatura tem ênfase na Industrialização 4.0 – modelo que leva digitalização, automação, inovação e sustentabilidade aos processos fabris. A proposta foi submetida à Capes no mês de maio e aprovada.
O curso stricto sensu de caráter profissional abrange a pesquisa aplicada, em que os estudantes precisam solucionar problemas, agregando valor para o mercado de trabalho. São três linhas de pesquisa: materiais avançados; processos de fabricação e simulação e integração de processos.
O coordenador do Mestrado Profissional, Ramón Cortés Paredes, afirma que o desenvolvimento acelerado da Ciência e Tecnologia é observado pela CAPES como um grande desafio para as universidades. “Nossa proposta é uma resposta à necessidade dos distintos setores de nossa indústria paranaense e nacional, no sentido de disponibilizar conhecimentos recentes vindos da pesquisa, da academia e da mesma indústria, unidas para gerar tecnologia própria, reduzir a dependência tecnológica, aumentar a apropriação e geração de conhecimento próprio”.
Outra característica do curso será a multidisciplinaridade, a customização e a flexibilidade. “O curso deve preencher a lacuna de integração dos processos de manufatura com a cadeia de valores da organização”, conta o professor Pablo Deivid Valle. “Há carência na área, queremos fazer essa ponte entre a universidade e as empresas”.
O Mestrado Profissional em Manufatura recebeu o apoio de empresas e a procura de mais de 700 interessados. O edital deverá ser lançado no mês de novembro e as aulas estão previstas para março de 2019.