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Padre Moure: uma vida dedicada à ciência e à religião

Com mais de 200 trabalhos publicados em revistas científicas nacionais e estrangeiras, o padre e professor Jesus Santiago Moure faleceu dia 10, aos 97 anos, em Batatais, São Paulo.

Um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Zoologia, Padre Moure trabalhou com a sistemática de insetos e foi pesquisador do Departamento de Zoologia da UFPR e do curso de pós-graduação em Entomologia.

Afastado desde 2004 das atividades acadêmicas e científicas que realizou por mais de 60 anos na UFPR, Padre Moure nasceu em novembro de 1912, em Ribeirão Preto (São Paulo). A partir dos 12 anos veio estudar no Seminário Claretiano, em Curitiba e desde cedo se aproximou as ciências naturais, em particular a Botânica. Foi ordenado Sacerdote pela Ordem dos Claretianos em 1937 e começou a lecionar história natural no Seminário Claretiano em 1938, tornando-se no mesmo ano professor fundador da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Curitiba, que mais tarde seria integrada à Universidade do Paraná, federalizada em 1950.

Na UFPR, Padre Moure dedicava-se em tempo integral à universidade e participou ativamente da criação do curso de pós-graduação em Entomologia, implantado em 1969, um dos primeiros da universidade.

O Padre Moure também ficou conhecido por centenas de pesquisadores e estudantes de todo o país, ao promover o ensino da taxonomia numérica, método de trabalho que viu nascer nos anos 50, em Kansas, nos Estados Unidos.

O padre cientista que se destacou nos estudos de Zoologia, sua paixão, também esteve ligado ao Museu de História Natural e ao Museu Paranaense. Tornou-se referência na área de entomologia e manteve uma importante relação entre a religião e a ciência. Seu trabalho foi reconhecido, com diversas homenagens e prêmios, como o Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 1995, o Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 1998 e o Diploma de Pesquisador Emérito nas comemorações dos 55 anos do CNPq, em 2006.

Em 2004, já debilitado pela idade, foi transferido para o interior de São Paulo. Depois de 68 anos vividos em Curitiba, seu nome já tinha grande destaque na elite intelectual da cidade e, principalmente, no Departamento de Biologia da UFPR.

Fonte: Juliana Karpinski (estagiária), sob orientação de Rodrigo Juste Duarte