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Museu de Arqueologia e Etnologia é selecionado em edital da Capes e vai transformar “Jaguaretê” em RPG eletrônico

Mais uma conquista para a UFPR e a comunidade acadêmica. O Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) está entre os selecionados por meio de um edital da Capes para projetos de jogos virtuais voltados para a educação. O MAE receberá R$ 100 mil para desenvolver a versão eletrônica do RPG “Jaguareté – O Encontro”. O resultado foi divulgado nesta sexta-feira (23).

Participaram do edital universidades de todo o país ligadas à Universidade Aberta Brasileira (UAB), que oferece cursos de graduação e pós-graduação a distância. Além da UFPR, outras dez instituições de ensino superior foram classificadas: UFABC, UFRN, IFSUL, Unifesp, UFScar, UFSC, IFMT, Unifal, Uneb e Unicamp.
Como critérios de classificação, a Capes levou em conta o desempenho nas categorias apresentação do projeto, capacidade gerencial e técnica e adequação financeira.

No primeiro critério foram avaliados a metodologia de desenvolvimento do projeto, atendimento aos requisitos do produto final desejado, elementos inovadores, clareza e pertinência dos objetivos. No segundo, a Capes analisou a capacidade instalada e infraestrutura para suporte ao projeto, experiência dos membros da equipe para execução e a viabilidade de implantação. Para o último, foram pontuados a adequação do orçamento ao projeto e a viabilidade de implantação econômica.

Desenvolvimento do jogo

O idealizador e produtor cultural do projeto, Fábio Marcolino, conta que o próprio MAE irá desenvolver a versão eletrônica do jogo, mas que será preciso terceirizar outros serviços. A contratação se dará por um processo seletivo dentro das regras estipuladas pela Capes, UFPR e pela Fundação da UFPR para Desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e da Cultura. “Todos os trabalhos serão coordenados e acompanhados pelos membros da equipe estipulada neste projeto, que também se dedicarão ao desenvolvimento do jogo”, afirma.

Para isso, será necessário um pesquisador doutor ou doutorando da área de Design de Jogos, para estudos do modelo e conteúdos do Game Design Document (GDD), um programador com área de formação correlacionada em Desenvolvimento de Jogos, para coordenar os trabalhos de programação eletrônica, um produtor sonoro com experiência em desenvolvimento de música para jogos, com formação em Música Bacharelado, para produzir efeitos sonoros e composição da trilha sonora orquestral.

Além disso, haverá quatros bolsas de atividade formativa para estudantes da UFPR. Serão selecionados dois alunos com experiência em programação de jogos, que farão parte da equipe que vai desenvolver o RPG, e dois alunos do curso de Design, que vão desenvolver a arte gráfica, animação, tipografia e estética do jogo. Será necessário o pagamento por hora de locutores-atores para gravação dos diálogos e partes faladas, para tornar o Jaguareté mais imersivo e permitir possuir um elemento de acessibilidade. Esses atores devem ter experiência para interpretar a voz dos personagens da aventura do jogo.

Marcolino comenta que, com a versão eletrônica, o graduando das licenciaturas na área das Ciências Humanas “pode conhecer e interagir com o universo dos indígenas, proporcionando ao aluno jogador um contato profundo com a cultura desses povos”. O design será voltado tanto para computadores quanto dispositivos móveis, em diferentes plataformas, como Windows, Linux, IOS e Android.

Para fazer o teste final e dar opiniões e sugestões sobre o jogo, serão convidados alunos de licenciatura dos cursos de História, Geografia, Ciências Sociais, Linguagem e Comunicação. De acordo com Marcolino, a ideia é lançar o jogo gratuitamente em lojas virtuais, como Google Play e App Store, para facilitar o acesso dos jogadores. “Isso possibilitará futuras atualizações com ajustes necessários para o desenvolvimento do jogo”, diz. A ideia é que o RPG seja utilizado por professores e futuros professores dos cursos de licenciatura da UFPR, para que assim, ele também seja utilizado nas escolas como ferramenta de ensino.

O Jaguareté

O Jaguareté foi desenvolvido e publicado pelo Museu de Arqueologia e Etnologia em 2013. Foi produzido o RPG educativo e o “Livro do Professor”, que contém todo o material pedagógico. O livro-jogo tem por objetivo proporcionar aos jogadores a perspectiva dos índios que habitavam o território brasileiro na época da chegada dos europeus.

O MAE produziu o RPG com base na lei 11.645, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas de ensino fundamental e médio, sejam públicas ou privadas. Com o jogo, o museu espera preparar melhor os futuros professores para o ensino da temática indígena. Dessa forma, seria possível ensinar os estudantes a importância da formação atual da cultura brasileira e o papel do índio na construção da sociedade atual.

Para a produção, além de Fábio Marcolino, participam da equipe do projeto do jogo eletrônico, Laura Pérez Gil, diretora do MAE, Bruna Portela, historiadora do MAE (que já estavam na equipe de desenvolvimento do livro) e Michelle Aguiar, pesquisadora convidada.

A importância de novas tecnologias

Para Marcolino, o investimento em novas ferramentas tecnológicas para o ensino didático é um caminho para a atualização da educação brasileira. “Se a sociedade está mudando, a educação também tem que mudar”, argumenta.

A expectativa é que a versão digital do RPG atinja um público maior, além de proporcionar uma produção audiovisual de qualidade e que desmistifique a ideia de que jogos educativos são chatos. Marcolino comenta que é preciso equilibrar entre os meios digitais e os métodos analógicos de ensino. “Quando você pega um produto e o adapta para uma nova tecnologia a que os jovens estão acostumados, você está dando a eles acessibilidade”, afirma.

Para Marcolino, a instituição dá passo social importante ao reconhecer que as tecnologias são essenciais para o desenvolvimento de uma educação de qualidade. Ele acredita que as universidades têm o papel de acompanhar as mudanças que vêm acontecendo: “A tecnologia trouxe uma mudança na sociedade que a gente não pode ignorar”.

 

Pedro Macedo, com supervisão de Lorena Klenk

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