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Acervo de cartazes do Festival de Inverno da UFPR é tema de TCC de Design Gráfico

Ao longo da sua pesquisa, o estudante Victor catalogou todos os cartazes do Festival de Inverno, indicando seus respectivos autores e elementos gráficos. Foto: Samira Chami Neves/Sucom-UFPR.

 

A catalogação dos cartazes do Festival de Inverno da UFPR foi tema de trabalho de conclusão de curso de Victor Uchôa, aluno egresso do curso de Design Gráfico. Desde 1991, quando o festival foi criado como programa de extensão pela universidade, foram produzidos cartazes oficiais para cada uma das suas 26 ininterruptas edições.

O Festival de Inverno é promovido todos os anos, em julho, em Antonina, a 85 km de Curitiba. Nele, as comunidades interna e externa têm a oportunidade de compartilhar um espaço alternativo de aprendizagem prática, reflexão crítica e produção artístico-cultural, numa articulação entre ensino, pesquisa e extensão

O recorte feito por Victor se deu desde o primeiro cartaz até o do ano de 2015, quando colaborou como bolsista da Coordenadoria de Cultura e participou do processo de confecção de um dos cartazes do Festival. “Desde o início a minha ideia era fazer algo que contasse a minha trajetória dentro da universidade e como isso ajudou na minha formação. Foi assim que associei meu gosto por editorias de cartazes com tudo o que havia aprendido enquanto bolsista”, comenta.

Além da relevância do ponto de vista de preservação do acervo do Festival, o professor José Humberto Boguszewski, orientador do trabalho produzido pelo estudante, explica a importância da análise dos cartazes do ponto de vista do Design Gráfico. “Os cartazes são escolhidos por meio de um concurso promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), no início de cada ano. Como são raros os cartazes de mesma autoria, o resultado é um conjunto heterogêneo de soluções gráficas”, relata. “O projeto é importante sob vários aspectos. Destaco o que para mim é o mais grato aos profissionais de criação, ou seja, a preservação, pelo menos como memória, desses efêmeros objetos de comunicação”, salienta ainda o professor.

Para o professor Ronaldo Corrêa, ex-coordenador de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, o trabalho diz muito sobre a história do Festival de Inverno. “Tem esse momento muito experimental, em que queriam entender o formato, para quem era o Festival e o cartaz tinha de comunicar essa ideia”, narra o professor. “Já no momento dos concursos, você vai ver os cartazes para uma experimentação de autor. Já não existia mais essa ideia de como o Festival iria aparecer, mas sim como as pessoas já o enxergavam”.

Efemeridade dos cartazes

O título do trabalho de Victor é “Jornal de Inverno – Catálogo dos Cartazes do Festival de Inverno da UFPR em Antonina”. Como o nome menciona, tanto o catálogo quanto os cadernos de relatório do trabalho têm o formato de um periódico. “Quando comecei a fazer a pesquisa, decidi que faria um catálogo que valorizasse o tamanho dos cartazes”, explica Victor. “Assim, os catálogos ficaram com o tamanho de um jornal, que é tão efêmero quanto um cartaz ou um festival”. Deste modo, o estudante se apropriou da efemeridade como conceito principal de seu projeto, tanto no catálogo quanto no relatório.

“É interessante imaginar que durante todos estes anos de Festival não se parou de fazer os cartazes, por mais que se entendesse nos últimos anos que o cartaz é uma mídia obsoleta. Em Antonina, por exemplo, eles até mesmo os colecionam”, comenta o professor Ronaldo. De acordo com o pesquisador, a significância dos cartazes, que no início do século XIX até meados do século XX eram a principal forma de comunicação e divulgação de eventos utilizadas, inclusive, por pintores famosos, como o francês Toulouse-Lautrec, passou a ter ainda mais relevância a partir de meados do anos 1960, quando a pop art se apropriou desses conceitos de propaganda como linguagem artística. “Esse deslocamento da função do cartaz é interessante porque vai ajudar a construir uma visualidade do século XX que o profissional de designer vai acessar somente via essa materialidade, tanto em museus quanto em coleções de cartazes”, elucida.

Para Victor, a principal conclusão de seu trabalho é a valorização do cartaz ao longo das edições do Festival de Inverno, em contraposição à perda de significação do cartaz como uma mídia de considerável relevância. “Enquanto que em países como o México e a Argentina a cultura do cartaz continue bastante forte, principalmente vinculado à sustentabilidade, infelizmente no Brasil é uma prática que talvez tenha se perdido um pouco”, comenta.

Tanto o relatório quanto o catálogo estão disponíveis gratuitamente pela plataforma Issuu: https://goo.gl/H3cEny.

Texto: Valsui Jr.

 

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