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Em 20 anos, Programa Ciência vai à Escola recebeu 150 mil estudantes, aproximando a UFPR do ensino básico

Sedor (fundo, ao centro), entre os alunos: ““A nossa unidade desenvolve uma forte atividade extensionista, com escolas de níveis fundamental e médio, que envolvem alunos da graduação de diversos cursos”. Imagem: Samira Chami Neves

Com duas décadas de existência, o Programa Ciência vai à Escola exibe vitalidade e escancara a vocação da UFPR para as atividades de extensão. Resultado de parceria entre o Museu de Ciências Naturais, o Departamento de Genética da UFPR e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência/Paraná, o programa já acolheu 150 mil alunos de 420 instituições públicas e privadas. Só em 2017, as atividades do projeto envolveram 5,6 mil pessoas de 103 escolas, 128 municípios e quatro países – EUA, Peru, Uruguai e Argentina.

Seu objetivo é nobre: aproximar a universidade das escolas de ensino fundamental e médio, inserindo o conhecimento científico no cotidiano de estudantes, de professores e da comunidade. Possibilita, ainda, a formação de professores e o aprendizado de alunos da graduação e da pós-graduação da UFPR e de outras universidades.

O programa se desenvolve por meio de exposições itinerantes, palestras, cursos, oficinas (em universidades, colégios, praças, etc), empréstimo de material e ainda visitas de estudantes (inclusive da graduação e da pós-graduação) ao museu. Ele tem quatro projetos vinculados na UFPR: Foraminíferos – uma célula com muito para contar; Tempos Fósseis e Evolução – a Paleontologia nas atividades de extensão do Museu de Ciências Naturais; Coleções Didáticas de Conchas Marinhas; e Aplicações do Estudo dos Cromossomos para Docentes do Ensino Médio e Alunos de Biologia. O projeto envolve os Departamentos de Anatomia, Genética, Zologia, Botânica, Geologia e ainda o Laboratório de Micropaleontologia do Centro de Estudos do Mar, no Litoral do Estado.

Uma das atividades mais conhecidas do projeto são as visitas (monitoradas ou não) à exposição permanente “Os Seres Vivos no Ensino Fundamental e Médio”, no Museu de Ciências Naturais, localizado no prédio do Setor de Ciências Biológicas, no Centro Politécnico. Nele, há ainda coleções de material biológico para empréstimo e orientações acadêmicas, entre outras atividades.

Da teoria à prática

Garcia: “A atividade de campo é muito bacana porque nos faz sair da rotina da sala de aula”. Imagem: Samira Chami Neves.

O programa não envolve apenas alunos da rede básica de ensino. Engloba ainda estudantes de ensino superior. Entre eles, Kelvin Garcia, aluno do 4º período do curso de Engenharia de Aquicultura da UFPR, localizado no Centro de Estudos do Mar, no, Litoral do Estado. Ele esteve no Museu de Ciências Naturais na segunda semana de dezembro e elogiou o que viu. “A atividade de campo é muito bacana porque nos faz sair da rotina da sala de aula. No 4º período, aprendemos muito com os slides, em sala de aula, mas ao vivo é bastante significativo”, diz.

O professor Ubiratã Assis Teixeira da Silva, da disciplina de Zoologia Aquática (também do curso de Engenharia de Aquicultura da UFPR), tem opinião semelhante. “Os alunos tiveram uma sequência de assuntos teóricos, em sala de aula, e agora têm a oportunidade de estudar o que aprenderam na presença de fósseis e de modelos, no museu. É uma experiência rica, que reforça os conceitos trabalhados em sala de aula”, avalia.

Para Ubiratã, mais do que isso, a experiência ajuda os alunos a entenderem, concretamente, a importância dos assuntos que estudam. “Quando visita um museu como este e vê o acervo com a mesma ênfase que damos a estes temas em sala de aula, é como se o aluno se sentisse mais próximo da realidade. Isso facilita a fixação do conteúdo”, avalia o professor, que elogia o fato de o Museu de Ciências Naturais compreender toda a evolução dos seres vivos – e não de apenas um grupo.

Melhorias em curso

O coordenador científico do Museu de Ciências Naturais da UFPR, professor Fernando Sedor, destaca a importância da unidade para o projeto Ciência vai à Escola. “A nossa unidade desenvolve uma forte atividade extensionista, com escolas de níveis fundamental e médio, que envolvem alunos da graduação de diversos cursos – bolsistas e voluntários que atuam em diferentes frentes e adequam as informações que transmitem de acordo com o público”, explica. A unidade também desenvolve projetos vinculados ao Centro de Biologia Marinha, ao Departamento de Genética da UFPR e a outros laboratórios.

O professor Ubiratã Silva: “É uma experiência rica, que reforça os conceitos trabalhados em sala de aula”. Imagem: Samira Chami Neves.

O fato de as visitações serem gratuita facilita muito o acesso do público e a integração entre a Universidade e a sociedade. A formalização de parcerias com organizações como as Secretarias Estadual e Municipal da Educação e ainda o Colégio Miltar impulsionam o projeto. Tanto que, apenas em 2017, o museu recebeu cerca de seis mil alunos de colégios públicos e privados, em visitas agendadas, sem contar as visitações feitas sem agendamento.

Outro aspecto importante apontado por Sedor é a importância do projeto e do museu para os alunos da graduação e da pós-graduação. “Isto vale tanto para a orientação aosestudantes quanto para o apoio para a elaboração de monografias, dissertações de mestrado e até doutorado”, diz Sedor.

Ele prepara novidades para o museu em 2018, como o aumento do acervo, que serão benéficas para o Ciência vai à Escola. “Algumas mudanças que pretendemos efetivar dependem de pequenas alterações na infraestutura do museu, mas temos a intenção de fazer as reformas o mais rapidamente possível para que, na volta às aulas, esteja tudo certo”.

 

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