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FEDERAL DO PARANÁ

Equipe da UFPR avalia área afetada por tremores em Rio Branco do Sul

“Quase morri de susto”. Foi assim que Adão Burcok, proprietário de um pesque-pague localizado na área rural do município de Rio Branco do Sul, descreveu a sensação do tremor de terra registrado no local. Ele foi acordado pelo barulho. “Pensei que era um pesadelo, o barulho foi muito forte e estralou a casa”, conta ainda assustado.

O relato é semelhante ao dos vizinhos e de outros moradores da região sobre a situação que ocorreu na madrugada de segunda-feira (18). “Percebi pela vibração da janela. As pessoas sentiram e chegaram a sair na rua para entender o que tinha acontecido”, descreve Marcos Novak.

Os testemunhos foram coletados pelo Centro de Apoio Científico em Desastres da Universidade Federal do Paraná (CENACID). Uma equipe formada pelos professores da UFPR Renato Lima e Adriana Talamini e pela geóloga Fabiane Acordes deslocou-se até o município para avaliar o tremor e classificar os efeitos na superfície.

Todos os dias ocorrem centenas de sismos que não percebemos. Esse tremor foi registrado e sentido pela população. Nossa intenção é avaliar o resultado na superfície porque os efeitos nem sempre são proporcionais à magnitude dos sismos”, explica o professor Renato Lima, que já atuou em situações de desastre em todo o mundo.

Pesquisadores e funcionários da
Prefeitura de Rio Branco do Sul avaliam área do epicentro dos tremores.
Foto: Aline Fernandes

Os geólogos do Cenacid visitaram residências, conversaram com moradores e percorreram a área rural afetada, região onde está localizado o epicentro do tremor.

A equipe da UFPR também reuniu-se com representantes da Prefeitura Municipal de Rio Branco do Sul para avaliar o episódio. O secretário de Meio Ambiente do município, Eliandro Costa, afirmou que o apoio da universidade contribui para o entendimento correto do evento. “Nosso município é pequeno, não temos condição de avaliar o episódio a fundo. A participação da UFPR nos ajuda a informar a população com dados confiáveis”, afirma.

O geólogo da prefeitura, Rodrigo Faria, também destaca a relevância da avaliação do Cenacid. “Nós poderemos trabalhar com essas informações e buscar a prevenção de outras ocorrências, principalmente voltada para pessoas que moram em áreas de risco”, diz.

Tremores

Os geólogos explicam que os tremores podem ter diferentes causas. “A causa mais comum são movimentos da crosta terrestre. Estamos numa região que chamamos de menos favorável à ocorrência de sismos significativos, mas já temos registros com razoável frequência na região metropolitana de Curitiba, em Jaguariaíva e Londrina. Podemos dizer que não são raros nessa área”, destaca o professor Renato Lima.

O terremoto em Rio Branco do Sul foi classificado de magnitude Richter 3,5, às 00h16.

Durante a missão, o Cenacid realizou a classificação pela escala de Mercali – que avalia os impactos na superfície. O nível alcançado na área rural chegou a VI; na cidade, a intensidade chegou ao nível V.

Ainda foram apresentados relatos de tremores em Almirante Tamandaré, Itaperuçu e Curitiba, com menor intensidade.

Resultados da missão

A missão do Cenacid constatou que os tremores geraram mudanças perceptíveis na superfície.

O levantamento do grupo encontrou casas que apresentaram fissuras e rachaduras após os tremores. Também houve relato de pisos rachados e quedas de objetos.

Rachadura em uma casa de Rio Branco do Sul após o tremor registrado no município.

Após a análise, a equipe também recomendou ações de monitoramento para o município e para agentes da Defesa Civil.

Foi uma missão produtiva. A rapidez na mobilização é importante para reduzir o medo da população, salvar vidas e diminuir o prejuízo. Os estudos foram esclarecedores e informativos para a cidade, vamos agora produzir um mapa e um relatório com os dados”, afirma o professor Renato Lima.

CENACID

O Centro de Apoio Científico em Desastres é uma unidade especial do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Nimad) da UFPR.

O objetivo do Cenacid é proporcionar apoio científico e técnico à comunidade em situações de emergências, assim como gerar propostas de ações.

Pesquisadores e especialistas de diversas áreas da UFPR e de outras instituições de pesquisa do Brasil participam. Os profissionais podem ser acionados em situações de emergência e oferecem voluntariamente a contribuição científica em caso de desastres.

Em 2009, o Centro foi premiado pela ONU – Organização das Nações Unidas – como reconhecimento pela atuação na resposta e redução de consequências de desastres naturais, ambientais e tecnológicos.

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