Lady Gaga, Jackson 5 e uma seleção de Raça Negra embalaram a penúltima noite do Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná. O espetáculo da Filarmônica Orquestra Show já é tradição e uma das apresentações mais esperadas.
O maestro Cainã Alves perguntou ao público “uma orquestra toca isso?”, enfatizando que o grupo de Antonina possui um repertório diferente das orquestras tradicionais. Com descontração e alegria, canções de Red Hot Chilli Peppers, Djavan, Lulu Santos e Raul Seixas animaram o público.
A Filarmônica Orquestra Show tem sua história ligada ao Festival de Inverno; isso porque o grupo estreou no evento em 2001, na 11ª edição. Atualmente os 33 integrantes, a maioria músicos de Antonina, realizam ensaios semanais durante todo o ano.
Cainã Alves, maestro da Orquestra e egresso da UFPR, contou que a instituição filarmônica da cidade participou de todas as edições do Festival de Inverno. Até o ano 2000, a banda sinfônica realizava as apresentações; com o surgimento da Orquestra Show, o grupo passou a ser presença garantida na programação. “Vou fazer 28 anos, mesma idade do evento. Eu me criei com o Festival”, disse. “Participei de diversas fases, desde as oficinas infantis até minha estreia como maestro em 2012”.
Durante o show, os músicos cantaram e dançaram, com direito a coreografias. A composição inclui oito tipos de instrumentos de sopro, entre eles flauta e clarinete, e outros cinco para a base harmônica. “É uma época especial, por isso preparamos um repertório especial. 70% das músicas são novas”, explicou o maestro.
A servidora pública Ieda Carla Cândido, de Paranavaí, assistiu ao show da Orquestra pela primeira vez. “Achei maravilhoso. Só conhecia orquestras tradicionais e adorei esse repertório mais popular”, disse.
Oficinas e Duo Tercino
A programação de sexta-feira (20) começou com apresentações das oficinas de aprimoramento para Orquestra Show e Banda Sinfônica. Dezenas de músicos que participaram das atividades durante toda a semana tocaram um repertório variado ao lado do Colégio Brasílio Machado, no centro de Antonina.
Às 18h30, o público acompanhou o Duo Tercina na Igreja São Benedito. Formado pelo clarinetista Jonathan Augusto e pelo violinista Eric Moreira, o duo apresentou o show “Cláudio Menando + Toninho Horta”.
Os músicos participaram do Festival em 2015, logo no início do Duo. “Estávamos na faculdade quando decidimos tocar e fomos amadurecemos a ideia. Começamos no final de 2013. Estamos felizes em voltar”, disse Jonathan.
Téssera traz retrato da força feminina em dança contemporânea
Parte do penúltimo dia do Festival de Inverno, a atração Téssera Companhia de Dança da UFPR trouxe cenário místico para falar da força feminina.
O espetáculo é baseado na frase “nós somos netas das bruxas que vocês não conseguiram queimar”. Chamada de “Aquela que é”, a apresentação acontece em uma floresta noturna, cercada de elementos místicos e as bailarinas com roupas de bruxas, fazendo todos os itens se complementarem.
Segundo a coreógrafa Juliana Virtuoso, a atração destaca a força feminina, a coragem diária e a generosidade. “Através da dança, o balé ritualístico se faz mais evidente pela performance das bailarinas, que se dedicam a isso”, ressaltando a importância da dança para as expressões.
Os 21 dançarinos, sendo a maioria mulheres, se entregam ao personagem como numa peça de teatro, unindo as duas artes. Com uma hora de duração, o espetáculo lotou a casa e conquistou muitos aplausos.
A Téssera comparece ao Festival desde a primeira edição. A coreógrafa Juliana participa há pelo menos 15, atuando como bailarina e, agora em 2018, como coreógrafa oficial do grupo. “Trazer a Téssera é uma tradição anual. A intenção é mostrar a Antonina o que nós produzimos e, no caso deste espetáculo, trazer força feminina para encarar as coisas, dia após dia”.
Para conhecer mais sobre a Companhia de Dança da UFPR, confira a página oficial.
Aline Fernandes França, Larissa Nicolosi e Agência Prattica