A professora Maria Tarcisa Silva Bega, do Departamento de Ciência Política e Sociologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná), lança às 19h desta quarta-feira (dia 27), na Livraria Cultura do Shopping Curitiba, o livro “Letras e Política no Paraná” – Simbolistas e Anticlericais na República Velha.
Mestre e doutora em Sociologia pela USP (Universidade de São Paulo), Maria Tarcisa discute na obra a importância da geração de poetas simbolistas e seu engajamento político no contexto sociocultural do Paraná entre 1890 e 1920. A obra se contrapõe, portanto, à visão de que seria o movimento simbolista do Paraná tenha sido lunático, alheio à sociedade como muitas vezes é apontado para o movimento no Brasil..
Uma das questões que Maria Tarcisa responde com êxito é a razão pela qual o movimento teve uma duração tão longa. “O Simbolismo não foi só poesia, mas um movimento engajado na militância anticlerical existente na imprensa, nas escolas e em outras instituições culturais”, explica.
Referência obrigatória
Com 11 subtítulos e ilustrado com 58 imagens do período, o livro foi lançado pela Editora UFPR, é uma adaptação da tese de doutorado de Maria Tarcisa Bega na USP e resultou de cinco anos de trabalho. “Nela, abrimos uma linha de pesquisa no programa de pós-graduação em Sociologia na UFPR para quem quer trabalhar com artistas, literatos e cientistas, recuperando um pouco da história do Paraná a partir da sua contribuição cultural”, avalia.
Para a professora de Sociologia da UFPR Ana Luiz Fayet Sallas, “Letras e Política no Paraná” é uma referência obrigatória para a literatura não somente por sua qualidade, mas também porque boa parte do material com o qual a Maria Tarcisa trabalhou se deteriorou na Biblioteca Pública do Paraná. “Ou seja: a base documental com a qual ela trabalhou se perdeu, o que aumenta a importância do trabalho”, disse. O professor de Teoria Literária da Unicamp, Antonio Arnoni Prado, também elogiou a obra. Para ele, o trabalho é uma importante inflexão na abordagem sobre o Simbolismo. A obra conta com prefácio de Sérgio Miceli, professor titular da USP e especialista em Sociologia da Cultura.