A UFPR comemorou nesta quinta-feira (25) os 50 anos de seu Centro de Microscopia Eletrônica (CME) – um laboratório multiusuário que atende pesquisadores vinculados a pelo menos 20 programas de pós-graduação e está entre os 10 melhores da área no País. O aniversário foi celebrado na abertura do I Simpósio Paranaense de Microscopia e Microanálise, que reúne até sexta-feira (26) pesquisadores de várias instituições para marcar a data.
Considerado um dos mais abrangentes Laboratórios de Apoio à Pesquisa Científica em regime multiusuário da UFPR, o Centro de Microscopia atende pesquisadores dos setores de Ciências Biológicas, Ciências da Terra, Exatas, Saúde, Tecnologia e Agrárias. Estima-se que cerca de 40% da produção científica da Universidade resultou do emprego de técnicas de microscopia e microanálise realizadas no CME.
“Muitas histórias de êxitos da nossa universidade, da sua pesquisa, estão associadas ao Centro de Microscopia Eletrônica. Se a UFPR está hoje entre as 10 melhores do Brasil, o Centro certamente tem grande participação nisso”, disse o reitor Ricardo Marcelo Fonseca durante a solenidade.
“O Centro é uma unidade estratégica em pesquisa e inovação não somente no âmbito acadêmico, mas no industrial, no cenário regional e nacional. É um laboratório com equipamentos caros e os serviços para a comunidade da UFPR são gratuitos”, destacou a diretora do CME, Thelma Ludwig.
A vice-diretora do Centro, Izabel Riegel Vidotti, destacou que ele é um local de convergência de competências. “Muitas vezes o problema de um pesquisador pode ser a solução de outro”, disse.
Além do reitor e da direção do Centro de Microscopia Eletrônica, participaram do evento a vice-reitora Graciela Bolzon de Muniz; o pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças, Fernando Marinho Mezzadri; o diretor do Setor de Ciências Biológicas, Edvaldo da Silva Trindade; o coordenador dos Programas de Pós-graduação – stricto sensu, André Luiz Rodacki, representando a PRPPG; professores, alunos e técnicos.
Centro de Microscopia
O caráter multiusuário do laboratório foi destaque muito antes de o termo multiusuário ter sido cunhado. Esta multidisciplinaridade foi expressa pelo envolvimento da antiga Escola de Engenharia, hoje Setor de Tecnologia, que cedeu o atual espaço ocupado pelo CME. Pesquisadores dos setores de Tecnologia, Ciências Exatas, Ciências Biológicas, Ciências da Terra, Ciências Agrárias, Saúde, Litoral e Palotina são usuários do Centro, além dos externos à UFPR.
A aquisição mais recente de equipamentos para o CME, contemplada no Edital CT-INFRA de 2012, estará no Centro em 2019: é um microscópio eletrônico de transmissão com alta resolução e com microanálise. Em 2013, o Centro recebeu um avançado microscópio de varredura. Este equipamento aproxima a amostra em até 1 milhão de vezes e permite análises químicas e cristalográficas do material, inclusive a caracterização em altas temperaturas, assim como em ambientes com a pressão próxima da pressão atmosférica com umidade controlada, sem a preparação prévia (desidratação ou revestimento com outros materiais).
Os laboratórios de preparação de amostras do Centro de Microscopia Eletrônica da UFPR tem por objetivo o preparo de amostras para análises em microscopia eletrônica. O Laboratório de amostras duras está preparado com equipamentos sofisticados para corte e polimento fino de materiais diversos.
Estão instaladas no laboratório cortadeiras de precisão (ISOMET-Buehler) para cortes precisos e com danos mínimos à superfície das amostras, politrizes de alta rotação (150-500 rpm; Struers-Labopol), para polimentos mecânicos e politrizes de baixa rotação (até 90 rpm; Minimet-Buehler) para polimentos mecânico-químico. Além desses equipamentos o laboratório conta também com limpadores ultrassônicos e também com um polidor iônico (PIPS-Precision Ion Polishing System da Gatan) usado no preparo de amostras para microscopia eletrôncia de transmissão.
O Laboratório de amostras biológicas está equipado com duas Metalizadoras (para procedimentos com ouro e carbono), um ponto crítico, ultramicrótomo e uma bidestiladora. Além de acessórios e reagentes próprios para o preparo de amostras biológicas.
Simpósio
O I Simpósio Paranaense de Microscopia e Microanálise começou nesta quinta-feira e prossegue na sexta. “Ele foi organizado para comemorar os 50 anos do laboratório de microscopia eletrônica, mas também é uma oportunidade de reunir todos os usuários para divulgar os resultados das pesquisas que foram desenvolvidas com nossos equipamentos, com as técnicas que nós temos disponíveis, num espaço de debates”, disse a diretora do CME, Thelma Ludwig.
Os desafios da pesquisa na área também são tema do simpósio. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Microscopia e Microanálise, Daniel Lorscheitter Baptista, esses desafios compreendem desde a capacitação dos usuários para a utilização dos equipamentos até a manutenção desses equipamentos. “Outro desafio muito importante que temos pela frente, e que está sendo apoiado pela Sociedade Brasileira de Microscopia, é integrar os vários laboratórios numa rede nacional de microscopia, de maneira que os usuários possam ter um mapa que aponte onde encontrar os equipamentos e técnicas de que precisam”, afirmou.
O simpósio acontece no Auditório do Bloco C do Setor de Educação Profissional e Tecnológica (SEPT). Endereço: Rua Dr. Alcides Vieira Arcoverde, 1225.
