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FEDERAL DO PARANÁ

Projeto de Engenharia Civil propõe conexão entre cinco campi da UFPR por ciclovia

De acordo com a vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano, Márcia Bernardinis, a estrutura beneficiaria a mobilidade urbana de modo geral. Foto: Nicolle Schumacher

Em meio ao caos do trânsito dos grandes centros, a bicicleta representa uma alternativa sustentável de mobilidade. Mas nem sempre a infraestrutura é adequada, tornando cada vez mais comum a presença de ciclistas nas canaletas do transporte coletivo em Curitiba.

Estudante do curso de Engenharia Mecânica da UFPR, Vitor Dups divide o espaço com os ônibus durante o percurso. “Quando vou para casa, pego a canaleta. É menos perigoso do que andar na rua”, afirma. Ele faz o trajeto de casa até a região central da cidade, depois segue para as aulas no Centro Politécnico. “É mais prático vir de bicicleta. Ao mesmo tempo também é inseguro porque consigo utilizar um trecho de ciclovia apenas na avenida das Torres”.

Pensando em desafogar o trânsito em horários de pico e oferecer uma infraestrutura segura aos ciclistas, a engenheira civil Thaísa de Fátima Gondek projetou uma malha cicloviária que une cinco campi da Universidade Federal do Paraná em Curitiba: Centro Politécnico, Jardim Botânico, Complexo da Reitoria, Agrárias e Rebouças.

O projeto foi uma demanda do Programa Ciclovida, sendo iniciado em 2014 como iniciação científica. Mais tarde, Thaísa aliou o estudo complementar a novas ideias em seu trabalho de conclusão de curso de Engenharia Civil. Alguns trechos foram readaptados por modificações no trânsito.

A proposta utiliza parte da ciclovia já existente em Curitiba e trechos projetados pela prefeitura em 2015. Com isso, faltariam apenas novos 4 km para ligar os campi da UFPR. “Falta pouco para desafogar pontos de grande movimentação. O trecho é perigoso, e em alguns lugares, como em frente a rodoviária, não há conexão nem rota segura atualmente que leve ao campus Rebouças, por exemplo”, avalia a pesquisadora.

O estudo foi realizado com o apoio do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). A implantação do projeto dependeria da Prefeitura Municipal.

A eficiência do veículo de duas rodas abrange economia, praticidade e, diferente dos meios motorizados, sem causar danos ao meio ambiente. A proposta da ciclovia incentiva e busca viabilizar o uso da bicicleta pela comunidade universitária.

“A ideia da conexão cicloviária entre os campi é pioneira no Brasil e contribui para a questão da mobilidade urbana. Cada polo universitário é também um polo gerador de tráfego. O projeto facilitaria o trajeto de muita gente, não apenas de ciclistas”, afirma a professora orientadora do projeto e vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano da UFPR, Márcia Bernardinis.

Vitor Dups: “Venho de bicicleta pelo menos três vezes por semana. A ciclovia seria perfeita para mim e também ajudaria muitos amigos porque, infelizmente, nem todos os motoristas nos respeitam”. Foto: Nicolle Schumacher

Comunidade universitária

Durante o desenvolvimento do projeto, Thaísa entrevistou mais de 600 pessoas, entre professores, servidores técnico-administrativos e estudantes dos quatro campi da UFPR envolvidos – o campus Rebouças ainda não estava em funcionamento na época.

Os dados da pesquisa apontaram que 27% dos entrevistados utilizam a bicicleta. Os usuários destacaram a falta de segurança e ciclovias insuficientes como principais dificuldades percebidas no percurso, e 61% classificou a estrutura cicloviária existente em Curitiba como insuficiente.

Dentre os que já usam a bicicleta diariamente, 92% afirmaram que a infraestrutura sugerida atenderia seus trajetos.

Entre os 73% que indicaram a não utilização do meio de transporte, 57% optariam pela bicicleta caso a ciclovia intercampi fosse implantada.

Além disso, três ciclistas – um professor, um técnico e um estudante – acompanhados pela pesquisadora Thaísa, fizeram os trajetos propostos. “Eles aprovaram os trechos. Um dos mais críticos hoje é a travessia da Linha Verde”, destacou a engenheira civil.

Thaísa de Fátima Gondek, atualmente egressa da UFPR, e sua orientadora Márcia Bernardinis, docente do departamento de Transportes.
Foto: Nicolle Schumacher

Trechos

A escolha dos trechos para a conexão entre os campi levou em consideração fatores como segurança, topografia, fluxo de veículos na via, infraestrutura cicloviária já existente ou em projeto, bem como a disponibilidade de alteração dos aspectos urbanos das ruas e calçadas.

Nos trechos em que seriam adotas as ciclorrotas, há ressalvas de velocidade máxima de 30 km/h para os veículos automotores. No caso das ciclovias e ciclofaixas, seria necessário espaço suficiente na rua ou calçada para aspectos de segurança, como a proteção por meio de estrutura física ou separação de vias por tachões.

“Há uma desconexão da ciclovia hoje em Curitiba, não há ligação entre os trajetos. Não estamos pensando apenas na UFPR, toda a comunidade seria beneficiada”, completa a docente Márcia Bernardinis.

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