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Pesquisa da UFPR aponta importância da sesta no desempenho cognitivo

cochilo no intervalo do almoço. Foto: Leonardo Bettinelli

Tradicional na Espanha e em diversos países latino-americanos, a sesta – cochilo geralmente depois do almoço – pode fazer a diferença entre a resolução ou não de um desafio intelectual. Uma nova evidência nesse sentido foi revelada esta semana em artigo assinado por pesquisadores do Laboratório de Cronobiologia Humana do Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) na revista científica PLOS ONE.

O artigo traz a descrição de um experimento conduzido com voluntários que foram desafiados a resolver um problema no Speedy Eggbert Mania, um jogo eletrônico que consiste em quebra-cabeças e labirintos que devem ser superados para que o personagem principal passe para a fase seguinte.

Aos voluntários foram dados 10 minutos para que um desafio fosse solucionado. Esgotado o tempo, aqueles que não resolveram o problema receberam, após um intervalo de 90 minutos, uma nova chance, voltando ao jogo na situação em que haviam parado. “Entre os que, durante o intervalo dormiram, o índice de solução após a sesta foi quase duas vezes maior do que entre os que permaneceram acordados”, conta o biólogo Felipe Beijamini, um dos autores do trabalho.

Ao todo, 29 pessoas completaram todas as fases do experimento. Dessas, 14 tiraram um cochilo de cerca de 60 minutos durante o período de descanso, e 15 mantiveram-se despertas. Entre as que dormiram, 12 (85,7%) resolveram o desafio do jogo eletrônico após a soneca. Das que ficaram em vigília, apenas sete (46,6%) obtiveram sucesso.

Estágios do sono
Além da importância da sesta para o desempenho cognitivo, o experimento apontou que o chamado estágio de ondas lentas do sono foi o mais significativo para que os participantes solucionassem o problema lógico. “Os dois voluntários que dormiram e, mesmo assim, não conseguiram resolver o jogo não chegaram a esse estágio”, explica Beijamini.

Enquanto dormimos, passamos por ciclos de sono que duram em média 90 minutos. Esse período é dividido em quatro estágios, entre os quais o de ondas lentas é o terceiro. “Há estudos que indicam que o estágio de ondas lentas é responsável pela reativação de memórias”, diz o biólogo. “Nosso experimento corrobora essa relação.”

O artigo publicado na PLOS ONE é assinado pelos alunos de doutorado do programa de pós-graduação em Biologia Celular e Molecular da UFPR Felipe Beijamini e Sofia I. R. Pereira e pelo aluno do curso de Ciências Biológicas da UFPR Felipe A. Cini, sob a orientação do professor do Departamento de Fisiologia da UFPR Fernando Mazzilli Louzada, e está disponível em http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0084342

Célio Yano

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