Uma minoria de alunos e ex-alunos da Universidade Federal do Paraná ocupa o prédio da Reitoria desde o dia três de julho. Durante reunião realizada nesta terça-feira (17), os integrantes da Comissão de Negociação da Administração Central explicaram aos alunos que eles serão responsabilizados individualmente pelos prejuízos causados pela ocupação.
Com a invasão não funcionam a Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças, Departamento de Contabilidade e Finanças, Procuradoria da República, Assessoria de Relações Internacionais e Secretaria dos Orgãos Colegiados, entre outros. Isso implica na paralisação de processos e na falta de pagamento aos fornecedores.
A Maternidade Victor Ferreira do Amaral corre o risco de ficar sem alimentos e medicamentos; trabalhadores das obras ficarão sem salário porque a universidade não está honrando os compromissos com as empreiteras, por exemplo. Mais de mil alunos não receberão o pagamento das bolsas. O salário de julho dos servidores corre o risco de não ser depositado, assim como o benefício dos aposentados. Alunos e professores em processo de mobilidade acadêmica não podem viajar, pois o valor da bolsa não será pago.
A Comissão de Negociação reiterou a posição da Reitoria de não retomar a negociação enquanto o prédio estiver ocupado. A preocupação da Comissão é com os inúmeros prejuízos causados pelos estudantes que não pensam na população quando impedem servidores de trabalhar.
A universidade preserva o estado de direito democrático da comunidade, tanto que o Conselho Universitário deliberou por uma moção de apoio às greves. Mas, em nenhum momento acolheu pela invasão, rompimento do diálogo (como fizeram os alunos) e intransigência.
Os alunos que estão no prédio da Reitoria não representam a comunidade estudantil da UFPR. Um integrante do Diretório Central dos Estudantes afirmou na reunião que a ocupação foi um movimento precipitado e que deslegitimou a unidade. Até os integrantes do DCE estão impedidos de entrar no prédio.
A Comissão de Negociação faz um apelo ao bom senso, ao direito e dever de todos e pede que a desocupação ocorra até quinta-feira para que a universidade possa honrar os compromissos. Uma nova reunião foi marcada para quinta-feira, às 9 horas.
