O impacto do turismo no comportamento e na fisiologia dos peixes da espécie Odontostilbe pequira é tema da pesquisa do pós-doutorado de Benjamin Geffroy, biólogo graduado na Universidade de Bordeaux/França. Ele fez toda a parte prática do projeto, que desenvolve junto à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, na localidade de Bom Jardim, ponto de ecoturismo matogrossense. Agora, em dezembro, concluirá seus estudos no Setor de Ciências Biológicas da UFPR.
Na Instituição, o pós-graduando irá quantificar amostras de cortisol que coletou. O objetivo do trabalho é verificar as modificações fisiológicas desses animais quando em estado de estresse, diante do contato com turistas. Geffroy busca identificar como o hormônio cortisol – produzido pelos peixes em situações de estresse – age no animal diante deste contato, comparando as amostras com a de outros peixes que não têm essa relação. Na UFPR terá a colaboração das professoras Maritana Mela Prodocimo, do Departamento de Biologia Celular, e Rosana Nogueira de Moraes, do Departamento de Fisiologia.
Mesmo com os estudos em andamento, Benjamin diz já ser possível observar a interferência do turismo no meio ambiente. “O peixe Odontostilbe pequiraé um peixe oportunista, pois gosta de receber alimentos e não tem problemas em entrar em contato com os seres humanos. Por conta disso houve uma proliferação desses peixes na região e a migração de outros peixes que ali viviam”, conta o mestre em Biologia Marinha e doutor em Comportamento e Fisiologia da Reprodução dos Animais Aquáticos.
Além da UFPR, esse estudo envolve ainda outras instituições de ensino: as Universidades de Bordeaux e Rennes, na França, e a Universidades Federal e Estadual do Mato Grosso.
Por Celsina Favorito, com informações da Aspec.