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Pibid na Rua defende manutenção de recursos e da estrutura do programa da Capes

Estudantes e professores de licenciaturas que participam do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), de incentivo à docência, se manifestaram nesta quarta-feira (25) na Praça Santos Andrade, em Curitiba, em defesa do programa, que deve ser alvo de mudanças pelo Ministério da Educação (MEC). A preocupação de universidades públicas e privadas do Paraná é de que o contingenciamento do orçamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que já atinge a oferta de bolsas a estudantes e professores, leve a suspensão ou extinção do programa.

Em faixas, camisetas e cartazes, os manifestantes de universidades públicas e privadas expuseram os projetos ligados ao Pibid em diversas áreas de licenciatura no Estado, além de pedir o fim dos cortes e da ameaça de interrupção. A mobilização começou às 9 horas, com previsão de encerramento às 17 horas, mesmo com a chuva. O ato faz parte de uma série de iniciativas do Fórum Nacional do Pibid, que incluem um abaixo-assinado presencial e o envio de cartas a políticos. Há ainda uma petição virtual.

Pró-reitor Eduardo Barra discursou para manifestantes. Fotos: Leonardo Bettinelli

Na visão do professor Eduardo de Oliveira Barra, pró-reitor de Graduação da UFPR, o Pibid merece ser mantido porque é o único programa de estímulo à docência já implementado no Brasil desde a criação das licenciaturas, na década de 1930, com bons resultados. “É uma rara coincidência, essa: uma ação de fomento que encontrou uma sociedade preparada para recebê-la”, conta.

Um dos focos do protesto foi a intenção do MEC em desenvolver a residência pedagógica, um projeto voltado a alunos dos últimos anos de licenciatura sobre o qual até agora apenas o nome foi divulgado pelo ministro Mendonça Filho (DEM), durante o lançamento da Política Nacional de Formação de Professores, no dia 18. O MEC informou que lançará em 2018 um edital do programa, classificado como uma “modernização do Pibid”, com 80 mil vagas.

No dia 20, em Curitiba, o diretor de Formação de Professores da Educação Básica da instituição da Capes, Marcelo Câmara dos Santos, garantiu que o Pibid — criado para formar professores da educação básica pública — não sofrerá mudanças drásticas, mas não chegou a adiantar se a residência ocorrerá em paralelo a ele.

Experiência

“Dizer que ficará igual, mas sem os investimentos, não é exatamente igual, não é?”, compara a estudante do 4º ano de Letras Espanhol da UFPR Simone Javoski, de 28 anos. Bolsista do Pibid, Simone afirma que nenhuma disciplina consegue proporcionar a experiência em docência que ela atribui ao programa da Capes. “Entrei no Pibid porque estava prestes a me formar e não me sentia preparada para uma sala de aula. No programa, o professor consegue acompanhar cada aluno, não é como uma sala de aula inteira. Como o Pibid Espanhol atua em duas escolas estaduais, o dinheiro da bolsa serve para que a gente possa pelo menos se deslocar”, diz.

Colega de Simone, Samanta Almeida Pereira, 28, acabou de ingressar na licenciatura, mas já participa do Pibid. “Entrei na faculdade com a certeza de que quero ser professora, então queria participar de tudo. Quero sair preparada”, conta. Ela também avalia que o programa oferece experiências que vão além da sala de aula. “A gente aprende a preparar aula, a não depender do livro didático, a inovar. Muita gente acha que dar aula é fácil e é por isso que a educação está do jeito que está”.

Para Maxinie Cretella, 20, também do Pibid Espanhol da UFPR, o programa ajuda a manter o professor recém-formado na carreira, um dos problemas enfrentados pelo governo estadual do Paraná. “Mesmo para quem vai bem na universidade, a prática é muito diferente. Muita gente sai da universidade direto para as escolas. O Pibid ajuda o professor a não enlouquecer com a realidade”.

Alunos do Pibid Espanhol da UFPR pintaram os rostos em homenagem ao “Dia dos Mortos” mexicano

Aluna de Pedagogia da Uninter e bolsista do Pibid, Lays Cristiny Couto, 20, teme que o corte de bolsas seja um alerta sobre o programa. “Nosso medo é que vão tirando aos poucos até acabar”, diz. “Entramos uma pessoa [no programa] e saímos outra. Melhora nosso desenvolvimento como professor, a oralidade”.

Já para Adriana Smaha Salvático, 40, que também faz Pedagogia, a falta de informações cria apreensão sobre o futuro do Pibid. “Será que a intenção é sucatear o projeto? Afinal, não dizem como vão ser feitas essas alterações”, questiona.

Colega dela, Luciana Botelho, 40, avalia que falta ao governo federal assegurar que a residência pedagógica não será usada para substituir os professores da educação básica, uma vez que o Pibid garante que esses docentes atuem como supervisores. “Fora que a residência tem características que não suprem o que o Pibid faz. O professor que sai do programa é mais crítico, gosta de pesquisar, tem formação melhor”.

Residência pedagógica

A coordenadora institucional do Pibid na UFPR, Joanez Aparecida Aires, avalia que a residência pedagógica, assim como o estágio supervisionado, não seriam suficientes para substituir o Pibid. “O Pibid não tem um, mas dois objetivos, que é o de formar professores e despertar o interesse pela carreira”, registra.

Joanez salienta que esses objetivos não são obtidos se o Pibid sofrer alterações como a Portaria 46/2016, que acabou revogada pela Capes e previa a transformação do programa em uma monitoria com vistas a aprimorar a educação básica. “A melhoria da educação é uma consequência do Pibid, que forma professores melhores”, diz ela, que registra que o programa é tão bem visto por alunos de licenciatura que existe lista de espera para voluntários na UFPR.

Há cerca de 500 bolsistas de graduação do Pibid na universidade, além de 35 coordenadores de áreas e 67 supervisores. Eles atuam em 50 escolas estaduais e municipais, onde estudam cerca de 7,5 mil alunos envolvidos.

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