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CRES 2018 termina com leitura de declaração e assinatura de convênio de reconhecimento acadêmico com Universidad de Córdoba

Com a leitura da declaração final e do plano de ação, terminou nesta quinta-feira a Conferência Regional de Educação Superior (CRES 2018), realizada em Córdoba, na Argentina. Ao longo da semana, foram dezenas de mesas-redondas, fóruns e simpósios, girando em torno do objetivo central do evento, que era debater melhorias para as quase 14 mil instituições de ensino superior da América Latina e do Caribe.

A UFPR foi representada na conferência pela vice-reitora, Graciela Bolzón de Muniz, que destacou a importância da participação em eventos do gênero. “Foi uma oportunidade muito rica para troca de experiências, já que a conferência reuniu representantes de realidades muito diversas. E também para contatos importantes neste momento em que a UFPR dá prioridade à internacionalização”, afirmou.

A professora Graciela participou da assinatura de convênios de reconhecimento acadêmico firmados pela Universidad Nacional de Córdoba com 11 universidades latino-americanas, entre as quais a UFPR. A Universidad de Córdoba sediou a CRES 2018, como parte das comemorações de seus 100 anos de existência.

A professora Graciela (ao centro), que assinou acordo de reconhecimento acadêmico com a Universidad de Córdoba

Temas

Os debates durante a CRES foram orientados por três temáticas: a expansão da participação do setor privado na educação superior, a influência das novas tecnologias na produção de conhecimento e o processo de democratização das instituições de ensino.

Além da declaração e do plano de ação, duas outras publicações resultarão da conferência: uma com as recomendações da CRES e a segunda com as proposições reunidas ao longo do evento. O coordenador geral da CRES, Francisco Tamarit, disse que todas as observações, comentários e críticas apresentadas serão incorporadas a esses documentos. “Para nós as críticas são fundamentais. Vamos incorporar as sugestões e proposições que surgiram em cada mesa, em cada simpósio, em cada conferência, em cada fórum”, afirmou.

A conferência, realizada em Córdoba, Argentina, reuniu representantes de universidades da América Latina e do Caribe.

“Os aportes são parte constitutiva das proposições temáticas. Estão todos registrados e anotados. Vamos absorver as críticas e observações. Temos demonstrado que é preciso abandonar o mito da iluminação acadêmica”, complementa o diretor do Instituto da Unesco para a Educação Superior para a América Latina e Caribe (Unesco -Iesalc) e coordenador da CRES 2018, Pedro Henríquez Guajardo.

De acordo com os organizadores da CRES 2018, o trabalho de sistematização deve ser concluído em dois ou três meses. As equipes de trabalho vão se debruçar sobre o conjunto de contribuições para catalogá-las e organizá-las em um livro.

Visão dos participantes

Para o reitor da Universidad Indígena Boliviana Quechua Casimiro Huanca, Mário Fuentes Teran, a CRES se mostrou uma oportunidade importante para os povos indígenas. Para ele, é importante que as universidades clássicas, as universidades convencionais abram suas as portas para os povos indígenas. “Mas também é fundamental que se entramos indígenas, queremos sair indígenas. Não queremos o branqueamento das mentalidades, porque queremos sair e nos envolver com as comunidades e apoiar este projeto de debate que teremos como região. Estamos nos colocando com toda força, com todas as energias, para que sejamos parte da declaração da CRES 2018”, afirma.

O coordenador de pedagogia da Universidad Campesina Indígena em Red, no México, Sergio Hernandez, ressalta que a educação superior na América Latina está baseada num modelo europeu, medieval, e não se questiona esta opção. Para ele, é “algo já estabelecido, já dado e que tem que prosseguir”. Mas é fundamental, segundo Hernandez, que experiências como a Universidad Campesina sejam valorizadas e apoiadas. “Somos uma universidade em que alguns princípios se transformam. Em 1918, aqui em Córdoba, se falou de extensão. Nós falamos de uma universidade estendida. Não fazemos extensão porque nos estendemos até os atores concretos da nossa região. Não é um modelo catedrático. É um modelo de diálogo”, destaca.

A estudante Josefa Sannes, da Universidad de la República no Uruguay, considera que toda a discussão da CRES foi muito relevante, mas ela faz uma crítica em relação à necessidade de uma participação mais igualitária entre gêneros. “A maioria é de homens. Os temas que trataram de gênero e feminismo foram vagos. A meu ver, deveriam ter tratado mais do assunto. O machismo está dentro das faculdades e muitas vezes nos dá medo e não há uma indicação de como agir nessas situações. Muitas mulheres até trocam de curso ou não querem estudar e isso dificulta suas carreiras. Esse assunto precisava ser tratado com mais profundidade na CRES”, afirma.

Girard Vernaza, reitor da Universidad Técnica Luís Vargas Torres, do Equador, ressalta de que o “o mundo é diverso e plural, que existem muitos grupos sociais e que nenhum grupo pode estar à margem”. Mas ele teme pela construção de propostas segmentadas, isoladas. “Queremos trabalhar com uma educação superior séria e responsável, que atenda e aprenda os grupos sociais em todos os contextos. Não me parece que devemos estar pensando em criar, por exemplo, universidades exclusivas para negros ou para indígenas. Se fazemos assim, estamos excluindo, discriminando uns em benefício de outros. O exercício da CRES deve ser inverso, no qual toda a diversidade pode estar unida com suas diferenças, contribuindo para o desenvolvimento da região e do mundo”, explica.

Com informações de Marcílio Lana

 

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